Enfim, virei o ano em Copacabana. Vi os fogos, entrei na água, levei flores para Iemanjá. A Marina está aqui comigo e não ficamos um segungo paradas. Mas o mais legal é me divertir com as pérolas que ela solta:
"O que estraga o Rio de Janeiro são os cariocas"
" Não se deve matar sapos. É falta de educação"
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
sábado, 29 de dezembro de 2007
Mais sobre 2007
Fui juntar os brinquedinhos de Kinder Ovo e McLanche Feliz para levar para o meu pai, em Goiânia, e percebi outra coisa sobre 2007: comi muuuita besteira!!
sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Um ano pra recordar
Fazendo um balanço, eu diria que valeu. Cada minuto, cada segundo, valeu tudo. Ora surpreendentemente alegre, ora insuportavelmente dolorido. Assim foi meu ano.
Neste ano experimentei como nunca a solidão. Comecei minha vida aqui no Rio sem a Erika, que me fez companhia durante todo o ano passado. Não peguei aulas, pois encerrei meus créditos do mestrado. Descobri que dividir alegrias é mais difícil que dividir tristezas. Muitas vezes minhas alegrias ficavam menores, por não ter quem vibrar por mim. E também não tive com quem dividir fraquezas, pois não conseguia aceitá-las. Quanto mais eu tentava aparentar dureza, mais elas me consumiam.
Perdi minha avó paterna. Não preciso explicar a dimensão dessa perda.
Estive como nunca em São Paulo no segundo semestre. Passar mais tempo com minha família e me aproximar dos meus primos grandes e pequenos foi impagável. Tomar chazinho e comer a deliciosa comida da minha tia acompanhada das infinitas conversas também. Morar fora de casa me fez sentir muito mais falta de alguma presença familiar por perto.
Fiz um teste no dia do meu aniversário e consegui o papel no filme "Um amor do outro lado do mundo". Fiz uma viagem inesquecível à China. Fiquei maravilhada em ver paisagens surpreendentes, hábitos tão diferentes e encontrar muito de mim por ali. No fim do ano continuamos as filmagens no Rio e me desafiei, me entreguei e me consumi.
Pela primeira vez na vida, fiz exercício físico com algum entusiasmo. Passei a caminhar no Maracanã com a Luana e a Euri e eventualmente algumas presenças esporádicas, como a Suzana, a Iasmine e a Raquel. Tomamos água de coco como se encontráramos um oásis.
Ganhei alguns sobrinhos. A Nina, da Tati, o Pedro Vinícius, da Maíra, e o Apolo, da Geórgia, ainda por vir. Vibrei por todos. Fui madrinha de casamento da Georgia e do Leo. Fiquei feliz ao ver minha prima Taís com um novo amor. Constatei que realmente "verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo com longas distâncias", com a Júlia, Maria Cristina e todos os outros.
Perdi minha bolsa de mestrado. Tracei planos para o próximo ano, animei-me com novas perspectivas.
Amanhã busco a Marina na rodoviária para passarmos o Reveillon juntas e também gravo comercial para o Banco do Brasil. Pelo que tudo indica, o ano se encerra perfeito, fazendo tudo valer. E ano que vem ainda será melhor.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Peguei o ônibus para São Paulo e dormi quase o trajeto inteiro, pois havia passado a noite em claro. Nos breves momentos em que abria os olhos, via uma garotinha me espiando entre as poltronas. Ela sorria para mim, eu retribuía o sorriso e adormecia novamente.
Quando estávamos próximas de chegar, ela foi se aproximando e puxando assunto. Seu nome era Jéssica, tinha 9 anos de idade e estava viajando com a mãe e dois irmãos, para passar o Natal com a família, em São Paulo. Havia nascido lá, mas já morara na Bahia, no Recife e no Rio. Seu sotaque era "todo misturado", nas palavras dela mesma.
A garota me contou que todo ano pedia ao Papai Noel uma boneca e que já tinha o quarto cheio delas. E confessou que se chateava quando a mãe doava alguma de suas bonecas antigas. Então a mãe, entrando na conversa, explicou que a boneca em questão já não tinha um olho e um braço. "O olho e o braço eu mesma arranquei, mas outra menina comeu a mão e um pé", a garota me explicou. Um casal de senhores começou a rir e comentou que aquilo era antropofagia e que a situação da boneca era realmente trágica.
- Eu tenho um beliche. Eu durmo no andar de baixo e minhas bonecas ocupam todo o andar de cima. Elas falam o tempo inteiro. Eu nem consigo dormir, pois elas não param de falar. Eu mesma já não falo pouco...
- Ah, aí você fica conversando com elas durante a noite? - eu ri.
- Não, elas nem me deixam falar. Elas conversam muito.
A conversa ia por esse caminho, até ela começar a falar do pai:
- Lembra que no início da viagem eu estava chorando?
Eu não lembrava.
- Eu chorei porque ele não pôde viajar com a gente.
Nesse momento me ocorreu um flashback. Eu não lembrava de vê-la chorando, mas me lembrei de ouvir uma voz (sua mãe) dizendo-lhe que ainda poderia desistir da viagem e ficar com o pai. Perguntei:
- Por que ele não pôde vir? Está trabalhando?
- Não. O problema é esse. Ele está sem trabalho. Então ele comprou as nossas passagens e não deu pra comprar a dele.
Então olhei para aquela garotinha e pensei que tudo que posso desejar para o próximo ano é que ela e outras Jéssicas possam passar o Natal com toda a família.
Quando estávamos próximas de chegar, ela foi se aproximando e puxando assunto. Seu nome era Jéssica, tinha 9 anos de idade e estava viajando com a mãe e dois irmãos, para passar o Natal com a família, em São Paulo. Havia nascido lá, mas já morara na Bahia, no Recife e no Rio. Seu sotaque era "todo misturado", nas palavras dela mesma.
A garota me contou que todo ano pedia ao Papai Noel uma boneca e que já tinha o quarto cheio delas. E confessou que se chateava quando a mãe doava alguma de suas bonecas antigas. Então a mãe, entrando na conversa, explicou que a boneca em questão já não tinha um olho e um braço. "O olho e o braço eu mesma arranquei, mas outra menina comeu a mão e um pé", a garota me explicou. Um casal de senhores começou a rir e comentou que aquilo era antropofagia e que a situação da boneca era realmente trágica.
