quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Outros desejos

Para 2009: Quero que o Bolhas ressuscite!!!

Coisas que quero ter conquistado em 2014:

Ser atriz formada, doutora em filosofia, roteirista, escritora, apresentadora de programa de bate-papo, ganhar dinheiro falando as coisinhas que penso, de preferência muito dinheiro, ter todos meus amigos morando no Rio, cada um em um apartamento do mesmo prédio, ter viajado bastante, publicado livros, brincado, etc. e etc. Agora sim, felicidade completa.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Contagem regressiva para o Natal


Falta uma semana para a chegada do Natal. Adoro esta época. Mandar e receber cartões e mensagens de boas festas. Gastar dinheiro sem peso na consciência, afinal, Natal é época de comprar presentes. Luzes e pinheiros pela cidade. Pra falar a verdade, até a favela fica linda e reforça o espírito natalino. À noite suas luzes lembram uma gigantesca árvore de Natal.
Enfim, deixo minha listinha de presentes que espero que Papai Noel me dê durante o ano de 2009:
1 - Trabalho, trabalho e mais trabalho (alguém me imaginou dizendo isso um dia?)
2- Meus grandes amigos mudando-se para o Rio de Janeiro e todo mundo morando no mesmo prédio.
Pensei que escreveria uma lista enorme, mas percebi que se esses dois desejos forem realizados, já serei muito, muito, muito feliz!
De qualquer jeito, Papai Noel, se eu for lembrando outros itens, escrevo aos poucos até o Natal.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Conversa pra boi dormir


Depois de me revirar na cama, resolvi assumir a insônia, ligar a computadora (já expliquei que meu computador é mulher, né...) e atualizar me blog. Pois bem, depois de me conectar à internet, até de fato escrever esta postagem, já estou com sono. Mas me recuso a dormir faltando uma hora para acordar. Dá muito mais preguiça pensar em ter que levantar morrendo de sono depois. E já que estou de férias... Recupero o sono à tarde, por que não?
Mas já que o tema é esse... Lembremos minhas histórias de sonos, soninhos e sonecas. Já falei dos tipos de sono? Há o sono de corpo. É aquele em que o corpo pesa e sentimos necessidade imediata de repouso. Há o sono de olhos. Quando a mente continua acordada, mas os olhos pesam e querem se manter fechados. E há o sono de alma a um palmo acima do corpo. Nós sentimos a alma flutuando um pouquinho e é um soninho até gostoso, se estamos na cama. Mas qualquer um desses tipos é torturante em situações em que estamos impedidos de dormir, como em uma festa barulhenta ou no meio da aula. Pois bem, hoje nenhum desses sonos vinha me visitar. Rolei de um lado pra outro da cama, o que na verdade é uma mentira, ou melhor, apenas uma expressão. Rolei nada, mas fiquei um bom tempo paradinha esperando o sono chegar.
É uma vergonha, mas há dias em que estou com soninho, cansadíssima, mas enrolo, enrolo, enrolo, por preguiça de dormir. Explico: preguiça de todo o ritual de antes de dormir, especialmente a escovação de dentes. E o pior é o que todo mundo já sabe: quando acabamos de escovar os dentes, perdemos o sono. Uma maldição.
Todo mundo sabe que adoro dormir com filhotes. Como diz a Marina, não há nada melhor do que dormir com um filhotinho de gato ou cachorro. Principalmente em dias frios. Mas acaba sendo uma tarefa impossível, pois a alergia não me deixa dormir. Em Goiânia, então, onde temos três gatos, passo a madrugada espirrando e coçando os olhos. Quando invento de dormir com meu gatinho aqui, acordo com os olhos inchados. Outro dia entendi o motivo, ao acordar no meio da madrugada com um gato lambendo meu olho. Mas de vez em quando me dou o luxo de dormir com meu gatinho, tomo um antialérgico e vou pra cama.
Enfim, hoje contei minhas histórias de sonos, soninhos e sonecas, como expliquei anteriormente. Na próxima insônia, me lembrem de escrever minha histórias de sonambulismo...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Dia estranho

Hoje passei o dia me sentindo esquisita. E não era aquele esquisito normal, em que me sinto fora do meu corpo. Hoje eu estava dentro. E com dor de cabeça, tontura e um pouco de angústia. Fiz muitas trapalhadas, dormi à tarde pra ver se melhorava, fiquei com fome, comi e fiquei enjoada. A situação estava tão grave, que à noite tive que ser levada pro hospital. Pra quem não sabe, o meu hospital é o Yogoberry, onde tem o melhor frozen yogurt da cidade. Tomei sozinha um grande, de chá verde, com calda de maracujá, lichia e tangerina. Senti o efeito do remédio imediatamente. Já sou outra.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Já foi tão simples um dia...


Hoje a nossa professora, Maria Esmeralda, estava falando sobre atuar. Acreditar no faz-de-conta, entrar no jogo. Fazíamos tanto isso na infância... Um dia o acreditar torna-se artificial e temos que aprender a ser crianças novamente. Bem, minha última brincadeira de boneca não faz muito tempo. Menos de uma semana, pra ser mais exata. Anos atrás era rotina diária. Mas a Marina não deixava barato. Apesar da minha vontade, as Barbies nunca tinham uma vidinha fútil de compras e felicidade. A Marina armava dramas e suspenses que dariam filmes. Tínhamos uma coleção de cachorrinhos em miniatura, cada qual com uma raça. Quando ela escolhia um deles para ser o cachorro da brincadeira, eu resistia. Não queria cachorro. Ela me prometia que não aconteceria nada trágico com ele. Eu acabava concordando, mas, ao longo da brincadeira, o bichinho ficava doente, morria. As pessoas desapareciam misteriosamente. A mãe tinha câncer. Eu chorava, sofria. Sabia que era faz-de-conta, mas entrava no jogo com toda minha alma. Hoje faço curso de teatro para aprender o que um dia foi tão natural: brincar.

domingo, 9 de novembro de 2008

A alergia e as alegrias


Para mim, o grande equívoco da natureza é a maldita alergia. Existe armadilha maior do que ter um corpo que reage negativamente a coisas deliciosas e encantadoras? Graças a deus, não tenho restrições a nenhum alimento. Mas tenho muita alergia de cães e gatos. E os adoro. Tenho um desejo irresistível de me aproximar, pegar, brincar, fazer carinho. Mas as consequências são infernais: sentir a garganta arranhando, espirrar, ficar empolada e com coceira, ter o olho irritado. Isso tem me feito pensar duas vezes antes de me aproximar de um bicho. Ao passear em shoppings, não entro mais nos pet shops. Mas, quando aquele gatinho se aproxima manhoso se esfregando todo em mim, não resisto. Abraço, aperto, me esfrego.
Mas ultimamente tenho pensado que esse grande mal, a alergia, retrata muito bem as alegrias, em especial o amor. Pois o amor é tão ambíguo quanto. Existe a parte irresistível, deliciosa, infinitamente doce. Mas não existe amor sem o depósito de uma grande energia, aquilo que damos de nós e que nos é sacrificante, dolorido. Para que o amor se efetive, damos algo de visceral. O ronronar, mas o espirro. Tudo junto. E é assim que se ama. Mas enfrentamos as consequências. Aceitamos espirrar, coçar, empolar, porque sabemos que vale a pena.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Trabalho, eu faço no meu tempo e no meu ritmo. Mas o ócio - coisa séria -, com ele sou extremamente regrada. Ócio é sagrado.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sob nova direção

Esses dias estou me arriscando a dirigir aqui no Rio. Além de me perder por toda a cidade, descubro novas normas de trânsito. Por exemplo, descobri que, aqui na cidade, ficar com o pisca-alerta ligado torna o carro invisível. Quando o carro está nesse estado, tudo é permitido: estacionar em lugar errado, parar no meio da rua, andar pelo acostamento. Aprendi rápido. E, é claro, não pude deixar de usar esse recurso carioca. É vero: tem facilitado bastante minha vida.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O sexo dos objetos

Diferentemente do que se pensa, objetos não são seres assexuados. Percebi isso ao constatar que estou cercada por objetos femininos, ou melhor, objetas. Uma computadora, uma celulara, uma carra e até uma dvdéia. Tive que conviver com muitas. No início, quando eu não sabia essa verdade sobre as coisas, me impacientava com elas. Minha mãe dizia: "Lian, os objetos são como as pessoas. Têm suas crises de humor, seus altos e baixos. O melhor a fazer é se acalmar, que logo ele volta a funcionar". E assim acontecia. Mas os altos e baixos de alguns objetos eram tão frequentes, que estes não poderiam se assemelhar simplesmente a uma pessoa, mas a um tipo de pessoa muito específico: as mulheres. De lua, imprevisíveis, com crises de humor e temperamentais. A computadora, que, quanto mais se estressava com ela, mais birra fazia. Apenas com carinho e muita conversa, voltava a funcionar. As celularas que tive, que tinham um faro aguçado para coisas importantes e insistiam em me boicotar. Sentiam também as roubadas, como briguinhas e discussões, e corriam em meu socorro, desligando sozinhas, sem pudor, e ficando apagadas até o sangue esfriar. As objetas detestam se sentir pressionadas e resolvem travar ao menor sinal de urgência. Utilizá-las, portanto, em cima da hora, um erro fatal. Impaciento-me com elas, mas com um quê de condescendência, pois bem sei a quem puxaram.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Desejo


Eu queria que as pessoas ronronassem...

domingo, 12 de outubro de 2008

Dia das crianças


A criança que eu fui falava pouco e brincava muito. A criança que eu fui subia nas árvores, pendurava-se do lado de fora da sacada do terceiro andar e catava amoras e cajus no pé. A criança que eu fui chorava nas brincadeiras de Barbie porque o cachorrinho morria. Levava broncas por não conseguir verbalizar suas motivações. A criança que eu fui achava que dar uma volta no quarteirão era uma aventura. Ficava sem recreio porque não tinha feito a tarefa. Tinha cabelo de cuia e parecia um moleque, sempre arranhada e com cicatrizes. A criança que eu fui ganhava presentes do Papai Noel e do Coelho de Páscoa e se emocionava com o velhinho que se dedicava a alegrar as crianças na noite de Natal.

