terça-feira, 2 de setembro de 2008

O eterno retorno


Mais uma vez, estou aqui em minha cidade natal. Desta vez, após o período mais longo fora, desde que me mudei para o Rio. Goiânia vai adquirindo uma cara nostálgica. Por onde ando, sinto que percorro meu passado. Cada lugar tem um aspecto familiar. Minhas experiências estão aqui, deparo-me com elas a cada esquina. Encontro minha infância, minha adolescência e um pouco da minha vida adulta, que ainda me parece mal-iniciada. Em cada canto encontro rostos familiares. Não são pessoas necessariamente conhecidas. Mas são aquelas caras que vi tantas vezes por aí, muitas delas das escolas em que estudei, outras de lugares que frequentei. E vejo tantas coisas que me pareciam comuns com um olhar de estranhamento.
Algumas coisas são estranhas mesmo, principalmente os caminhos (literalmente). Estranho as mudanças na cidade, o viaduto recém construído na Praça do Chafariz, a mudança de mão de várias ruas, incluindo a minha. Vejo galerias que não existiam meses atrás. E sinto a falta de lugares que não mais existem. Tenho no fundo um desejo de que Goiânia não mude, de que tudo fique igualzinho ao que era quando parti. Para que eu possa, periodicamente, voltar e ter as sensações do passado, em um eterno retorno. Queria seguir em frente, mas com meu passado me esperando bonitinho, aberto para visitação.
Reencontro meus gatos e, como se pode conferir na foto, até eles mudaram. O João, coitado, foi tosado. Ri muito dele quando o vi assim. Até o Miki o estranhou e fica batendo nele. Os dois engordaram após a castração. Só o Rafinha permanece igual. O João, mais carinhoso do que o normal. De acordo com a Marina, a tosa o deixou mais carente, ao baixar sua auto-estima. O Miki, como sempre que volto, passa um tempo fugindo até se reacostumar comigo. Apenas agora ele está recomeçando a fazer suas graças. Dormiu comigo esta noite. E o Rafinha, como sempre, normal.
Nesta vinda não consegui fazer metade dos programas de que, normalmente, faço questão. Não visitei as feirinhas, não comi pamonha, não fui à cachaçaria, não comi cachapa, não brinquei, não fiz sarau, não comi comida de Pirenópolis, não visitei o ateliê do meu pai na Aldeia do Vale... Mas, sim, fiz reuniãozinha de menininhas de saia. Sim, comi a panqueca de frango com pequi que adoro. Sim, encontrei minha prima de alma, a Taís, no aniversário dela e no Ambientar. Sim, almocei no Grego com meus pais. Sim, fizemos fondue na casa da paula. Sim, brinquei com os sobrinhos da Júlia. Sim, fui ao rodízio de crepe com meus amigos. Amanhã volto ao Rio e, até lá, espero acrescentar mais "sins" à minha lista.

2 comentários:

Maria Cristina disse...

ihhh... teve cachapa ontem depois da exposição rs não fica brava rs bjos

Maria Cristina disse...

voltei a escrever no blog, bjoos