- Eu tenho um beliche. Eu durmo no andar de baixo e minhas bonecas ocupam todo o andar de cima. Elas falam o tempo inteiro. Eu nem consigo dormir, pois elas não param de falar. Eu mesma já não falo pouco...
- Ah, aí você fica conversando com elas durante a noite? - eu ri.
- Não, elas nem me deixam falar. Elas conversam muito.
A conversa ia por esse caminho, até ela começar a falar do pai:
- Lembra que no início da viagem eu estava chorando?
Eu não lembrava.
- Eu chorei porque ele não pôde viajar com a gente.
Nesse momento me ocorreu um flashback. Eu não lembrava de vê-la chorando, mas me lembrei de ouvir uma voz (sua mãe) dizendo-lhe que ainda poderia desistir da viagem e ficar com o pai. Perguntei:
- Por que ele não pôde vir? Está trabalhando?
- Não. O problema é esse. Ele está sem trabalho. Então ele comprou as nossas passagens e não deu pra comprar a dele.
Então olhei para aquela garotinha e pensei que tudo que posso desejar para o próximo ano é que ela e outras Jéssicas possam passar o Natal com toda a família.
sábado, 22 de dezembro de 2007
Diálogo comigo mesma
Quando prestei atenção na conversa que estava tendo comigo mesma, achei graça e decidi registrar:
- Hum, vou comer um chocolate.
- Agora vou pegar outro chocolate.
- Vou pegar outro.
- Pra quê? Você nem está com tanta vontade assim.
- Só mais esse.
- Então esse é o último. Estou desconfiada de que você não pára de comer só pra não ter que escovar os dentes!
- Hum, vou comer um chocolate.
- Agora vou pegar outro chocolate.
- Vou pegar outro.
- Pra quê? Você nem está com tanta vontade assim.
- Só mais esse.
- Então esse é o último. Estou desconfiada de que você não pára de comer só pra não ter que escovar os dentes!
sábado, 15 de dezembro de 2007
Por que sou assim...
Não lembro que idade tínhamos, mas éramos crianças, eu e minha irmã. Um dia meu pai nos chamou. Fomos à sala ouvir o que ele queria dizer. Tinha uma novidade. E contou: Havia ensinado o armário (onde as guloseimas eram guardadas) a entender chinês. Se quiséssemos que ele se abrisse, tínhamos que pedir em chinês, caso contrário ele permaneceria fechado. Fizemos o teste. Tentamos puxar a porta do armário, mas ela não se abria. Então meu pai nos orientou a falar em chinês com o armário. Assim fizemos. Novamente puxamos sua porta, que foi guiada facilmente por nossas mãos. Era algo surpreendente: meu pai ensinara o armário a entender chinês!
É claro que, mesmo sendo crianças, percebemos que aquela história estava muito malcontada. Como assim, falar em chinês com um armário? Então fiquei observando o meu pai até perceber o truque que ele utilizava e desbancá-lo de vez. Não, não vou contar o truque. Vou deixá-los curiosos. Além do mais, quem sabe um dia eu não precise usá-lo com meus filhos?
Enfim, o ponto a que quero chegar é: E meu pai ainda tinha a esperança de ter filhas normais??!!!
É claro que, mesmo sendo crianças, percebemos que aquela história estava muito malcontada. Como assim, falar em chinês com um armário? Então fiquei observando o meu pai até perceber o truque que ele utilizava e desbancá-lo de vez. Não, não vou contar o truque. Vou deixá-los curiosos. Além do mais, quem sabe um dia eu não precise usá-lo com meus filhos?
Enfim, o ponto a que quero chegar é: E meu pai ainda tinha a esperança de ter filhas normais??!!!
sexta-feira, 14 de dezembro de 2007
Um dia de cão
Sabe aqueles dias em que não dá vontade de levantar da cama? Pois hoje foi um desses. Depois de uma noite maldormida, ou quase não dormida, levantei apenas porque tinha que tocar o dia e desta vez teria que ir ao seminário, pois tinha que apresentar trabalho. Acabei de ler o livro que ganhei da Luana, preparei meu almoço e, apesar da vontade de ficar em casa, lá fui eu para a Uerj. Chegando lá, não encontrava o lugar onde o seminário estava sendo realizado. Andei de um lado pro outro no décimo andar e não via ninguém. Sentei e fiquei esperando. Nessa hora lembrei do que sempre aconselho a todos, que sei que é verdade, mas quem mandou ser teimosa e não cumprir... É o seguinte: se você tem vontade de fazer algo legal, mas tem que deixá-lo de lado pra cumprir uma tarefa, faça o algo legal, porque se fizer a outra opção, dará errado. Se você quer sair com os amigos, mas deixa de fazê-lo pra ir à aula, o professor cancela a aula. Se você deixa de descansar pra ir ao banco, o banco fecha. Batata. Pois bem. Saí de casa sem vontade pra ir à faculdade, quem mandou?
Enfim, meia hora depois, descubro que o seminário está sendo realizado no oitavo andar. Entro, encontro os colegas, começo a bater papo. Aí recebo a notícia: não temos mais bolsa. Como assim? Assim. A bolsa da Faperj encerrava em outubro, o que significa que a última foi-me depositada em novembro. E eu que já havia me endividado toda com os presentes de Natal... Paciência. Eu já esperava que a partir de abril eu teria que ter uma perspectiva para me virar sem bolsa. Mas era uma preocupação para depois do mestrado. Não agora. Não assim de surpresa. Vou conferir meu saldo: negativo. Quanto? Muito. O que seria coberto com a bolsa, não será mais.
Mas a vida continua e dinheiro é um dos motivos pelos quais menos vale a pena chorar. Pra sobreviver este mês, esvazio a poupança. Para sobreviver no próximo, gasto a grana que iria entrar pra poupança e agora vai direto pro supermercado, pro dia-a-dia. A viagem pra Europa (amigas, sinto muito) provavelmente não será no próximo ano. Mas que o próximo ano abra caminhos, dê oportunidades. Acho que é um dos meus primeiros dias encarando a vida como adulta.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2007
Eu sei quem fui eu quem provocou a chuva...
... Mas dia de chuva não é propício pra ir pra seminário, então aproveitei pra ficar em casa, ler meu novo livro, tirar uma soneca...