A criança que sou fala muito nos intervalos do silêncio. A criança que sou já não sobe em árvores, muros ou em qualquer lugar que não inspire muita confiança. A criança que sou procura saber onde está pisando. A criança que sou gosta de colo. A criança que sou não fala com estranhos. A criança que sou adora estar rodeada de outras crianças, grandes ou pequenas. Tem cabelo comprido e sem franja, mas se tiver um filho adorará que ele tenha cabelo de cuia.

A criança que fui sentia-se perdida em um mundo que ela tão pouco ou nada compreendia. A criança que sou, também.

sábado, 11 de outubro de 2008

Here comes the sun...

Depois de praticamente um mês de chuva, frio e escuridão, hoje o sol nasceu lindo!!! O dia, clarinho e amarelo. Fomos à praia e curtimos uma manhã de sol, mar, ventinho, queijo coalho, mate, só faltou o sucolé...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Família, família...


No último final de semana estive em São Paulo para ver minha família e, em especial, comemorar o aniversário da minha priminha, Priscilla. Foram dias divertidos, de comer na Liberdade, comer a comida da Tia Stella, tomar açaí, comer de novo na Liberdade... Afinal, o que faz uma família chinesa, e, principalmente a minha família, reunida, senão comer? No dia 5 foi o aniversário da Pri. A tia Stella decidiu fazer só um bolo para partirmos, mas foram chegando amiguinhos e mais amiguinhos e acabou virando uma festa superdivertida. Fiquei rouca de tanto gritar junto com a criançada. E a Priscilla... acho lindo como ela valoriza as coisas... No final da festa, sentou no colo da mãe e agradeceu: "Mommy, it was my best birthday! I had so much fun! Thank you!" ... E ficou repetindo até a Tia Stella dizer que não precisava agradecer a noite inteira!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Ontem chorei feito neném. Sentia um medo enorme de algumas coisas concretas e outras nem tanto assim. Saudades de muitas pessoas, de meus pais, o que foi aflorado por eu ter conversado com minha mãe ao telefone, saudades dos meus amigos, saudades dessa sensação de ter laços. Queria tranferir a Júlia, a Maria cristina, a Érika, enfim, minhas grandes amigas aqui para o Rio. Cada uma morando em um apartamento no mesmo prédio. Às vezes sinto que não tenho amigos, amigos pra valer, aqui. Sei que é injusto porque, afinal, as meninas do pensionato se tornaram minha família carioca. Mas, também, agora parece que faz tanto tempo que não as vejo, que não ficamos conversando, comendo ou marcando bobeira... Hoje acho que meus amigos captaram, de alguma forma o sinal. Chegou mensagem da Leilane, da Ingrid, do Nel. Meus amigos reaparecendo e me dando uma base, após um sobrevôo de leve.

sábado, 20 de setembro de 2008

Sofisma


Esses dias satisfiz um grande prazer que tenho: debater. A professora Esmeralda pediu que propuséssemos alguns temas e votássemos nos mais interessantes, excluindo aqueles que eram menos votados. Acabaram sobrando dois temas: drogas e adoção por homossexuais. Fiquei decepcionada, pois nenhum desses assuntos me despertava, a princípio, vontade de discutir. Fiquei no grupo a favor da adoção, mas, pra meu desespero, ela ainda resolve inverter nossos posicionamentos. Ou seja, acabei tendo que defender a visão contrária à adoção de crianças por casais homossexuais. Fiquei meio travada no início, pensando que não teria argumentos, senão repetir aqueles discursos que estamos cansados de ouvir, mas que não colam. Acabei entrando no debate contra-argumentando o outro grupo e as coisas acabaram fluindo bem. É verdade que, pra cada argumento meu, eu pensava em mil contra-argumentos, mas falava com convicção aqueles monte de baboseiras em que, no fundo, eu não conseguiria acreditar. Por incrível que pareça, nosso grupo ainda se saiu o vencedor. Fiquei me sentindo a verdadeira sofista.

Aí quem me conhece bem vai se perguntar: "Ué, mas a Lian não acredita na diferença entre filosofia e sofisma!" É verdade. Explico-me: Considerando (e eu considero) que não há um olhar absoluto sobre o mundo e que não há uma verdade que transcenda os jogos de linguagem, então a verdade que os filósofos ( socráticos e derivados) dizem procurar não existe. Se essa verdade não existe, morre o fundamento de toda a diferenciação entre o filósofo e o sofista, o que faz com que filosofia e sofisma sejam a mesmíssima coisa. Voltando à história do debate, vocês se perguntarão por que, então, eu afirmei ter me sentido uma sofista.

Bem, existe uma verdade, que está longe de ser uma verdade absoluta, mas que é nossa verdade. São as coisas em que acreditamos, o nosso mundo possível, nosso jogo de linguagem particular. E, ao defender uma posição antagônica à que tenho, tive que mobilizar minha capacidade argumentativa em prol de algo contrário àquela verdade do meu mundo. Não vou dizer que fiquei com peso na consciência ou que me senti suja. Longe de mim. Na realidade, me diverti muito entrando nesse outro jogo. Senti-me como nas aulas de Lógica, em que brincava com algo que, pelo menos para mim, não tinha a mínima obrigação de dizer a respeito do mundo ou de revelar essências, mas que estava lá, com suas regras e suas peças. Mas não vamos entrar em mais um jogo de linguagem, não por hoje.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Agenda

Depois de esquecer minha agenda na aula, hoje tive que passar o dia sem ela. Acordei preocupada, pois não tinha o endereço do meu compromisso. Ainda bem que ainda existe a agenda do celular, em que há os números de telefone de que eu precisava. Acho que foi a Lya Luft que falou que as agendas existem para armazenarmos aquilo que não armazenamos no coração. É verdade. Difícil esquecer os compromissos que nos emocionam. No meu caso, a agenda é essencial para exteriorizar o que eu não quero manter na cabeça. As preocupações vão pro papel, assim não preciso parar para lembrar tudo o que tenho de fazer. Uma muleta. Eu me oriento através dela, leio os horários, os endereços, me programo. Por hoje, improvisei uma agendinha, quer dizer, um pedaço de papel com os horários e endereços, que seguiu em minha bolsa durante todo o dia. Mas aí percebo que a agenda não está tão distante das coisas do coração. Porque na minha rotina ficou um pouco do que posso dar de mim. E com essa agenda, tenho noção das coisas que fiz e das que planejo fazer. É lá que desenho os mapas dos lugares em que me desoriento. Anoto coisas vãs. Escrevo dados das pessoas com quem encontro. E esses rabiscos não me entregam, mas, implicitamente, marcam meus contornos. Eu sou minha rotina.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Panda!!!


Tenho um mais novo bebê... O gatinho Panda! Ele é lindo e chegou com um jeitinho assustado. Ficou escondido no banheiro e queria entrar em todo buraco que encontrasse. Tudo tinha que ser feito com muita delicadeza para não assustá-lo. Os movimentos tinham que ser leves e as vozes sussurrantes. Consegui arrancá-lo dos buracos e trazê-lo para junto de mim. Dormi com ele até o horário da dança. Depois ele começou a se sentir mais à vontade e à noite já estava brincando.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

O eterno retorno


Mais uma vez, estou aqui em minha cidade natal. Desta vez, após o período mais longo fora, desde que me mudei para o Rio. Goiânia vai adquirindo uma cara nostálgica. Por onde ando, sinto que percorro meu passado. Cada lugar tem um aspecto familiar. Minhas experiências estão aqui, deparo-me com elas a cada esquina. Encontro minha infância, minha adolescência e um pouco da minha vida adulta, que ainda me parece mal-iniciada. Em cada canto encontro rostos familiares. Não são pessoas necessariamente conhecidas. Mas são aquelas caras que vi tantas vezes por aí, muitas delas das escolas em que estudei, outras de lugares que frequentei. E vejo tantas coisas que me pareciam comuns com um olhar de estranhamento.
Algumas coisas são estranhas mesmo, principalmente os caminhos (literalmente). Estranho as mudanças na cidade, o viaduto recém construído na Praça do Chafariz, a mudança de mão de várias ruas, incluindo a minha. Vejo galerias que não existiam meses atrás. E sinto a falta de lugares que não mais existem. Tenho no fundo um desejo de que Goiânia não mude, de que tudo fique igualzinho ao que era quando parti. Para que eu possa, periodicamente, voltar e ter as sensações do passado, em um eterno retorno. Queria seguir em frente, mas com meu passado me esperando bonitinho, aberto para visitação.
Reencontro meus gatos e, como se pode conferir na foto, até eles mudaram. O João, coitado, foi tosado. Ri muito dele quando o vi assim. Até o Miki o estranhou e fica batendo nele. Os dois engordaram após a castração. Só o Rafinha permanece igual. O João, mais carinhoso do que o normal. De acordo com a Marina, a tosa o deixou mais carente, ao baixar sua auto-estima. O Miki, como sempre que volto, passa um tempo fugindo até se reacostumar comigo. Apenas agora ele está recomeçando a fazer suas graças. Dormiu comigo esta noite. E o Rafinha, como sempre, normal.
Nesta vinda não consegui fazer metade dos programas de que, normalmente, faço questão. Não visitei as feirinhas, não comi pamonha, não fui à cachaçaria, não comi cachapa, não brinquei, não fiz sarau, não comi comida de Pirenópolis, não visitei o ateliê do meu pai na Aldeia do Vale... Mas, sim, fiz reuniãozinha de menininhas de saia. Sim, comi a panqueca de frango com pequi que adoro. Sim, encontrei minha prima de alma, a Taís, no aniversário dela e no Ambientar. Sim, almocei no Grego com meus pais. Sim, fizemos fondue na casa da paula. Sim, brinquei com os sobrinhos da Júlia. Sim, fui ao rodízio de crepe com meus amigos. Amanhã volto ao Rio e, até lá, espero acrescentar mais "sins" à minha lista.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Convite

Estou em Goiânia!!!! E pra quem estiver aqui também, convido para a exposição do meu pai, na próxima terça-feira, às 20h!

