quarta-feira, 16 de junho de 2010

Brincadeira de Barbie



Continuando na vibe "histórias da infância"...


Quando pequena eu e minha irmã brincávamos muito de Barbie. Tínhamos várias delas e de Kens, mas o elenco sempre era complementado por pônei, ursinho cor-de-rosa, um Chaves, uma cenoura de pano e outros bichinhos bizarros, que faziam a vez de meninas e meninos. Além disso, minha irmã tinha uma coleção de cachorrinhos de plástico, cada qual de uma raça. E após escolher o contexto da brincadeira e os núcleos (quais bonecos compunham a família, quais eram os amigos,...), ela sempre escolhia o cachorrinho de estimação da família.
Pois bem. Eu queria fazer a Barbie ir à escola, ao shopping, trocar de roupa, ser popular. Mas nunca consegui ter uma brincadeira normal. Minha irmã conduzia o enredo de um modo trágico. A mãe tinha câncer. As pessoas começavam a desaparecer misteriosamente, perseguidas por um psicopata. Eu ficava tensa. Chorava. O cachorrinho era pano pra muita manga. Podia morrer atropelado. Podia padecer de doença misteriosa. Havia infinitas possibilidades de sofrimento e morte:
- Esse é o cachorro da família.
- Ah, eu não quero que eles tenham cachorro.
- Por favor!
- Se tiver cachorro eu não brinco.
- Eu juro que ele não vai morrer!
- Mas você sempre diz isso e ele morre mesmo assim.
- Desta vez eu juro, ele não vai morrer!
- Nem ficar doente, ser mutilado, torturado?
- Nada disso, juro!
- Está bem.
E o cachorrinho morria.

3 comentários:

Mr. G disse...

huahuahaua!!!! sua irmã era triste!!!! rs!

Marina Mota disse...

Hahahaha... e alguém queria que Lian crescesse normal???

Maria Cristina disse...

Vindo da sua irmã é compreensível. Eu já sabia dessas histórias, ainda bem que ela não é minha irmã! kkk bjoss