Ritual para chover
Ontem estava fazendo tanto calor, que resolvi lavar o cabelo bem caprichadamente, com banho de creme e tudo, pra fazer chover. Funcionou. Quando saí do banho, já pude ouvir o som da tempestade.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Confraternização
terça-feira, 11 de dezembro de 2007
Por que eu gosto da noite...
Conheço várias pessoas que dizem adorar ficarem acordadas à noite. Algumas dizem que é pelo sossego, outras que é pelo frescor. O meu motivo é outro. De dia, sinto que tenho que cuidar das tarefas, ser produtiva. À noite, o tempo em que estou acordada seria um tempo em que eu poderia estar dormindo. Então eu sinto que tiro tempo de dentro do tempo e ele é todo livre, ele é extra, eu posso simplesmente curtir. É como se eu trapaceasse e roubasse algumas horas da vida...
domingo, 9 de dezembro de 2007
Tinha que ser meu afilhado...
A Marina me contou por telefone uma história que me fez morrer de rir. Pra quem não sabe, temos três gatos: o João, o Miki (da foto, é o meu afilhado) e o Rafinha. A Marina estava penteando o João, quando ele achou ruim e deu um tapa nela. Ela ficou brava e começou a brigar com o João. Aí o Miki, essa coisinha linda, se aproveitou da situação, se aproximou e deu um super tapa no João!
Ode ao sucolé
Hoje, enquanto íamos à praia, a Euri me lembrou de escrever no meu blog sobre meu amor pelo sucolé. Então a primeira coisa que fiz ao chegar na praia foi arranjar um papel e escrever esta ode:
Ode ao sucolé
Por onde andas que não sei onde estás?
Não sabes que venho pra te encontrar,
Que enfrento um ônibus quente e fico no sol ardente
Apenas a te esperar?
Mas quando passas no isopor
O resto do mundo fica pra trás
Eu esqueço todo o calor
E corro atrás.
Pois quando te tenho nas mãos
Vejo ir embora minha pressa
Dissipa minha dor ao sentir teu sabor
E és tudo que me interessa.
Pode ser de coco ou morango
Quando gelado está
Mas és tu, meu grande amor:
Sucolé de maracujá!
Ode ao sucolé
Por onde andas que não sei onde estás?
Não sabes que venho pra te encontrar,
Que enfrento um ônibus quente e fico no sol ardente
Apenas a te esperar?
Mas quando passas no isopor
O resto do mundo fica pra trás
Eu esqueço todo o calor
E corro atrás.
Pois quando te tenho nas mãos
Vejo ir embora minha pressa
Dissipa minha dor ao sentir teu sabor
E és tudo que me interessa.
Pode ser de coco ou morango
Quando gelado está
Mas és tu, meu grande amor:
Sucolé de maracujá!
sábado, 8 de dezembro de 2007
Coisas da China
Hoje, quando fui fazer o teste, estávamos eu e outra garota esperando para ser maquiadas. Olhei para o pé dela e vi uma tatuagem, que não consegui distinguir o que era. Quando perguntei, ela achou graça que eu, uma chinesa, perguntasse a ela, brasileira, o significado daquilo, pois era um ideograma chinês. Então ela me explicou que o significado de sua tatuagem era "vida", no sentido de "caminho", de "o que está traçado". Achei bonito. A conversa foi curta, pois logo entrei para ser maquiada e tínhamos que falar baixo, para não atrapalhar o teste. Mas prometi achá-la no orkut para trocarmos figurinhas.
Enfim, no caminho de volta fui pensando alguma coisa sobre a China e lembrei que, na época em que estive lá, eu ainda não tinha blog. Então resolvi compartilhar algumas situações inusitadas e outras nem tanto, mas que me marcaram.
O trânsito, no interior da China, é caótico. A conclusão a que chegamos é de que eles dirigem carro com a lógica da bicicleta. Eles são capazes de andar durante vários minutos na pista contrária, há uma mistura de gente no meio de carro, no meio de bicicleta, moto e triciclo, todos virando, entrando na frente um do outro, fazendo umas travessias malucas. E o mais espantoso: não há um só acidente! Não vi! Ainda por cima, não têm dó de meter a mão na buzina. Mas levar buzinada não é ofensa, não, é praxe. É preciso que fique claro que isso que estou falando aplica-se à região de Sichuan, porque em Pequim o trânsito é bem organizado. Mas em Chengdu, no dia em que vimos um motorista ser multado, ficamos curiosíssimos pra saber que proeza ele tinha feito. Porque lá eles atravessam sinal, andam na contramão, fazem qualquer coisa... O Jacques comentou que, pra conseguir ser multado, o cara deve ter feito pirueta, saltado e sapateado com o carro. Acredito que sim.
O supermercado chinês era meu paraíso! Veja só, eu que enlouqueço até naqueles mercadinhos da Liberdade! Ficava fascinada no meio de tantas embalagens coloridas, mas não entendia bulhufas! E esses produtos sabem enganar! Nunca esqueço uns pacotinhos coloridinhos na Liberdade, com Hello Kitty, Keropi, com a maior cara de pacotes de doces, imagine minha decepção ao descobrir que eram comidas salgadas super sérias! Por via das dúvidas, experimentava de tudo! Aquelas frutas secas bem azedas, só de pensar, fico com água na boca. Leite fermentado, suco de todos os sabores possíveis, salgadinhos, bolo, macarrão... Várias vezes acabei jogando comida fora, como o salgadinho que parecia tão saboroso na embalagem, ou o suco de não sei que flor. Mas descobri coisas deliciosas, como um leite fermentado mais gostoso que yakult, gelatina de babosa, uma ameixa seca azedinha. Também comprei um chá de jasmim que adoro e preparava todas as tardes no hotel. Gostosas lembranças...
Ah, claro, não posso deixar de contar do bar gay! Não é que descobrimos que no interior do interior da China havia um bar gay? É lógico que resolvemos conferir! Decepção: éramos as únicas almas vivas no local. Agora alguém me explique como o dono sobrevive... Ok, ok, está certo que fomos em uma terça-feira, vá lá...
Quando estava quieta no meu quarto, ficava assistindo TV pra ter mais contato com a língua. Mas o programa de que gostei pra valer era uma novela italiana. Como era dublada em chinês, estava valendo. Só consegui assistir dois episódios, depois procurei-a em todas as lojas de DVD, em vão. Lembro que tinha uma personagem chamada Maria, que ficou meio louca, porque tinha lembranças reprimidas da época da morte da mãe. Era italiana mas o drama fazia jus às novelas chinesas!