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

"Destino" compacto


Segunda-feira assisti à apresentação de versão compactada do filme "Destino"... Fiquei mais curiosa e ansiosa pelo lançamento do filme...

domingo, 24 de agosto de 2008

Os altos

Entre os altos e baixos desta semana, só vou falar dos altos... A primeira grande coisa foi encontrar a Georgia e o Leo. Combinamos de almoçar no Chaika e depois ainda fomos comer um docinho na Confeitaria Colombo. Uma delícia encontrar essa amiga (está bem, o docinho também estava um delícia), colocar as novidades em dia... No sábado nos vimos novamente, desta vez em Nilópolis. Finalmente conheci meu sobrinho lindo, fiquei encantada. Ainda por cima, ele é exatamente como eu havia previsto que seria. Estou ansiosa para encontrá-lo novamente em Goiânia. É, vou conseguir passar uns diazinhos na minha cidade na próxima semana. Mais tarde fomos assistir à peça da minha professora, "Sub: Werther", baseada em "Os sofrimentos do jovem Werther", de Goethe. Hoje continuamos a maratona e fomos ao Canecão, assistir o "Circo acrobático da China". Fiquei maravilhada. Não dá pra descrever, é surpreendente. Por fim, assisti a "Descoberta das Américas", também magnífico. Pra passar inveja na Érika e fazê-la voltar pro Rio!!

domingo, 17 de agosto de 2008

Dia de sol


Neste final de semana, como a Lê tinha que estudar, São Pedro mandou um solzão. Ele apenas não contava que mudássemos de planos... Resolvemos ir à praia, estudar sentindo o ventinho e o cheirinho do mar, debaixo de um guarda-sol, tomando água de coco. Bem melhor. O único inconveniente foi ter molhado o livro de ciências dela. Mas como a matéria era "Água", decidimos, depois de estudar a teoria, conferir tudo na prática. Entramos no mar e aprendemos a importância da água na nossa vida. Foi delicioso. A Lê ainda levou uns caixotes e tentava me levar junto para onde as ondas quebravam. Mas eu não ia e tinha que socorrê-la toda hora que ela aparecia cega da água do mar nos olhos.

Tomamos o famoso sucolé, um de maracujá e outro de morango... Na verdade, nem consegui tomar o meu, porque a Lê roubou os dois (a foto está de prova)*! No caminho de volta, ainda vimos uma cena suuuper legal. Uma mulher linda, bem-vestida, com cara de rica fresca, ao passar por uma tentativa de furto, gritando com um garoto: "Eu te encho de porrada!!!!" Super poderosa! Enfim, tivemos um ótimo dia!

*Na verdade, a Lê não roubou meu sucolé... os dois acabaram sobrando é pra mim. Eu, claro, como sou muito altruísta, fiz o sacrifício de tomá-los.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Retomando...


Agora que finalmente tirei um tempinho para meu blog, vou falar das coisas que fiz nos últimos dias. No sábado eu escrevi que iria para a praia no dia seguinte. Pois bem, fomos. O dia amanheceu nublado e chuvoso. Mas, como decidi que queria ir a Grumari e pronto, lá fomos nós. Não preciso dizer que éramos as únicas almas vivas do local. Durante o caminho inteiro eu tive esperança de que "mais pra lá da estrada" estaria um lindo dia aberto. Não estava. O que fazer? Tiramos fotos "cult", fotos correndo, fotos pulando, balançando o cabelo, subindo na casinha. Voltamos para casa, jogamos War e mais tarde fomos ao teatro. Na manhã seguinte a Marina foi embora. E adivinha? Abriu um lindo dia ensolarado!
A outra novidade da semana foi o início das aulas na CAL. Adorei! Tive aula de corpo, de interpretação, de voz, de canto e de história do teatro. Gostei muito de todas as professoras, e a turma também parece ser bem bacana.
Ah, a Júlia defendeu ontem o mestrado dela! Como eu já previa, a defesa foi um sucesso. Pena eu não poder estar lá para assistir...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Semana de aulas

Esta semana começaram minhas aulas na CAL. Estou amando!!!! As professoras são ótimas e estou bem empolgada.

sábado, 9 de agosto de 2008

Passeios

Esta semana tem sido meio corrida, com a presença da Marina aqui no Rio. Estamos aproveitando como podemos para passearmos. Fomos visitar as igrejas, Santa Teresa, o Jardim Botânico, a Ilha Fiscal, etc. Descobrimos restaurantes maravilhosos e também comemos naqueles fast-foods básicos que amamos: KFC e Outback, este último com as meninas do pensionato, um clássico entre nós. Hoje fomos com ela ao congresso de veterinária e ficamos encantadas com os gatos lindos em exposição. Depois fomos ao concerto de violoncelo. Amanhã vamos à praia e, de acordo com a Ingrid, temos que colocar sal na janela para atrair o sol, que nessa semana ainda não apareceu.

sábado, 2 de agosto de 2008

Museu de Imagens do Inconsciente

Ontem planejamos ir de manhãzinha ao Museu de Imagens do Inconsciente, laaaaaaaaá no Engenho de Dentro. Confesso: não conseguimos acordar. Então, só depois do almoço lá fomos nós, Rio de Janeiro afora procurar o tal museu. Eu com um monte de mapas na mão. Não ajudei muito. Por duas vezes passamos nas ruas do museu e eu, sem saber, não conseguia nem encontrá-las no mapa. Depois de algumas voltas, chegamos.

Desde que me mudei para o Rio, morro de vontade de conhecer o lugar. Na verdade meu interesse pela Nise da Silveira vem desde o início da década de 90, quando li uma entrevista dela na Marie Claire. Pra quem não sabe, a Nise foi uma das psiquiatras que encabeçaram o movimento anti-psiquiatria no Brasil. Inconformada com os métodos tradicionais dos hospitais psiquiátricos, como os choques e a lobotomia, Nise se voltou para um tratamento através de um olhar mais humano, das artes, do contato com animais de estimação. Era através de expressões artísticas que os esquizofrêncios estabeleciam relações entre o mundo externo e aquele outro, interno.

As obras pintadas pelos internos são impressionantes, tanto como manifestações estéticas, como por conter intrigantes questões não só para a psiquiatria, mas para tudo aquilo que tange o ser humano. Seguidora de Jung, Nise aponta relações entre as telas pintadas pelos pacientes, suas histórias pessoais e mitos com que esses artistas nunca tiveram contato, mas retratavam fielmente. Adelina Gomes era uma das internas do hospital, cuja obra é hoje amplamente reconhecida e estudada. Sua mãe era extremamente controladora, e Adelina acabava abrindo mão de seus desejos para satisfazer aos maternos. Certa vez, apaixonou-se por um rapaz, mas a mãe proibiu o namoro. Adelina acabou cedendo, mas foi ficando triste, calada. Um dia, em um surto, estrangulou o próprio gato. Foi internada no mesmo dia. Um tema comum na pintura de Adelina é a mulher transmutada em flor. Inúmeras telas com mulheres-flores foram pintadas por ela. Adelina não conhecia o mito de Dafne, segundo o qual a ninfa, fugindo do amor de Apolo, acaba por ser transformada em um loureiro. São inúmeros os exemplos semelhantes, em que artistas retratam mitos análogos à própria história, sem ao menos terem conhecimento deles. Nise se apóia em Jung para explicar as "coincidências" com os arquétipos coletivos.

Não bastasse a visita ao museu ser uma experiência única, ainda fomos privilegiados, ao nos abrirem portas usualmente fechadas aos outros visitantes. Entramos em salas e salas que continham o acervo guardado do museu. Um acervo imenso, que merece atenção e estudo. Porém é preciso ressaltar que muitas das obras ali não podem ser vistas apenas como material terapêutico, ou "arte de loucos". São materiais reconhecidamente denominados obra de arte. Emydgio de Barros, um dos internos e artistas, por exemplo, foi chamado por Ferreira Gullar de gênio. Ainda por cima encontrei o livro que eu procurava há tempos, "Imagens do Inconsciente", já esgotado. Está certo, o exemplar-raridade que estava lá no museu à minha espera está em francês. Parte da pequena edição que fizeram na exposição da França. Tudo bem, além de ler sobre esse assunto interessantíssimo, ainda pratico meu francês, já bem enferrujadinho, por sinal.

terça-feira, 29 de julho de 2008

A delicadeza dos motoristas de caminhão

Não sei por que estou falando disso logo hoje. Mas anos atrás, ao fazer uma viagem de carro, comecei a observar a dinâmica das estradas. O assunto me era totalmente estranho, já que costumo ser desligada quanto a esse tipo de questão. Só descobri que existe seta, luz baixa, luz alta e pisca-alerta, por exemplo, nas aulas de auto-escola. Enfim, ao observar o comportamento dos motoristas, descobri algo que me surpreendeu: os motoristas, principalmente os caminhoneiros, têm uma forma de comunicar e cooperar entre si. Eles dão seta para avisar que o outro carro pode ultrapassá-lo, para comunicar que a ultrapassagem é inviável, mudam de pista para auxiliar o outro veículo. Fiquei maravilhada com a descoberta. Em um mundo em que atributos como gentileza e delicadeza fazem tanta falta, é encantador encontrá-los onde menos se espera.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

