quarta-feira, 2 de junho de 2010

Frankenstein


Este é um texto escrito conjuntamente, por mim, Luís Renato Oliveira e Marina Mota. É resultado daquela brincadeira em que uma pessoa escreve um trecho, a outra lê apenas a última frase, dá continuidade e assim por diante. Não tem pé nem cabeça, mas nós temos feijões mágicos!
***
Ele andava pelas ruas procurando algo interessante, não importava a natureza desse "algo". Catava pedaços de comida pelo chão e colocava na boca. Sabores diferentes, inusitados. Era definitivamente diferente de comer o que lhe era oferecido sobre a mesa. Às vezes se cortava com objetos que apalpava. Queria sentir as texturas. Texturas que faziam parte da minha vida e eu nem sabia que existiam.
Assim como ele. Estava sempre presente, mas eu não sabia. Mentira! Sabia sim, só não queria enxergar, porque para isso eu precisaria me descobrir, entender, e eu não estava preparado para isso. Então resolvi ir embora e procurar um ofício verdadeiro. Alguma coisa em mim dizia que minha vocação era ser sapateiro, pois eu tinha loucura por sapatos. Andava pela rua olhando para o chão, me fascinavam os sapatos em movimento, com suas cores e seus brilhos.
E neste quadro multicores ela se via, como num espelho em que toda sua história era contada. Sua infância e seus sonhos, as fadas brilhantes e os contos que seu pai contava. Assim, se lembrou de um dia em que seu cachorro saiu correndo pela chuva e se machucou numa lata de lixo. Confusão! Todos saíram correndo, menos o pobre tamanduá, que ficou ali parado, todo molhado e com muita dor na cabeça.
Depois de horas, uma jovem chinesa com uma máscara para queimaduras apareceu e levou o coitadinho pra casa. Sua cara estava avermelhada, mas ele não tinha vergonha, pois aprendera a assumir sua essência. Os dois andaram lado a lado, com um sorriso no rosto e de mãos eternamente coladas.


2 comentários:

LR disse...

Adorei Lianzinha ;)

Mr. G disse...

hauhauuahaa!!