Durante o café da manhã no hotel, um homem de Taiwan começou a conversar comigo e, quando soube que eu era brasileira, disse que havia uma menina brasileira na excursão em que ele estava. Ele chamou-a e conversamos um pouco. Essa garota mora em São Paulo e quase fez o teste pro filme também, mas acabou não fazendo porque estaria ocupada no período da filmagem. Adivinha qual era a ocupação dela? A viagem pra China!
Sabe aquele dia em que tudo dá errado? O dia foi ótimo, mas a noite... Estávamos em Sichuan passeando, passeando. Mas na hora em que bateu a fome, não havia restaurante algum por perto. Tivemos que caminhar muito até chegar na área da comida. Depois de muita indecisão e impaciência sobre onde comer, resolvemos entrar em um restaurante. A Débora ficou reclamando da higiene dos copos e quando cogitamos se permaneceríamos ali, o David se irritou de vez e voltou pro hotel. Tá. Comemos o pedido que já tinha chegado, cancelamos os outros e trocamos de restaurante. Cada um fez seu pedido, todos foram chegando e nem rastro da minha sopa. A comida da Elisa veio errada, todo mundo comendo. Nada da minha sopa. Eu perguntava pra garçonete e ela dizia que estava chegando. O tempo passa. Nada da minha sopa. Quando todo mundo já estava acabando de comer, me aparece a garçonete dizendo que minha sopa estava em falta. Eu, que até então estava levando na esportiva, resolvi levantar e ir embora. Na saída, mais confusão, porque não queríamos que a Elisa pagasse pelo prato errado, que não comeu. Depois de muito discutir com a garçonete, pagamos tudo, pois sabe-se lá o que acontece em outro país com estrangeiros não pagantes... Melhor não arriscar. Mas eu continuava com fome. Então apelei: entrei no KFC. Quando eu estava fazendo meu pedido, apagaram as luzes. Só pudemos rir. Comi no escuro. À noite, o pessoal resolve sair e passamos pela mesma peleja, de bar em bar, com muito estresse. No dia seguinte falei ao Chao que ele estava certo em não ter ido. E ele me perguntou como não percebi, havia tido todos os sinais de que era o dia pra me trancar no hotel e não sair mais até o dia seguinte.
Já em Pequim... Mercado de seda! Eu, que havia dito que não compraria roupa na China, queimei a língua. Peças lindíssimas. O negócio ali é saber pechinchar. Eu entrei no espírito. As maiores poliglotas da China são as vendedoras de lá. Fazem de tudo pra vender, falam inglês, espanhol, javanês. Chamam-nos de "amiga", puxam-nos pelo braço. A Débora se envolvia emocionalmente e sofria. Eu não. Aproveitava a situação. Elas parecem que vão morrer pra te convencer a comprar um produto, fazem cara de choro e tudo. Eu perguntava os preços e elas me respondiam "800". Eu comprava por 50. Mas isso porque eu comprava muito bem, conseguia dobrar as vendedoras. Virou um jogo, porque nessa de pechinchar, a gente acaba não sabendo qual o real valor do produto. A Débora negociou uma mala por 100, mas queria dar mais uma olhada antes de comprar. A vendedora quase se descabelava pra que ela comprasse naquele exato momento, dizendo que ela não voltaria. Não é que a vendedora da loja em frente ofereceu o mesmo produto por 95? Demos nossa volta e a Débora fez questão de voltar e comprar da vendedora magoada. Toda ressentida, ela disse que não venderia mais por 100, mas por 150. Fomos à loja em frente e compramos por 95, claro! Na saída, a mulher olhou pra Débora, toda raivosa, e falou: "I don´t like you! You're a mean lady!" Eu tive que achar graça, mas a Débora se magoou.
Eu e Débora passamos por tanta situação inusitada juntas que até combinamos de montar uma peça. Teve o dia do supermercado, em que resolvemos transportar o carrinho na escada rolante e quase caímos com carrinho e tudo duas vezes, uma na subida e outra na descida. Teve o dia na lan house, em que o rapaz veio ajudá-la com um problema no computador, mas acabou mexendo na internet pelo computador dela e depois ficou um tempão parado atrás do nosso ombro. Teve o relógio que a Débora comprou feliz da vida, ficou elogiando, dizendo que havia feito bom negócio, até achar um igual mais barato e dar chilique. Teve o taxi em que ficamos desconfiadas inventando conspirações, para depois rirmos muito da nossa paranóia.
Em Pequim fomos a um barzinho indicado pela produtora de lá. Não sei o nome dela porque não era unanimidade, cada brasileiro a chamava de um jeito. Era um ambiente descontraído, com almofadas e mesinhas baixas. O Moacyr ficou dizendo que não acreditava que havia saído em Pequim para ir a Santa Teresa. Cada um pediu sua bebida, eu pedi Ice Tea. Todos bebendo e nada do meu Ice Tea. Depois de um longo tempo, fui tirar satisfação com a garçonete e o que ela me responde? "Ele está sendo feito"... Explicado! Foram fazer o Ice Tea! Ou seja, cozinhar água, preparar chá e colocar na geladeira?!!
Eu andando pelo Lufthansa Shopping, em plena Pequim, e que música escuto a tocar? "Começar de novo", do Ivan Lins!
Bem chega de histórias da China, pelo menos por hoje.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Vou dar uma dica...
Tiramos os nomes do amigo secreto do pensionato. Vou dar uma dica do meu: É mulher!