O fazer coisinhas


Fazer coisinhas é uma arte. Não é exatamente fazer tricô, nem découpage, nem scrapbook. É a vontade de fazer tudo isso e depositar um carinho em cada objeto feito. A minha história com coisinhas vem de longa data. Desde que eu me entendo por gente, quando tentava reproduzir as instruções do livro "Fazendo e brincando", da coleção "O mundo da criança". Também adorava aqueles programas de tv que ensinavam a fazer objetos de sucata. A algumas coisinhas eu resisti durante bom tempo, por puro preconceito. Na adolescência, via as mães fazerem tapetes enquanto esperavam os filhos na natação. Morria de vontade de fazer. Mas essa atividade, assim como tricô, crochê e bordado, eram vistas por mim como coisas de dona-de-casa. Anos depois aprendi a fazer tricô com minha avó. Fiz um cachecol, dei de presente e nunca mais toquei naquelas agulhas.
Também já tive a minha fase de ponto-cruz, de móbiles de origami, de tentar aprender macramê e de começar um tapete. Inventei de fazer um tapete gigante, mas ele era quase infinito. Não importava o quanto eu bordava, sempre faltava um pedaço imenso. Ainda por cima, soltava tantos fiapos, que tornava a atividade impossível, por causa da minha alergia.
Na faculdade, conheci a Júlia, que também tivera uma infância com "O mundo da criança". Juntas, fizemos curso de crochê em barbante, para aprendermos a fazer aquelas bolsas de bicho-grilo e morríamos de rir da aula, cheia de velhinhas, cujo assunto eram as próprias avós. Também nos divertíamos quando recebíamos recado em casa: "Sua professora de crochê ligou convidando para a festinha da turma". Também pintávamos quadros, fazíamos scrapbook e tivemos uma oficina de caixinhas. Passávamos noites pintando e colando guardanapos em caixinhas, fazendo porta-cartas, porta-ovos, porta-lápis. Enfim, não faltava com o que portar as coisas. Tivemos momentos memoráveis, como o diálogo com o Marcelo, quando o convidamos pra fazer origami com a gente:
Marcelo: Podem fazer, vou ficar só olhando.
Lian: Você não gosta de fazer coisinhas?
Marcelo: Não.
Lian: Nenhum tipo de coisinha?
Marcelo: Não.
Lian: Ué, mas você pinta!
Marcelo: É.
Lian: Então você faz coisinha!
Marcelo: Ah, tá. Eu não sabia o que "coisinhas" abrangia!
Depois me prometi fazer uma bolsa de patchwork quando entrasse no mestrado. Entrei, saí, e a bolsa, nada. Aqui no Rio, ficava horas fazendo scrapbook com a Érika. O resultado são álbuns e álbuns. Um mais geral, outro com detalhes, outro de viagem, um de receitas... E também fazíamos filminhos.
Enfim, minhas últimas coisinhas são o cachecol e a faixinha de cabelo da foto, feitos com tear de prego, e uma touca de cabelo, de crochê.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Sampa


Foi bom passar uns dias em casa, mesmo que, tecnicamente, São Paulo nunca tenha sido minha casa. Ainda assim a casa da Tia Stella tem aquele gostinho de lar, com bate-papo até de madrugada, chazinho, comida chinesa. Consegui reencontrar meus pais, tios e primos. Aprendi a fazer tricô com tear de prego, crochê e bolo de banana. Fiz um cachecol, uma faixa de cabelo e uma touca. Foram apenas cinco dias, mas o suficiente pra me fazer recordar quais as coisas mais importantes na vida.

sábado, 12 de julho de 2008

Anjo da guarda em ação


Ainda bem que eu tenho um super anjo da guarda que me protege de tudo, inclusive de mim mesma. Hoje quando eu estava na CAL, esperando a aula começar, resolvi sentar em um murinho que era mais ou menos baixo do meu lado, mas alto do outro lado. Pulei lá em cima e, quando ergui as pernas para me ajeitar, eis que caio do outro lado. No infinito de tempo desse percurso vertical já fui pensando que desta vez quebraria alguma coisa, pois estava caindo do alto e ainda com as pernas para cima. Enfim, me virei de um jeito que mal acreditei, continuei inteira, só com uns poucos arranhões no braço. Meu anjo da guarda realmente merece um prêmio...

quinta-feira, 3 de julho de 2008

3 de julho

Eu devia ter uns cinco anos de idade, não sei com precisão. Estávamos no carro, meu pai dirigindo, eu, minha irmã e outra amiguinha no banco de trás. O nome dela era Nádia, e uma das poucas coisas que eu sabia sobre ela era que ela não tinha pai. Não era preciso saber muita coisa, afinal, na infância, basta o fato de a outra pessoa também ser criança para se tornar sua amiga. Ela frequentava nossa casa e brincávamos. Quer dizer, na maioria das vezes, ela e minha irmã brincavam de fugir de mim, como se faz com as caçulas. Mas voltando àquele dia no carro...

Eu, levianamente, falei cantando: "A Nádia não tem paaai!", ao que meu pai imediatamente me repreendeu. Com toda razão, é claro. O que ninguém soube eram as minhas razões para falar aquilo. Eu não tinha a mínima intenção de magoar a outra garota e, na minha pouca idade, nem pensei que aquilo aconteceria. Na verdade aquela provocação não tinha nada a ver com a menina. Mas, quando eu disse que ela não tinha pai, o que eu queria era, indiretamente, fazer uma declaração de amor ao meu pai. Queria que ele percebesse o quanto eu me orgulhava de tê-lo em minha vida e o quanto eu o amava.

Passaram-se muitos anos e aprendi a me expressar um pouco melhor, embora ainda possa magoar pessoas sem querer. Mas hoje, que sei falar com um pouco mais de clareza, e que é aniversário do meu pai, aproveito para dizer: Pai, tenho o maior orgulho de ser sua filha. Amo você incondicionalmente.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Minha (quase) primeira sombrinha

Se eu disser que é minha primeira, primeiríssima, sombrinha, não estarei dizendo bem a verdade. Pois houve uma outra, que eu comprei em Pequim, para visitar a Cidade Proibida. Cada um de nós comprou uma sombrinha ao descer do taxi, para enfrentar a fila debaixo da chuva. Depois ela ficou para sempre abandonada no hotel.

Mas esta agora é a primeira que compro assim, sozinha, por livre e espontânea vontade. E que provavelmente me abandonará primeiro. Sempre me recusei a comprar sombrinhas e guarda-chuvas, porque eu tinha uma teoria: "Quando a chuva é fraca, não tem necessidade. Quando a chuva é forte, não adianta." Mas, descendo do metrô no outro dia, começou a chover, havia um homem vendendo sombrinhas na saída, acabei comprando. E descobri que, para chuvas médias, ela quebra um galhão. Ontem, por exemplo, resolvi colocá-la na bolsa antes de sair de casa. Quando começou a chover, fiquei contente. Pela primeira vez, eu estava prevenida.

Ah, também descobri um ótimo uso para minha sombrinha! É assim: estou andando na rua, me protegendo da chuva normalmente. Mas se algum homem fica olhando de um jeito que eu não goste, aponto a sombrinha na direção dele. Além de cobrir meu rosto, ainda dá uma guarda-chuvada na cara dele, se ele se aproximar!!

Esperta mesmo era minha irmã, que desde criancinha andava de um lado pro outro com seu guarda-chuvinha amarelo, fosse para se proteger do sol, da chuva, ou de outras crianças.

sábado, 21 de junho de 2008

O céu de Copacabana

Hoje, quando o metrô abriu, eu já estava na porta esperando. Peguei o trem vazio, para estar em Copacabana às 5h30 da manhã. Eu sei, ninguém merece acordar tão cedo para trabalhar. E eu estava pensando nisso, quando cheguei ao posto 6, ainda sonolenta. Mas aquele céu... Pena eu não ter tirado uma foto para comprovar. Nuvens lilases no céu vermelho. Eu vi o sol nascendo na praia. Uma bola redonda refletida no mar, parecendo aquelas pinturas cafonas. Mas não era.

sábado, 14 de junho de 2008

Pré-estréia e Santa Teresa




Hoje o pensionato acordou cedo para a pré-estréia do filme "O guerreiro Didi e a ninja Lili". Adorei me ver pela primeira vez na telona e também rever a equipe.


Depois almoçamos e seguimos para Santa Teresa. Passeamos pelas lojinhas de artesanato e também foi muito gostoso.

sábado, 7 de junho de 2008

Histórias de taxista

A variação urbana para as histórias de pescadores são as histórias de taxistas. Ontem entrei no taxi e fiquei papeando com o motorista, um paulista que mora no Rio, filho de marroquinos, descendentes de italianos e espanhóis. Falávamos sobre o mau atendimento por parte de alguns caixas de supermercado. Olha a história que ele me contou:

Ele fez compras e, como troco, recebeu três reais e oitenta centavos em moedas de dez centavos. Ao que ele reclamou, a moça do caixa retrucou grosseiramente: "Se você não quer, me dá". Ele aceitou as moedas e foi para casa.

Ao longo de um tempo, ele ficou juntando inúmeras moedas de um centavo. Através de pessoas que ele conhecia, que trabalhavam em bancos e coisas do tipo, foi trocando dinheiro por moedas de um centavo. Um dia ele voltou ao supermercado, fez uma compra de quinhentos reais e entregou um grande saco de moedas como pagamento. Quando a moça questionou, ele disse: "Lembra dos 3,80 em moedas de dez centavos que você me deu de troco? Estou pagando em moedas de um centavo." A moça fez um escândalo, disse que ia chamar a polícia e chamou o gerente. Explicada a situação, o gerente disse que ela seria demitida, pela atitude que teve com o cliente. E completou: "Ele pagou na mesma moeda". O taxista corrigiu: "Na mesma moeda não. Paguei em moeda menor".

sexta-feira, 6 de junho de 2008

De volta ao mundo


Pensei que conseguiria respirar após o mestrado, mas até agora não tive descanso. Passei a semana vivendo o comercial da Unimed. Foram três dias de ensaio, mais dois de gravações, com uma equipe super bacana e elenco talentoso. Pra variar, acabei virando a rainha dos baixinhos. Entre as gravações, eu acabava tendo que brincar de pique-pega, girar criança no colo e jogar bola. E tem coisa melhor do que ficar com essa meninada fofa?

sábado, 31 de maio de 2008

ENFIM MESTRE!!!

