segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Uma nova bandeira


Quando me contaram que havia uma proposta para mudar o lema da bandeira do Brasil, dei um grito de felicidade. Sempre odiei "Ordem e Progresso". Fui ao google e me informei: trata-se de um projeto de lei apresentado pelo Chico Alencar e defendido por Eduardo Suplicy. O novo lema sugerido: "Amor, ordem e progresso". Ok, dei uma murchada.

A lógica é recuperar o lema positivista sobre o qual foi construída a ideia de nação brasileira: "Amor por princípio, ordem por base e progresso por fim". Sou dessas idealistas que acreditam que com amor tudo está valendo, confesso. Como já dizia Santo Agostinho, "ama e faz o que quiseres". Não do amor em pequena escala, mas o amor vasto, da doação e comunhão. Mas amor, assim, ao lado de ordem e progresso, acho esquisito. Não simpatizo com a ideia de ordem, muito menos com a de progresso e menos ainda com o Positivismo.

Sonho com um país, quiçá um mundo, construído sobre outras bases.

Um país em que desenvolvimento não pressuponha consumo. Em que a ideia de progresso sequer exista, pois tudo está lá. Tudo é. E tudo basta. Amor puro, doação, comunhão. Um país das pedras e das águas e dos bichos e também dos homens. Todos eles.

Faz tempo que me pergunto qual seria o lema ideal para uma bandeira. Não consegui fugir do "paz e amor". Vasculhei meu dicionário mental e não encontrei nenhuma palavra melhor para o lugar em que eu quero viver. Amor é bastante e base de todas as bases. Amor por si só pressupõe paz. Mas é legal ter também esta palavra explícita assim, já que ideais de nacionalismo fundamentam tantas guerras. Então, para não cair no velho lema hippie, dei uma roubadinha e, na bandeira que criei, mudei a ordem das palavras: "Amor e Paz". Para que o lugar comum e o efeito da frase feita não se sobreponha ao sentido mais profundo de cada uma delas.

Quando eu era criança, aprendi na escola o simbolismo das cores da nossa bandeira. O verde das matas. O amarelo do ouro. O azul do céu. E sempre me parece irônico um grande losango amarelo invadindo nosso vasto verde. Não é isso mesmo? O dinheiro devastando tudo. Por isso, no meu Brasil, troquei as formas retas por um grande sol, amarelo e redondo. Nada de ouro. A mata dividindo espaço com o céu estrelado, apenas.

Sorrio, diante desta bandeira que eu criei e, com ela, diante do país que quero criar. Parece uma paisagem. Nela imagino pessoas sorridentes, unidas e dignas.

Faça esse exercício também: Qual seria o lema e como seria a bandeira do seu Brasil?