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
Mais coisas da vida e da morte
Lembrei de outro ocorrido, que ficou fora do meu texto: minha cachorrinha dos Estados Unidos. Eram duas, a Brandy e a Mackenzie. A primeira parecia uma cocker spaniel, mas era vira-lata. A segunda era uma vira-lata pequenininha, com cara de vira-lata mesmo. Pois ela, a Mackenzie, pegou parvovirose e ficou adoentada. Ficava suada, fraquinha e vomitava. Para que ela não subisse (e vomitasse) nas camas, a prendíamos na área na hora de dormir. Era colocada uma tábua para obstruir a passagem. Não é que no dia em que ela morreu, ela amanheceu na minha cama? Havia dado um jeito de pular aquela tábua, grande demais para ela, mesmo estando fraquinha. Não queria morrer sozinha. Apareceu na minha cama, dormindo a meu lado. A Brandy, a outra cachorra que sobrou, entrou em depressão. Ia todas as tardes ao quintal e ficava parada exatamente no ponto onde a pequenininha fora enterrada.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
Coisas da vida e da morte
Às vezes fico intrigada com a morte. Não o depois, mas o logo antes. Ou melhor, fico intrigada com a vida no quase depois. Aquele último momento e que, portanto, demanda tudo de si, pois já não há disfarces, não há negociações. O que se sente quando se quase morre? O que se quer? Talvez naquele momento se revele o mais verdadeiro de alguém. Já dizia Janis Joplin, não sei se em composição própria ou não, que “liberdade é apenas não ter nada a perder”. Então o estar para morrer é ser livre.
Até hoje tive duas experiências que me trouxeram tais reflexões. Nenhuma com pessoas, ainda bem. Mas quase. Quase pessoas. Um cachorro e um passarinho. O cachorro ficou comigo por dezesseis anos. O passarinho, por um dia. E a relação que tive com ambos foi de amor.
Comecei a pensar nisso por causa do Toquinho, meu cachorro. Eu e minha irmã o ganhamos na infância, e ele foi quase um irmão. Passou por tudo ao nosso lado. Nossa infância, entrada na e saída da adolescência. Nós passamos por tudo com ele. De bebê a velhinho. Atropelamento, parvovirose, surdez, cegueira, problema no coração. E era forte porque amava a vida. Guloso até o fim. Às vezes tínhamos vontade de alimentá-lo sem parar, para ver o quanto ele agüentaria. Nunca tivemos coragem, pois agüentava. Um dia meu pai inventou de comprar um tal de spaguetti vegetal. Parecia um melão, do qual se tirava algo como macarrão. Quando começamos a comer e percebemos que era intragável, lá se foram três pratadas direto para o prato do Toquinho. Este comeu avidamente. Também era generoso. De uma generosidade que pode ir além da humana. Amava sua bola de tênis e morria de ciúmes dela. Mas se recebia em casa visitas caninas ou felinas menores do que ele, cedia tudo, até a bola. Oferecia tudo o que tinha para qualquer animal pequeno que aparecesse.
Mas se o Toquinho me fazia pensar na morte, era porque às vezes passava mal. Engolia tudo o que aparecia em sua frente, então era natural ter suas dores de barriga. Pois tinha. E quando isso acontecia, seu comportamento tornava-se estranho. A solidão ficava insuportável. Sabíamos quando ele não se sentia bem, porque não desgrudava de mim ou de minha irmã um minuto sequer. Seguia-nos pelo apartamento inteiro. Se entrávamos em um cômodo e fechávamos a porta, ele a arranhava desesperadamente. Nada fazia, senão seguir. Seguir e ficar parado, ao nosso lado. Mas sozinho não ficava. Se íamos ao banheiro, lá vinha o Toquinho atrás a nos esperar. Se íamos à cozinha, também.
Eu me questionava a respeito do comportamento do Toquinho, e o pensamento que me ocorria era que, ao passar mal, ele tinha o sentimento instintivo de que poderia morrer. E a última coisa que ele procurava em vida era aquilo: companhia. Simples assim. Verdadeiro assim. Queria estar ao lado de alguém que amava, alguém cuja presença trouxesse um pouco de conforto.
Então ele ficou muito doente. Já era bem velho e havia superado tantas coisas. Dessa vez sentíamos que era pra valer. Teve sucessivas crises, estava fraco. Eu já estava longe, não acompanhei esse período. Mas sei que ele foi internado em uma clínica veterinária. Recebia visitas diárias de minha irmã. Ele na clínica, já por morrer. Um dia minha irmã chegou para visitá-lo. Foi informada pelo veterinário de que ele estava praticamente morto, estava já inconsciente, mas por alguma força seu coração insistia em bater. Minha irmã foi até ele, pegou seu estetoscópio e escutou seu coração batendo. Cada vez mais fraco. Até parar. Esperou ela chegar para parar de bater.
Também teve o passarinho. Minha irmã apareceu em casa com ele dentro de uma caixinha. Se eu lhe pedia para ver o passarinho, ela emendava: “O nome dele é Pardal Bebê”. Como se Pardal Bebê fosse mais nome do que Passarinho. Ela recomendou que eu abrisse a mão, para senti-lo. Tive medo. Nunca tivera algo tão frágil e vivo dentro de minhas mãos. Mas abri. Ele veio de leve e se aconchegou. Cativou-me imediatamente. Não queria ficar na caixinha, deitado no chumaço de algodão que era sua cama improvisada. Queria ficar na mão. Então passei o resto do dia com uma vida, literalmente, em minhas mãos. Estudava virando as páginas com a direita e segurando-o com a esquerda. Dava-lhe mamão e água. E se tentava devolvê-lo à caixinha, ele piava até eu pegá-lo de volta.
No dia seguinte, foi igual. Mas à tarde, quando todos já tinham saído, tive que sair, eu também, para trabalhar. Coisa rápida. Dar uma aula de uma hora e meia e voltar. Deixei o passarinho em sua caixinha, com água e mamão, e fui, com saudades daquele que já estava se tornando um pedacinho de mim, tão grudado estava no meu corpo. Quando voltei, fui direto à caixa do passarinho. Ele estava estabanado, caído. Não conseguia se manter em pé. Coloquei-o na mão. Ele desequilibrava-se. Dei-lhe água e mamão. Ele bebeu e comeu. Depois foi ficando quietinho, quietinho. Morreu ali, em minha mão. Ainda passei vários minutos chamando-o, pedindo-lhe para acordar. Não sabia o que fazer com um passarinho morto na mão. Mas foi assim, como o Toquinho. Não morreu só. Esperou-me voltar para, enfim, deixar-se descansar.
Desconfio que nós, humanos, também tenhamos essa necessidade: morrer ao lado de quem se ama. E, se não queremos morrer sós, é porque também não queremos viver sós. No último minuto de nossas vidas, aquele em que somos mais livres, só podemos desejar o que há de mais verdadeiro, mais significativo. E, se estar ao lado de quem se ama é o mais importante na hora da morte, é porque é também o mais importante da vida.