A defesa do mestrado foi super tranquila. Agora, seguir em frente...

domingo, 25 de maio de 2008

Teatro Mágico


Conheci o Teatro Mágico através da Luana. Fiquei atraída pelo ritmo gostoso com as letras bem escritas. A cada música nova que eu conhecia, mais me apaixonava. Sexta-feira teve show deles no Circo Voador. Lá fomos nós. Entrei rapidamente e acabei perdendo as pessoas pintando o rosto. Uma pena. Queria ter pintado o meu. Mas isso não me impediu de pegar um narizinho de palhaço lá dentro.
Havia uma lojinha com os cds, dvds, livro, adesivo, camisetas da banda. Comprei um cd com 18 músicas por 5 reais. Isso mesmo, cinco reais!!
Os artistas, todos com o rosto pintado. Já no início, Fernando Anitelli, cantor e compositor de praticamente todas as belíssimas músicas, nos avisou de que não se tratava de um show, mas de um encontro em que pessoas especiais podiam celebrar a vida. Um sarau. Só um show com aquelas músicas já seria ótimo. Mas não. Havia declamação de poemas. Havia espetáculo de palhaço, malabaristas, mímicos. Havia o envolvimento da multidão, absorvida até demais. O público cantava, vibrava, declamava em voz alta os poemas junto com Fernando.
No fim, ele anunciou que todas suas músicas estavam disponíveis na internet, que ele afirmava ser o único meio democrático atualmente. E que também havia cds à venda na lojinha. Mas recomendou: "Se não tiverem dinheiro aqui, pirateiem sem culpa!"
Taí uma galera que sabe usar as tecnologias digitais pra promover um encontro do lado mais humano dos humanos. Lindo demais!

Ilha de Paquetá


Eu me lembrava muito vagamente de lá. De andar de bicicleta, cair, machucar. Poderia ter sido em qualquer cidade, em qualquer lugar. Não era. Outro dia perguntei à minha mãe se eu já estive em Paquetá. Ela respondeu que sim. Era de lá aquela imagem distante da infância.
Pegamos quase uma hora de barca e eu dormi durante o trajeto inteiro. Na chegada, a primeira coisa que quis fazer foi alugar uma bicicleta, apesar de também haver quadricliclos, pedalinhos, charretes. Fazia anos que eu não subia em uma bicicleta. Mas como quem aprende nunca esquece...
Que delícia pedalar pela orla, vendo o mar com pedras gigantes. Sentir o vento no rosto, ver os cachorros preguiçosos e as crianças soltando pipas. Melhor do que na lembrança. Preciso urgentemente de uma bicicleta e um par de patins.

domingo, 18 de maio de 2008

Medo antigo


Não é de hoje que os desentendimentos marcam minha vida. Não é de hoje esse medo de perder as pessoas que eu amo e a sensação de eterna partida...


Quando eu era criança, tinha medo de ser levada embora. Medo de ficar longe da minha família, de ficar desamparada. Acho que é o medo primeiro de toda criança. Mas eu tinha motivos. Ou, pelo menos, acreditava neles.


Desde que me entendo por gente, a pessoa "da creche" tocava a campainha de casa. Minha mãe atendia e pagava uma quantia. Era uma doação para a LBV, mas isso eu não entendia.


Um dia minha mãe foi embora. Ela foi fazer seu doutorado no Rio de Janeiro e vinha mensalmente nos visitar. Ficamos em Goiânia com meu pai.


Mas as visitas da "creche" não cessaram. Periodicamente, alguém tocava a campainha e meu pai se aborrecia. Tinha que pagar "a creche". Eu tentava entender do que se tratava. E o modo como as coisas se encaixaram na minha cabeça foi o seguinte:


"Minha mãe foi embora. Eles (nunca tive clareza de quem eram "eles", algo como o "governo" ou um poder superior) não vão nos deixar morar com meu pai. Vão nos levar embora, para a creche. Por isso meu pai tem que pagar uma taxa periodicamente e por isso ele se aborrece, pois não quer que nos levem embora."


A cada visita da "creche", eu me escondia em um canto, pensando que seria desta vez que eles me levariam. Não era. E eu respirava aliviada, mas sempre com medo da próxima vez.


Quando minha mãe voltou a morar em Goiânia, eu já tinha crescido o suficiente para entender que aquela "creche" era a LBV. E que a quantia paga não era nada mais além de doações.


Mas esse medo de ir embora, esse medo de perder as pessoas que amo... nunca passou.

sábado, 10 de maio de 2008

Mais aniversário

Nada melhor em um aniversário do que perder anos, perder maturidade, seriedade, praticidade. Voltar à infância. Hoje foi um dia gostoso. Depois de almoçar com as meninas, convenci a Iasmine e a Mariana a comprarem álbuns de figurinhas. Quando voltamos, fiquei com Iasmine colando figurinhas e completando os álbuns com informações, preenchendo os passatempos. Depois fizemos o álbum do pensionato. Idéia da Ingrid. Desenhamos os cenários, fizemos figurinhas das pensionistas. E assim passamos a tarde. Desenhando, colorindo, recortando. Nesse aniversário, reduzi vinte anos.

Aniversário!!


Fui deixando maio entrar quase sem expectativas. Com a cabeça no lugar e os pés no chão do Rio de Janeiro. Deixei meu aniversário ir chegando sem fazer planos. Não queria sofrer ao perceber que é meu aniversário e estou só aqui, longe de tanta gente.
Ao voltar do almoço, ontem, a moça da recepção me entregou um pacote. Fiquei curiosa, pois não havia chegado pelo correio. Era um presentinho e uma cartinha da Lu. Muito lindos. Fiquei emocionada. Na verdade, ela havia deixado na recepção porque eu voltaria apenas no sábado. Mas os planos mudaram e acabei recebendo o presente um dia antes.
À noite, a Euri apareceu no meu quarto pedindo um ralador, depois queria uma tesoura. Eu subi duas vezes ao quarto da Ingrid, mas havia um bilhetinho na porta dizendo que ela havia ido buscar a Iasmine. Achei essa busca muito demorada e tive que substituir o sucolé por um picolé. Depois a Euri apareceu me chamando pro quarto da Karine. Lá fui eu, inocentemente e de pijama. Quando abrimos a porta do elevador, as meninas estavam todas lá, com chapeuzinhos de Pocahontas, cantando Parabéns. Tinha balão, pirulito, língua de sogra, pipoca, cachorro-quente, brigadeiro, bolo.
Definitivamente, não estou sozinha.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Vida nem tão mansa assim


Esta é a paisagem do hotel-fazenda onde eu estava hospedada desde segunda-feira para as últimas filmagens de "Destino". O lugar é realmente lindo, mas não é uma vida tão mansa assim. Esse solzinho da foto é pura enganação. O lugar é extremamente frio. Congelante. Acordar às 4h30 pra sair às 5h15 naquele gelo também não é nada fácil. Voltei ao Rio morrendo de saudade de um calorzinho. Mas domingo estarei de volta à fazenda. Com um casaco mais grosso, claro.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Pra quem tem saudade dos anos 80...

Se tiver alguém aí com saudade da infância nos anos 80, eu tenho uma dica: colecionar figurinhas! Acabei de comprar dois álbuns: "Motos" e "Barcode Kitties". Estou à procura de pessoas para trocar figurinhas.

E pra quem quer sentir o gostinho de infância, mas tem vergonha de comer papinhas Nestlé, descobri uma alternativa. Chama-se "Fruitier", se não me engano é da Batavo. É uma sobremesa de frutinhas batidas, parecidíssima com as papinhas de infância, mas com cara de comida de adulto. Uma delícia!

domingo, 4 de maio de 2008

LIVRE!!!


Entreguei hoje as cópias impressas da dissertação. Agora é só esperar a defesa. Ufa!!



domingo, 27 de abril de 2008

Eu e a tecnologia


Meu último amigo a fazer um blog, o Leon, escreveu um primeiro texto sobre a relação dele com as tecnologias. Algo que ia do computador ao porco, sei lá. Aí fiquei pensando no meu modo de lidar com as novas e as não tão novas tecnologias.
Pra começar, eu sempre tive uma relação conflituosa com meios de comunicação em geral. Adoro o máximo de contatos face a face e gosto da introspectividade das cartas, o que me causou certa aversão inicial a internet e celular.
Telefone, eu já não gostava. Amo conversar, papear, falar abobrinha, mas quando posso olhar para a cara da pessoa. O telefone tira de cena aspectos essenciais para uma boa comunhão: a linguagem corporal e também o silêncio. Quando estamos com alguém, as conversas são alternadas com momentos de silêncio, que enriquecem a cumplicidade e o entendimento mútuo. Pelo telefone, é necessário falar sem parar.
Conservadora que sou, me recusei a fazer um e-mail por algum tempo. Quando fiz intercâmbio nos Estados Unidos, em 99, me comunicava por carta. Escrevia pelo menos três cartas por semana, que demoravam uns quinze dias para chegar. Trocava cartas com todas as pessoas queridas, aqui no Brasil, e as notícias vinham sempre desatualizadas. Acho que foi em 2001 ou 2002 que fiz meu e-mail. Mesmo assim eu o utilizava apenas para questões de trabalho, mantendo as cartas para os contatos mais íntimos.
Celular, demorei a comprar. Achava invasiva a idéia de ser sempre encontrada. Todo mundo já me cobrava que eu tivesse um, pois nunca conseguiam falar comigo. Um dia passei na frente da loja e pensei "se eu não quiser, é só não atender". Entrei na loja e comprei meu primeiro aparelho. Quando mostrei em casa, pensaram que era de brinquedo. "A Lian com celular? Essa é nova!" Ainda assim, eu nunca atendia a uma ligação. Quando reclamavam, eu explicava que ele não tocava. É que eu o programara para apenas vibrar, mas como não o mantinha por perto... Eu segui à risca a história de não atendê-lo, na maioria das vezes nem quando queria. Ainda assim tive vontade de jogá-lo contra a parede inúmeras vezes. Me sentia sufocada ao pegá-lo e ver um monte de chamadas não atendidas. E era cobrada por todos, que achavam que eu tinha a obrigação de atendê-lo. Eu me explicava: "Eu o comprei com o meu dinheiro, para atender às minhas necessidades, não para ser controlada pelos outros."
Em Orkut e MSN eu era decidida a não me cadastrar nunca. Mas, ironicamente, minha linha de pesquisa no mestrado é justamente Novas Tecnologias. E meu projeto é especificamente sobre sociabilidade na internet. Resultado: entrei em ambos de má vontade. No início do MSN eu até curti um pouco. Hoje ele é praticamente aposentado, um inválido total. Pra quem não tem paciência pra conversar por telefone, imagina se vou ficar papeando por MSN. Orkut, entrei só pra fazer pesquisa, criei um perfil chamado "Mestranda UERJ", sem fotos, sem informações pessoais, apenas para entrar nas comunidades de meu interesse. Um dia encontrei uma comunidade da minha turma do colégio. Fiquei com vontade de participar e criei meu perfil atual, com fotos, nome, amigos.
O resultado de tudo isso: Aprendi que cada instrumento de comunicação se serve melhor a um tipo de uso. Escrevo longas cartas, selo e levo ao correio, para tratar de questões introspectivas, que não necessitem de urgência. Tem o toque, tem o capricho, tem o cuidado. Levo horas escrevendo cada uma, me abrindo, expondo a alma. E recebo cada uma com carinho. Utilizo o e-mail para avisos rápidos e questões práticas. Impossível ficar sem. Tem quebrado muitos galhos em minha vida. Orkut, uso-o para manter o contato com os amigos. É diferente do e-mail, porque enquanto este funciona para quando tenho um assunto para tratar, pelo Orkut posso simplesmente deixar um "oi", reforçando laços através de um convívio que não necessita de questões concretas. Celular? Ainda estou pagando pela minha avesrão inicial. Hoje é ele que não gosta muito de mim. Mas vamos aprendendo a conviver e um dia ele ainda vai ser bonzinho comigo, vocês vão ver só. Ah, quase me esqueço de falar do blog. É mais um jeito de manter as pessoas queridas próximas, sabendo do que se passa em minha vida. Também visito quase diariamente os blogs dos meus amigos, para me sentir próxima deles. Pena que algumas pessoas quase não os atualizem (isso é uma bronquinha para quem a carapuça servir)!
Enfim... internet vicia? Digamos que, desde que tenho internet no meu quarto, pelo menos minha postura e minha visão pioraram significativamente. Mas não, não me isolo para ficar na internet. Fico porque já estou isolada. Porque a maioria das pessoas que me são mais queridas estão longe. A internet me conecta ao mundo, possibilita que eu mantenha a convivência com tanta gente que me é cara. A prova disso é que, em Goiânia, o computador fica esquecido. Hoje eu falo ao celular, me comunico no Orkut e por e-mail. Mas, se eu pudesse, eu estaria em uma rodinha de amigos, com um violão, uma comidinha, ou simplesmente um bate-papo fluindo solto.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Relaxando