Essa é a lição que aprendi com meus amigos Toquinho e Passarinho. E sei que, como eles, vou querer estar ao lado daqueles que amo no último minuto da minha vida. Mais: vou querê-los ao meu lado durante todo o percurso, desde agora, desde sempre. Também são lições que aprendi com a morte. Porque a morte nos ensina muito sobre a vida.
Até hoje tive duas experiências que me trouxeram tais reflexões. Nenhuma com pessoas, ainda bem. Mas quase. Quase pessoas. Um cachorro e um passarinho. O cachorro ficou comigo por dezesseis anos. O passarinho, por um dia. E a relação que tive com ambos foi de amor.
Comecei a pensar nisso por causa do Toquinho, meu cachorro. Eu e minha irmã o ganhamos na infância, e ele foi quase um irmão. Passou por tudo ao nosso lado. Nossa infância, entrada na e saída da adolescência. Nós passamos por tudo com ele. De bebê a velhinho. Atropelamento, parvovirose, surdez, cegueira, problema no coração. E era forte porque amava a vida. Guloso até o fim. Às vezes tínhamos vontade de alimentá-lo sem parar, para ver o quanto ele agüentaria. Nunca tivemos coragem, pois agüentava. Um dia meu pai inventou de comprar um tal de spaguetti vegetal. Parecia um melão, do qual se tirava algo como macarrão. Quando começamos a comer e percebemos que era intragável, lá se foram três pratadas direto para o prato do Toquinho. Este comeu avidamente. Também era generoso. De uma generosidade que pode ir além da humana. Amava sua bola de tênis e morria de ciúmes dela. Mas se recebia em casa visitas caninas ou felinas menores do que ele, cedia tudo, até a bola. Oferecia tudo o que tinha para qualquer animal pequeno que aparecesse.
Mas se o Toquinho me fazia pensar na morte, era porque às vezes passava mal. Engolia tudo o que aparecia em sua frente, então era natural ter suas dores de barriga. Pois tinha. E quando isso acontecia, seu comportamento tornava-se estranho. A solidão ficava insuportável. Sabíamos quando ele não se sentia bem, porque não desgrudava de mim ou de minha irmã um minuto sequer. Seguia-nos pelo apartamento inteiro. Se entrávamos em um cômodo e fechávamos a porta, ele a arranhava desesperadamente. Nada fazia, senão seguir. Seguir e ficar parado, ao nosso lado. Mas sozinho não ficava. Se íamos ao banheiro, lá vinha o Toquinho atrás a nos esperar. Se íamos à cozinha, também.
Eu me questionava a respeito do comportamento do Toquinho, e o pensamento que me ocorria era que, ao passar mal, ele tinha o sentimento instintivo de que poderia morrer. E a última coisa que ele procurava em vida era aquilo: companhia. Simples assim. Verdadeiro assim. Queria estar ao lado de alguém que amava, alguém cuja presença trouxesse um pouco de conforto.
Então ele ficou muito doente. Já era bem velho e havia superado tantas coisas. Dessa vez sentíamos que era pra valer. Teve sucessivas crises, estava fraco. Eu já estava longe, não acompanhei esse período. Mas sei que ele foi internado em uma clínica veterinária. Recebia visitas diárias de minha irmã. Ele na clínica, já por morrer. Um dia minha irmã chegou para visitá-lo. Foi informada pelo veterinário de que ele estava praticamente morto, estava já inconsciente, mas por alguma força seu coração insistia em bater. Minha irmã foi até ele, pegou seu estetoscópio e escutou seu coração batendo. Cada vez mais fraco. Até parar. Esperou ela chegar para parar de bater.
Também teve o passarinho. Minha irmã apareceu em casa com ele dentro de uma caixinha. Se eu lhe pedia para ver o passarinho, ela emendava: “O nome dele é Pardal Bebê”. Como se Pardal Bebê fosse mais nome do que Passarinho. Ela recomendou que eu abrisse a mão, para senti-lo. Tive medo. Nunca tivera algo tão frágil e vivo dentro de minhas mãos. Mas abri. Ele veio de leve e se aconchegou. Cativou-me imediatamente. Não queria ficar na caixinha, deitado no chumaço de algodão que era sua cama improvisada. Queria ficar na mão. Então passei o resto do dia com uma vida, literalmente, em minhas mãos. Estudava virando as páginas com a direita e segurando-o com a esquerda. Dava-lhe mamão e água. E se tentava devolvê-lo à caixinha, ele piava até eu pegá-lo de volta.
No dia seguinte, foi igual. Mas à tarde, quando todos já tinham saído, tive que sair, eu também, para trabalhar. Coisa rápida. Dar uma aula de uma hora e meia e voltar. Deixei o passarinho em sua caixinha, com água e mamão, e fui, com saudades daquele que já estava se tornando um pedacinho de mim, tão grudado estava no meu corpo. Quando voltei, fui direto à caixa do passarinho. Ele estava estabanado, caído. Não conseguia se manter em pé. Coloquei-o na mão. Ele desequilibrava-se. Dei-lhe água e mamão. Ele bebeu e comeu. Depois foi ficando quietinho, quietinho. Morreu ali, em minha mão. Ainda passei vários minutos chamando-o, pedindo-lhe para acordar. Não sabia o que fazer com um passarinho morto na mão. Mas foi assim, como o Toquinho. Não morreu só. Esperou-me voltar para, enfim, deixar-se descansar.
Desconfio que nós, humanos, também tenhamos essa necessidade: morrer ao lado de quem se ama. E, se não queremos morrer sós, é porque também não queremos viver sós. No último minuto de nossas vidas, aquele em que somos mais livres, só podemos desejar o que há de mais verdadeiro, mais significativo. E, se estar ao lado de quem se ama é o mais importante na hora da morte, é porque é também o mais importante da vida.
Essa é a lição que aprendi com meus amigos Toquinho e Passarinho. E sei que, como eles, vou querer estar ao lado daqueles que amo no último minuto da minha vida. Mais: vou querê-los ao meu lado durante todo o percurso, desde agora, desde sempre. Também são lições que aprendi com a morte. Porque a morte nos ensina muito sobre a vida.
Entre meus venenos
O meu veneno
Sei que minha maior força é minha extrema fragilidade
Um modo que tenho de me abalar com todos os ventos
De cada vez sofrer e morrer com a mesma intensidade
E não criar espinhos ao passar pelos tormentos.