Às vezes tudo o que a gente precisa é um dia de praia e preguiça...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Canção do exílio

Quando me mudei pra cá, eu tinha um professor goiano que me dizia que a saudade que ele tinha de lá era das comidas. Hoje eu entendo bem. Há comidas que eu não encontro aqui. Não com o gosto de lá. Por isso acabei de escrever essa paródia:


Minha terra tem pamonha
Com queijo e catupiri
E tem um suco de milho
Como não encontro aqui.

Nossa mesa é mais farta
Nos aniversários e natais
E a comida que nos falta
Engorda muito mais.

Em beliscar, com as amigas, à noite
Mais prazer encontro eu lá
Minha terra tem espetinho
Com suco de maracujá.

Minha terra tem comidas
Que tais não encontro eu cá
Em beliscar, com as amigas, à noite
Mais prazer encontro eu lá
Minha terra tem espetinho
Com suco de maracujá.

Não permita Deus que eu morra
Sem as comidas dali
Sem o bife acebolado
E o arroz com pequi
Sem que coma a pamonha
Com queijo e catupiri.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Conselho precioso

Anote aí: SEMPRE QUE PENSAR EM DEIXAR ALGO PRAZEROSO DE LADO PARA CUMPRIR UMA OBRIGAÇÃO, SIGA SUA VONTADE E FAÇA O QUE LHE DÁ PRAZER. Nesse caso, se decidir pela obrigação, ela acabará se revelando uma furada. É verdade e foi comprovado 100% daz vezes em minha pesquisas empíricas, bem como em minhas observações participantes.
Você quer sair com os amigos, mas em vez disso vai à aula importantíssima. O professor não aparece.
Você quer ir à festa, mas resolve ir à palestra. A palestra é uma droga.
Você quer ficar em casa, mas tem que ir à reunião. A reunião é cancelada.
E você fica pensando: "devia ter saído com os amigos / ido à festa / ficado em casa".
Alguma vez você, na festa, pensou "devia ter ido à aula"?
POIS É!
PS: Dizem que "se conselho fosse bom, não se dava, vendia". Mas isto é uma amostra grátis exclusiva para os leitores do "Bolhinhas da Lian". Nos próximos conselhos, pensarei em um preço justo...

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Da minha coleção de vícios....

Salada de frutas com mel e flocos de arroz;
temaki;
kinder ovo;
chandelle;
flan;
sushi;
coxinhas com suco de cupuaçu;
achocolatado Danette;
queijinho com frutas;
pamonha;
torta de sorvete;
balinha de melão;
brownie;
comida de Pirenópolis;
açaí;
escondidinho;
salame...

Meu último vício foi frustrado, interrompido pela falta de colaboração dos supermercados, que pararam de disponibilizá-lo: Achocolatado Hershey's Dark.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Mais sobre a vida e a morte

No primeiro ano de faculdade, tive um professor de Filosofia chamado Jordino Marques. Devia estar na faixa dos 60 ou 70 anos. Era padre, diabético, usava uma perna mecânica e conhecia não sei quantas línguas, entre elas pelo menos duas línguas mortas. Era a princípio bruto, mas aos poucos revelava um lado doce. Tinha um humor ácido. Entre as muitas lendas que corriam a seu respeito, uma delas é de que ele adorava pescar, quando ainda tinha tinha as duas pernas. Achei isso muito doce. Veja só, o professor Jordino, padre, diabético, que lia Heidegger em alemão e sabia aramaico, adorava pescar!

Acho que foi no quarto ano de faculdade que recebi a notícia de seu falecimento. Entre os lamentos, lembro bem de um comentário, que dizia: "É uma pena perdermos uma pessoa tão cheia de conteúdo. Sabia várias línguas, publicou livros, deixou um livro pela metade. Pense no quanto ele poderia acrescentar ainda, quantas obras poderia publicar!" Alguém se lembrou de que ele ainda poderia pescar, se estivesse vivo?

Quando eu morrer, não quero que pensem no quanto produzi ou poderia produzir. Quero que pensem em tudo que vivi e poderia viver. Que digam que eu aproveitava a vida, que amava e era amada, que tinha grandes amigos, uma família querida, que gostava de passear, de comer, que queria a casa sempre cheia. Não quero ser uma pessoa que produz. Quero ser uma pessoa que vive e que ama.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Bolhas


Apesar de o lançamento oficial da Revista Bolhas ter sido na semana passada, com o "bolhas de chocolate", começo hoje a divulgá-la. Trata-se da revista virtual criada por mim e minhas amigas Júlia, Maria Cristina, Érika e Taís, à custa de muita filosofia de boteco. Espero que todos acessem-na, leiam, comentem, divulguem. É uma proposta que me é muito cara, afinal, debater coisas importantes e desimportantes é minha paixão. É, como disse a Erika, uma revista para nos divertirmos. Apesar de a maioria de nós ter formação em jornalismo, ela será uma revista livre, para escrevermos no formato que quisermos.

Eis sua apresentação: "Bolha é tudo aquilo que nos envolve. Estamos sempre dentro de uma ou várias bolhas. Uma tarefa, uma atividade, uma pessoa... Tantas bolhas... Duradouras ou fugazes. Bom mesmo é estar em bolhas que nos fazem sorrir, que nos emocionam e até que nos desafiem, mas para nos trazer satisfação depois. É isso, pois, o que pretendemos fazer neste espaço... Soltar bolhas... Bolhas de pensamentos, de idéias, de dúvidas, de debates...Sejam bem-vindos às nossas Bolhas!"

Acesse: www.revistabolhas.blogspot.com !

quarta-feira, 26 de março de 2008

26 de março de 2008


Hoje minha grande amiga, a Georgia, vai ter nenê. Quer dizer, ter, ela já tem há um tempão. Já faz uns meses que a Georgia teve o Apolo, que faz planos para ele, vê suas imagens no ultrassom, sonha com ele, lava e passa suas roupinhas, decora seu quarto. E faz muito mais tempo do que isso que ela já prepara o mundo para ele, enfeitando-o com cores e sons. Mas hoje ele vai sair da barriga. E desde que a Georgia me ligou, estou eu também um pouco grávida.

terça-feira, 25 de março de 2008

Pós-Páscoa


Cheguei ao Rio, resolvi questões práticas e ainda aproveitei algumas das melhores coisas desta cidade: o temaki do Maki Maki e a salada de frutas do shopping. Mas vamos ao balanço da Semana Santa:
- Fizemos o lançamento da Revista Bolhas, com um "Bolhas de chocolate", como batizou o Leandro. Absurdamente, a Georgia não tirou meu nome no amigo secreto. Tenho certeza de que foi marmelada...
- Ganhei chocolate para três meses: um Diamante Negro, um Kinder Ovo, um Talento e um Kopenhagen.
- Não fizemos clube da luluzinha, hunf!! Todo mundo viajou, só consegui aproveitar a companhia da Júlia, do Fernando e do Leandro. Mas consegui visitar os sobrinhos da Júlia, que cada dia ficam mais lindos e engraçadinhos.
- Almocei em Pirenópolis. Comer o arroz com pequi, o bife acebolado e o quiabo de Goiás é a melhor coisa que existe!
- Ri do comentário da marina sobre o Telecine Cult: "Essa coisa de 'telecine cult' é engraçada, é um modo educado de passar filmes ruins."

terça-feira, 18 de março de 2008

Em Goiânia!!

É estranho chegar aqui e não encontrar ninguém pra me receber. Mas também fui eu quem não avisei a hora da minha chegada... Peguei um taxi e, quando estava no térreo, vi que o outro elevador estava no meu andar. Quando subi, a Simone ainda falou que minha mãe havia acabado de sair. Além da Simone, só os gatos estavam em casa. Dormi quase a manhã inteirana cama da Marina. Apesar de adorar Goiânia, esta cidade faz mal pra minha saúde. Volto dez anos mais velha e toda ressecada.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Ah, se existisse...

... Ovo de Páscoa Ferrero Rocher recheado com brinquedo do Kinder Ovo.


... Manga, amora, morango, abacate e todas as outras frutas com formato de banana.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Mudança de planos

O dia hoje trouxe uma montanha russa de emoções. Ri e chorei. Fiquei contente ao planejar a festinha de lançamento do "Bolhas". Fui ao Hamdan assinar contrato de um trabalho que já havia feito. Na volta, comprei os ovos de Páscoa e os ovinhos de codorna para a celebração do pensionato. Fui ao shopping com as meninas, comi dois temakis maravilhosos, bebi um suco gigante de cupuaçu. Depois pintamos os ovinhos e eu fiquei me lembrando de quando eu era criança e meus pais cozinhavam ovos para pintarmos. A Marina sempre pintava uns padrões geométricos lindos, e eu só fazia carinhas, provavelmente inspirada pelo saleiro de chapéu.

Aí fui conferir meu e-mail e tive a notícia de que teria que adiar minha ida a Goiânia. Mal havia comprado a passagem para sábado, terei que remarcá-la para terça-feira. Fiquei profundamente triste, porque já estava muito animada com a viagem. Ainda bem que a noite foi animada e não tive tempo pra curtir muita fossa. Juntamos a galera na sala de tv, enquanto eu e a Luana escondemos os ovinhos pintados pelo pensionato. Quando liberamos, foi muito divertido: a mulherada correndo pelo pensionato revirando tudo à procura dos ovos. A vencedora foi a Iasmine, que ganhou um Talento de nozes. Fizemos a revelação do amigo secreto e fiquei feliz por a Leilane ter saído comigo. Ganhei um Talento de avelãs.

Fomos ao quarto da Tati, que resolveu ir embora repentinamente. O clima era de tristeza pela saída dela. Ficamos conversando um tempinho. Na descida, demos de cara com a Clícia na escada. Logo apareceu a Luana, sentamos no corredor e ficamos conversando e dando risadas.

O adiamento da viagem me deixou triste, porque sinto muita falta de estar perto das pessoas queridas. Ainda bem que aqui vão aparecendo outras pessoas queridas, que também fazem tão bem...

segunda-feira, 10 de março de 2008

Coisas boas

Hoje foi um daqueles dias: ansiedades, alegrias, cansaços, expectativas. Negociar a prorrogação da dissertação, resolver problemas práticos, fazer teste. Mas o dia todo foi colorido por um presente que ganhei de manhã: uma participação no próximo filme do Didi. Fiquei contente com a notícia.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Book novo


Hoje tirei o dia para fazer tudo o que tinha que fazer na Barra, já que ia fazer a viagem mesmo. Entre os compromissos, um deles era buscar meu novo book. Cheguei no pensionato já no final da tarde. Quando entrei no quarto, havia um bilhete da Ingrid embaixo da porta dizendo que precisava de mim com urgência. Ela precisava mandar fotos dos biquinis que elas criam para um site. Eu e Leilane produzimos e fotografamos e Ingrid foi a modelo. Uma modelo muito rebelde, ainda por cima. Depois fomos à Veiga encontrar a Iasmine e a Luana. De lá fomos ao McDonald's porque eu queria o I-dog. Acabei ganhando três: o meu, o da Leilane e o da Lu. Chamei-os de Lili, Lele e Lulu.

quarta-feira, 5 de março de 2008

No pensionato

Hoje fiquei na sala de TV e havia poucas garotas lá. A maioria novata aqui no pensionato. Quem me conhece bem sabe o quanto demoro para me sentir à vontade com as pessoas. E não é com todas que isso acontece. Sempre fui de poucos, mas bons amigos. E a presença desses amigos tem que fazer bem, tem que trazer felicidade por si só. Hoje fiquei me sentindo deslocada e sozinha. Subi para o quarto andar, para ver se encontrava as meninas. Bati na porta da Ingrid e fomos pro quarto da Leilane, onde estavam Iasmine e Lu. Cheguei parecendo um cachorrinho perdido. As meninas comentaram que eu estava com o rosto vermelho e parecia com cara de choro. Aí as lágrimas começaram a correr de verdade. Primeiro as minhas, depois as de Lu e Iasmine, todas misturadas com risadas. Fiquei com elas um pouquinho. Desci me sentindo menos sozinha.

Destino


O filme que eu havia acostumado a chamar de "Um amor do outro lado do mundo" agora vai se chamar "Destino". Fiquei sabendo pela Caras!! Mas semana passada a Renata já me falou...
A matéria do filme saiu na edição de hoje (Ed.748). Me achei feia em todas as fotos, mas acho que é coisa de quem "é ela mesma", aquelas coisas que só a própria pessoa consegue reparar. Ou não, vai que eu estou falando besteira e você está pensando "eu também reparei que ela está feia"... Vai saber...

segunda-feira, 3 de março de 2008

Cadê o gerente?

Esses dias eu estava passando na frente da Parmê e havia um monte de entregadores sentados na calçada. Como sempre acontece, um deles fez um gracinha qualquer. Normalmente eu fico quieta, mas quando estou muito mal-humorada, ou quando estou paciente o suficiente para me divertir com isso, utilizo os recursos que posso. Desta vez foi o segundo caso. Voltei, me aproximei do que tinha feito a gracinha e me inclinei até conseguir ler seu nome no crachá. Fui direto ao gerente fazer uma reclamação com o nome e tudo do funcionário. No outro dia a Iasmine disse que viu um dos entregadores cutucar outro, enquanto eu passava, e sussurrar "é ela". Agora quando passo eles até me olham torto. Mas em silêncio.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Cremo, cremo, cremogema... é a coisa mais gostosa desse mundo!

Quando eu era pequena (menor ainda), costumávamos reunir a criançada do prédio pra tomar Cremogema em minha casa. Os dias de Cremogema eram uma festa, as crianças chegavam alegres, como se aquele mingau fosse a coisa mais deliciosa do mundo. As outras mães estranhavam: "Quando eu faço Cremogema, minha filha nem liga, mas o da Dona Lee..." E minha mãe explicava que o dela ficava mais ralo, menos enjoativo, e por isso as crianças gostavam mais. Não era. O mingau da minha mãe era o melhor, não pelo modo de preparo, mas pelo ritual, pela festa, pela reunião. As crianças em volta da mesa, dando risadas e esperando o mingau ficar pronto.

Nunca mais tomei esse mingau, mas até hoje gosto do ritual do Cremogema. Reunir pessoas queridas em torno de uma besteira qualquer. Faz a besteira qualquer parecer a melhor coisa. E é. Desde então fiz tantas coisas buscando aquele sabor do Cremogema. Sabor de gente, de união, de amizade...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Eu chego lá...


O que eu queria muito, mas muito mesmo, é que minha dissertação se escrevesse sozinha. Como isso não acontece, escrevo-a eu mesma.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O próprio banheiro

Quando chegamos de viagem, uma das primeiras coisas que dizemos é: "Ufa, que saudades do meu próprio banheiro!" O banheiro é uma espaço muito íntimo, por isso, onde está nosso banheiro, está também nosso lar. Percebi isso ontem ao chegar em casa. Tive um fim de semana corrido e um domingo especialmente cansativo. Quando cheguei em casa e me senti bem ao entrar em meu banheiro, percebi uma mudança que se passou na minha vida. O MEU banheiro agora é este pequenino do pensionato aqui no Rio. E meu banheiro de Goiânia foi deixando de me pertencer. Quando chego lá, vejo que não o reconheço tanto como um espaço meu. Ele vai sendo ocupado por uns objetos que me são estranhos e ficam uns poucos resquícios do que um dia foi meu espaço. Uma caneca do Ursinho Puff que ganhei no Natal de 1999, da minha família dos Estados Unidos. Uma caixa com brinquinhos que não uso mais.

O mesmo aconteceu com meu quarto de lá. A minha bagunça vai sendo sucessivamente organizada, reordenada, escondida. A minha ordem deixa de existir e eu deixo de me encontrar e de encontrar minhas coisas. E de vez em quando encontro outras coisas, que não são minhas. O quarto vira um espaço que não é muito meu nem de ninguém, mas um espaço neutro, um depósito. O que talvez seja mais estranho ainda, pois lá tenho depositado minha vida inteira. Livros, cadernos, diários, fotografias, cartas.

E aqui eu vou construindo um espaço em que quase me reconheço. Um quarto que abriga minha bagunça, minha rotina, meus novos sonhos. Mas que, por outro lado, por ser só meu, deixa um pouco de ser meu. Porque o "eu" vem de tantas pessoas que estão comigo, longe ou perto. Então no que eu construo sozinha falta um pouco de mim. Um pouco do texto do meu pai que levei para revisar. Um pouco da presença da minha mãe conversando e alinhando meus livros. Um pouco da irmã, do gato, da amiga. E eu começo a pertencer a um espaço indefinido, em que tenho vários lares e nenhum.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Eu até queria escrever...

... mas estou com tanto sono. Fica para amanhã.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Batatinha quando nasce...


A foto ao lado é do desenho das batatas que a Georgia fez no primeiro ano de faculdade. Se alguém conseguir me identificar...
Resolvi postar as batatas porque hoje me bateu uma certa nostalgia. Enquanto escrevia a dissertação, fiquei escutando umas músicas que me traziam de volta a sensação de muita coisa, mas de nada específico. Algo de passado. E de aconchego.
Músicas que escutávamos quando tínhamos grupinho de teatro com o Altair no meu prédio. Músicas que passei para meus alunos quando dava aula na Hoffmann.
À noite fomos ver o eclipse na laje. Não tinha nem sinal da lua, mas ficamos um tempo lá conversando. Víamos lá de cima um mendigo parado em frente ao saco de lixo. Quando paramos de olhar, ele se sentiu à vontade para revirá-lo. Depois parou um carro e desceram dois caras, aí o mendigo foi embora. Fiquei penalizada com a vergonha dele.
Hoje, quando dormi, sonhei que tinha várias verrugas na orelha. E que minha testa estava inchada e vermelha, de um jeito quase monstruoso.
"Eu hoje tive um pesadelo, mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente, passado ou futuro.
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim.
De repente a gente vê que perdeu ou que está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos ou anos atrás."
(Cazuza)
Quem conhece a música vai notar uma diferençazinha no final. A letra original, do Cazuza, diz "há minutos ou anos atrás". Quando foi músicada pelo Frejat, ficou só "há minutos atrás", o que muda todo o sentido. Prefiro a do Cazuza, que diz respeito não só a algo que acabou de acontecer, mas a tudo que está no passado.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Palavras feias

oriunda
bucha
torrone
telefônico
gonorréia
fósforo
sapato
orelha

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Que absurdo...