Assim sou defendida por exércitos, conquisto multidões
Desmoralizo os oponentes quando exercito as paixões.
Tanto mais me imponho à medida que me exponho,
Que o meu sonho é o que mantém minhas ações.
Também sei que minha maior mentira é minha imensa sinceridade
Essa ingenuidade com que me debruço sobre todas as coisas
E que na pele e no rosto e nos olhos explode emoções:
Eu trajo esse grande disfarce, que é minha verdade.
Minha doçura é meu veneno involuntário
É o que confunde qualquer adversário
Porém ser mulher e delicada não é escolha, é minha condição
E se tão facilmente me desfaço, se sou tão quebrável,
É que é o espaço em que me sinto confortável, não uma opção.
Encontro-me neste terreno, nele me decubro
E faço do meu corpo, este corpo magro e pequeno,
Meu maior escudo.
Este poema eu escrevi alguns anos atrás. É querido, pois foi o primeiro poema que já tive premiado. E conseguia me descrever, da cabeça aos pés. Agora vejo o quanto mudei. O quanto perdi a coragem de expor minhas fraquezas. O quanto me tornei dura. Mas, se antes ser frágil era minha força, agora minha dureza é minha maior fragilidade. E vejo que quanto mais aparento ser forte, mais vulnerável me torno. Um dia ainda escrevo outro poema sobre isso...
Sei que minha maior força é minha extrema fragilidade
Um modo que tenho de me abalar com todos os ventos
De cada vez sofrer e morrer com a mesma intensidade
E não criar espinhos ao passar pelos tormentos.
Assim sou defendida por exércitos, conquisto multidões
Desmoralizo os oponentes quando exercito as paixões.
Tanto mais me imponho à medida que me exponho,
Que o meu sonho é o que mantém minhas ações.
Também sei que minha maior mentira é minha imensa sinceridade
Essa ingenuidade com que me debruço sobre todas as coisas
E que na pele e no rosto e nos olhos explode emoções:
Eu trajo esse grande disfarce, que é minha verdade.
Minha doçura é meu veneno involuntário
É o que confunde qualquer adversário
Porém ser mulher e delicada não é escolha, é minha condição
E se tão facilmente me desfaço, se sou tão quebrável,
É que é o espaço em que me sinto confortável, não uma opção.
Encontro-me neste terreno, nele me decubro
E faço do meu corpo, este corpo magro e pequeno,
Meu maior escudo.
Este poema eu escrevi alguns anos atrás. É querido, pois foi o primeiro poema que já tive premiado. E conseguia me descrever, da cabeça aos pés. Agora vejo o quanto mudei. O quanto perdi a coragem de expor minhas fraquezas. O quanto me tornei dura. Mas, se antes ser frágil era minha força, agora minha dureza é minha maior fragilidade. E vejo que quanto mais aparento ser forte, mais vulnerável me torno. Um dia ainda escrevo outro poema sobre isso...
Quando digo que até "sorte do dia" do orkut funciona comigo...
Pois a minha sorte do dia era: "Você vai ganhar roupas novas".
Roupa de banho não deixa de ser roupa, né?
E pantufa também pode ser considerada como roupa, né?
Roupa de banho não deixa de ser roupa, né?
E pantufa também pode ser considerada como roupa, né?
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Luz, câmera, ação!
Minha primeira cena desde o recomeço das filmagens. Fiquei feliz por encontrar o pessoal de São Paulo: David, Elisa, Thomas, Bob Pai e Bob Mãe. A van veio me buscar às nove da manhã e só me despachou de volta às nove da noite. Minha cena foi rápida, mas fiquei acompanhando as outras do dia. Não consigo vestir a camisola do figurino sem um desejo irresistível de sair saltitando. É muito confortável e quentinha! A Elisa teve que pegar fogo no braço. Colocaram não-sei-o-quê de amianto e um gel, aí ela colocou o braço no fogo de verdade!
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Eu estava neste lugar horroroso...
terça-feira, 27 de novembro de 2007
Bolhas soltas
- Comprei na China uma blusa preta e branca com padrões geométricos. Mas nunca consegui vesti-la, porque me sinto uma ilusão de óptica, ou um desenho do Escher.
- Por cinco dias na semana me dou o direito de me declarar em férias. Os outros dois dias são o final de semana.
- Adoro digitar aquelas letrinhas para verificação, quando mandamos uma mensagem na internet. Me divirto com as palavras que formam pelas letras aleatórias. Mas esta blog às vezes forma umas palavras difíceis, estilo "fhlgstec". Aí, só conferindo letra por letra.
Que mala!
Se fazer as malas é chato e desfazer é pior ainda... imagina eu, que nem desfiz as malas de São Paulo e vou ter que fazer as de Búzios... Mas já que é por uma causa nobre... Enfim, meu blog também terá uma semaninha para descansar. E meus três leitores também! Aproveitem, que semana que vem eu volto com mais bolhas!
Não é implicância, não...
Mas falando em gordas... Lembrei uma coisa que venho planejando há anos: No dia em que eu abrir minha grife de roupas para gente gorda, o nome será "MODA BOLA". Eu achei o máximo!!
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
É gorda? Que se encolha!
Hoje fiz aquela viagem horrorosa pelo Alto da Boa Vista até a Barra, para buscar meu celular na assistência. Chegando lá, descobri que ele não ficou pronto. Não basta ter perdido a viagem, na volta consegui pegar dois ônibus errados. O pior é que eu fiz certinho. Peguei ônibus que eu pego daqui pra ir até lá. Não sei como eles podem voltar com o mesmo número e ir para destinos diferentes. Muito esquisito. O segundo ônibus, ainda por cima, estava cheio. Quando resolvi descer, havia um monte de gordas obstruindo a passagem. E não se ajeitavam nem um pouquinho pra me facilitar. Eu tinha que passar me apertando naquelas bundonas. Pôxa, fazer o que se é gorda? Mas pelo menos dê uma encolhidinha, né?
domingo, 25 de novembro de 2007
Cozinha
Hoje baixou a mestre-cuca. Fiz um frango ao curry delicioso com chutney de manga. O melhor que já fiz. Usei o curry indiano que comprei em São Paulo. E pro chutney, deixei a preguiça de lado e não usei liquidificador. Quer dizer, o motivo não foi bem esse. É que não tenho liquidificador mesmo. Mas deu certo. Agora vou ter que comê-lo hoje, amanhã, depois de amanhã...
sábado, 24 de novembro de 2007
Novo blog
Criei um novo blog, com uma proposta diferente deste, para não misturar as coisas. É um blog para postar apenas poemas, letras, textos, frases, enfim, coisas dos outros. Mas, por ser uma seleção minha, de uma forma ou de outra fala de mim.