Olha como as meninas do pensionato cismaram que eu sou:

PESSOA 1: Que vontade de comr podrão!
LIAN: Hum... eu também!

PESSOA 1: Que vontade de comer pizza!
LIAN: Hum... eu também!

PESSOA 1: Que vontade de comer jiló!
LIAN: Hum... eu também!

PESSOA1: Eu queria dar a volta ao mundo de balão...
LIAN: Oba! Vamos?!!


Hunf, não sei de onde elas tiraram essas idéias!

Domingo legal




Hoje meu despertador tocou às 7h30 da manhã. Como eu estava com muito sono, programei-o para tocar novamente às 7h50 e voltei a dormir. Passados 5 minutos alguém bate à minha porta. Era a Luana dizendo que já eram 8h35. Lavei o rosto correndo, quando ela voltou, dizendo para me acalmar, pois o relógio dela estava errado. Mas a confusão dela acabou sendo legal, pra me forçar a acordar. Assim tive tempo pra tomar café da manhã.

Hoje a aula de teatro foi bem legal. Tivemos aula sobre Édipo Rei com a Beth, imitamos guerras indígenas com o Régis, escrevemos um diálogo com a Maria e gravamos cenas com textos com o Thiago. Voltamos animadas e esfomeadas.

Hoje as meninas fizeram um churrasco na laje. Foi divertido. E gostoso, também. No fim, ficamos eu, Lu, Ingrid e Iasmine lá em cima conversando e planejando acampar.

Ah, agora temos um blog do pensionato! Pra quem se interessar: http://www.pensionatoinsa.blogspot.com/ . Morremos de rir ontem, ao elaborá-lo.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Felicidade é...

...encontrar aquele picolé de uva que eu havia esquecido no freezer semana passada.


PS1: Cinquenta reais esquecidos no bolso também serviriam, mas nunca me aconteceu.


PS2: Encontrar um ipod dentro do picolé também seria legal.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Histórias da Júlia: uma antologia


Como hoje é aniversário da Júlia, vou tirar um tempinho pra falar sobre ela. Mas não vou ficar rasgando seda não!
Pra começar, a frase que uma pessoa mais ouve diz muito sobre ela. A frase que a Júlia mais ouve é "e nem precisa fumar...", "nossa, imagina se fumasse!" e coisas semelhantes. Já dá pra imaginar, né?
Pois é, falando em imaginação, a Júlia é uma das pessoas mais imaginativas que conheço. Por isso a convivência com ela é tão divertida. Faz a gente rir o tempo todo sem se esforçar pra isso, apenas com suas tiradas.
Por exemplo, um dia ela começou a falar de sua experiência: "Eu comi pão com muito requeijão e leite com muito chocolate. Ficou com gosto de carne! Acho que a explicação pra isso é que aquele gosto é de proteína." E depois completou: "A prova de que isso aconteceu de verdade é que fiquei um tempão sem comer requeijão, coisa que adoro." O resultado disso foi uma Teoria dos alimentos de Júlia Lemos, que ainda virou um artigo científico fictício escrito por mim.
Essa coisa de ficção foi uma fase por que passamos. Quando tinha trabalho no curso de jornalismo, queríamos fazer tudo fictício. Na aula de diagramação, fizemos um jornal inteiro com tudo fictício, a cidade, as referências, os fatos...
Acho que a maior viagem da Ju foi quando ela pensou que o globo ocular dava voltas de 360 graus dentro do olho. E que o olho ficava virado pra trás quando dormíamos e ficava girando na fase do REM.
Quando perguntada sobre seu maior defeito e sua maior qualidade, ela respondeu: "Meu defeito é não saber ouvir. Minha qualidade é que eu gosto de falar."
Um dia recebi uma mensagem dela no celular perguntando onde ela poderia arranjar um gato e dizendo que era urgente. Imaginei que fosse aniversário de alguém que gostasse de gatos ou coisa parecida e respondi indicando um pet shop. Quando conseguimos nos falar, ela explicou: "Eu preciso de um gato porque apareceu um rato aqui em casa".
Quando eu dou rata, ela aponta pra mim e diz: "A-ha! Você deu uma rata!" E depois lamenta: "Pena que não vou conseguir lembrar pra contar depois". Nas rodas de conversa, quando conto as ratas dela, ela diz: "A Lian também dá rata, mas eu não me lembro."
Está bem, está bem. Não vou resistir e vou rasgar um pouquinho de seda também...
Desde que nos tornamos amigas, a Júlia está muito presente na minha vida. Ela tem sido importante em todas as minhas fases. Apesar de me dar bronquinhas de vez em quando, ela respeita e compreende como ninguém meus sentimentos. Nós duas passamos pela fase de sushi no mesmo período e nos acompanhávamos por todos os restaurantes japoneses da cidade. Já fizemos oficina de caixinhas. Já fizemos crochê em frente às Lojas Americanas. Bordamos tapete juntas. Pintamos quadros de retalhos. Passeamos de sacoleiras em São Paulo. Voltamos de taxi de Bragança Paulista. Gravamos cd e cantamos em público. Fizemos coreografias em todos os saraus. Brigamos com a mulherzinha. Discutimos se a essência existe. Sentamos no chão do banheiro e tivemos preguiça de levantar. Eu adotei a família dela inteira. Fizemos muitos acordos de paz jogando War. Tentamos nos comunicar gargarejando água e escrevendo com lápis molenga. Trocamos um longo bilhete em sala de aula falando dos professores que foi parar no mural da sala. Propusemos criar um calendário novo. Na defesa da monografia da Ju, a orientadora dela, Silvana, afirmou que ia constantemente nos buscar no corredor da faculdade. Todo dia planejávamos uma viagem nova. Nos seminários, ela tinha que falar por último, senão ocupava o tempo de todo mundo.
Enfim, compartilhei demais da minha vida com essa amiga. E tudo que tenho a dizer agora é: outros aniversários virão, e tudo isso, toda essa imensidão de vida compartilhada ainda é pouco, ainda é só o comecinho...

Esquisitíssimo...

Os depoimentos voltaram...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Que coisa maluca...

Descobri que os depoimentos do meu orkut desapareceram! Que estranho...

Ah, pegando carona... já que comecei a escrever, aproveito pra deixar uma pergunta, se alguém souber responder: Por que antigamente se falava nas propagandas e embalagens dos alimentos "não contém conservantes" e hoje se fala "não contém conservadores"? Alguém reparou?

Das fases


"Tenho fases, como a lua / Fases de andar escondida / Fases de ir para a rua."
Esse verso da Cecília Meireles pousou no meu pensamento e até que caiu bem. Estava pensando justamente nesse meu alternar de fases. A cada uma delas me estranho um pouco e rio de mim mesma. Fase de sushi. Fase de kinder ovo. Fase de escrever muito. Fase de silêncio. Sucessivamente.
Hoje, em vez de danoninho, comprei danonão, aquele que vem no pote grande. Em vez de chamito, comprei chamitão, também o da garrafinha grande. Aí comecei a dar risada em pleno supermercado dizendo que estava na fase "Itu".
Na verdade comecei a pensar agora nessa história de fases porque resolvi colocar um CD pra escutar. Aí me dei conta de que há muito não escutava música. Estava em uma longa fase de silêncio. Até tentei uma ou outra vez, mas desligava rapidamente, porque o barulho me desconcentrava de mim. Da última vez que fui a Goiânia, nem fizemos daqueles longos passeios de carro só para cantar a noite inteira.
Agora coloquei um CD: Colbie Caillat. Também um que marcou uma fase muito específica, outubro e novembro do ano passado. E não foi uma fase boa. Ao ouvir essas músicas, voltam as sensações que eu tinha naquele período. Mas agora vêm de forma tranquila, quase ausente.
Liberdade, chama-se.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Querido diário

Nunca consegui fazer diário. Quando era adolescente, tentava todo ano. Escrevia nos três primeiros dias e depois abandonava a missão. Não é muito motivante ficar conversando com um caderninho como se ele fosse seu melhor amigo, "querido diário" e blá blá blá. Não sei por que cargas d'água resolvi fazer um blog. O fato é que funcionou. Eu me sinto bem escrevendo minhas coisinhas, pensando que converso com algum leitor, mesmo que fictício. E fico contente quando recebo retorno, porque percebo que, afinal, há pessoas que compartilham minha vidinha comigo. Mas de repente aconteceu uma coisa engraçada. É que percebi que certas vezes tenho vontade de escrever pensamentos ou fazer desabafos e não posso. Um blog não é um "querido diário", não guarda seus segredos. Pelo contrário, por princípio, ele os divulga. Então resolvi fazer, paralelamente, um "blog em off", que é, no fim de tudo, um diário num caderninho...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008


- E quando alguém chama a atenção de uma criança por fazer alguma besteira qualquer e esta solta um "aprendi com a Lian"? É constrangedor.
- Fui comprar um salame da Perdigão e li na embalagem que era light. Achei bom, porque supus que não viria com aquelas bolinhas brancas de gordura. Mas quando o olhei de perto, tinha várias bolinhas mesmo assim. Apesar disso, comprei. Na hora de comer, entendi o "light". A gente puxa a fatia de salame e as gordurinhas maiores soltam-se, ficando presas nas fatias de baixo.
- Não preciso mais de Burger King e muito menos de McDonald's. Comprei meu próprio picles e faço meus sanduíches sozinha, sem miséria.
- Quando vou sair ou fazer uma viagem, me pergunto se o local estará frio. Depois decido que não quero que esteja e, por isso, só levo roupas de verão. Resultado: passo frio e nem tenho como me agasalhar. Tenho que começar a convencer São Pedro de condordar com minhas decisões, senão fica difícil...