A quem interessar:
http://www.liancita.blogspot.com
A quem interessar:
http://www.liancita.blogspot.com
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Um dia a mais...
Hoje tive mais uma aulinha de chinês com a Sra. Elizabeth. Consegui decorar o texto e ficamos trabalhando pra pronúncia não parecer de brasileira. Foi divertido. Quando voltei, a internet parou de funcionar e o homem veio consertar. Fui caminhar com a Euri. Hoje foi uma caminhada light, voltando ao ritmo. Ficamos conversando e rindo das novidades. Depois tomamos o coco do simpático.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Revisão de teoria
Com novos dados em mão, agora preciso repensar minha teoria dos três estômagos. Quem convive um mínimo comigo conhece a teoria: Nós temos três estômagos diferentes, um para comida salgada, um para sobremesa e um para sorvete. Por isso, não importa o quanto comamos e nos sintamos cheios, sempre há espaço para a sobremesa. Após a sobremesa, mesmo satisfeitos, ainda há espaço para sorvete. São compartimentos separados e reservados, ou seja: três estômagos diferentes.
Mas agora entra em questão um novo elemento. Durante meu período de intensas pesquisas alimentares em São Paulo, percebi que a teoria precisa ser repensada para o caso do chá. Cabe sempre. Apesar de todos os tipos de comida e até de todas as xícaras de chá. Não posso nem dizer que há um compartimento para o chá, pois não há limites para ele.
Minha teoria entrou em xeque. Se alguém tiver alguma resposta, aceito contribuições.
sexta-feira, 16 de novembro de 2007
Aula de chinês
Tive aula de chinês com a Sra. Elizabeth, mãe do Chao. Muito simpática. Ficamos lendo minhas falas. As expressões com que eu já tinha familiaridade foram fáceis, o problema eram aquelas que eu não conhecia. Gravei-a falando, pois assim poderei praticar em casa. Combinamos de, na próxima aula, semana que vem, eu ter as falas de cor. Aí poderemos já praticar com a emoção. Vou ter que ensaiar muito para conseguir convencer como uma chinesa verdadeira.
quinta-feira, 15 de novembro de 2007
Parece piada, mas não é...
Eu até que tento...
No início, eu resisti muito até comprar meu primeiro aparelho celular. E só comprei porque pensei: "se eu não quiser, é só não atender"! Pois bem. Para que ele não me incomodasse com seu barulho irritante, desliguei o som e deixei-o apenas vibrar. Resultado: eu nunca escutava uma ligação. Quando via, havia inúmeras chamadas não atendidas. E todo mundo me cobrava por isso. Briguei, entrei em crise, fiquei de mal do tal do aparelho... Várias vezes desejei jogá-lo contra a parede.
Quando vim morar no Rio, meu celular tornou-se mais inútil ainda. Como vivo sem crédito, não podia nem mesmo responder chamadas, já que é cobrada uma taxa de deslocamento. Ele passou a funcionar apenas como relógio.
Um ano depois, decidi comprar um aparelho "carioca". Gostei dele. Coloquei uma foto linda como papel de parede e escolhi uma música que sempre me deixa alegre como toque. O problema é que era um amor não correspondido. Ele funcionava apenas quando queria. E parava de funcionar também quando bem entendia. Por um lado, era sábio, porque interrompia as mais acaloradas brigas. Por outro lado me fez perder alguns trabalhos.
Quando a situação ficou insustentável, decidi levá-lo à assistência técnica e comprar um outro aparelho. Fui rapidamente à Casa e Video e escolhi um aparelho barato, pequeno e quadradinho. Depois de pagar, ao receber o pacote, vi que a caixa tinha estampa dos Rebeldes. Depois percebi que também há foto do grupo e estampa no próprio celular. E adivinha qual é o toque? Pois é. Não é que o danado é verdadeiramente rebelde? Esconde as mensagens de voz e de imagens. Muitas vezes não consigo saber quem me ligou. Vive procurando sinal e, a cada vez que faz isso, soa um apito irritante. Eu até que queria ficar com ele mais por perto, mas por conta do tal apito, ele vive de castigo no meu quarto. Quando volto, há mensagens de voz que não consigo ouvir e nem saber a proveniência.
Parece castigo. Eu sei que durante muito tempo fui avessa a celular. Mas agora, pôxa, eu bem que tento...
Ainda falta descobrir...
Agora que já sei um pouco do mistério do homem do Nandemoya, resta descobrir o mistério do homem do Flamboyant, em Goiânia. É um homem que é igualzinho aqueles bonequinhos de meninos. É alto, loiro e sempre usa roupa comprida e camuflada, com bota, como os bonecos de guerra. E VIVE no Flamboyant. Alguém tem uma dica?
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
Origami secreto
Mais bolhinhas paulistanas
De volta ao Rio. A viagem foi cansativa. Costumo fazê-la tranquilamente à noite. É apenas o tempo de dormir e acordar. Mas à tarde as horas não passam. As duas revistas femininas, a revista de palavras cruzadas, o churrasquinho com queijo no pão e as comidinhas que recebemos não conseguiram me entreter. Pior: só me enjoaram. Ainda por cima sentei perto do banheiro. O cheiro é nojento.
Enfim, vou soltar outras bolhinhas de São Paulo, que não pude soltar no período em que estava lá, porque estava quase desconectada e desblogada:
Terça-feira foi minha reunião com a editora. São boas as perspectivas. A editora ficou muito interessada no projeto. Disse que só precisa ver com a diretoria questões de custo e de calendário. Agora é torcer e aguardar a resposta!
Assisti vários videos antigos da família. Tem meu pai na neve. Tem a Priscilla na época em que morava nos EUA. Tem aniversário da Hannah de 5 anos. Tem Thiago gritando com boca de hipopótamo. Tem Marina e Matt em São Paulo. Tem eu e Julia no aniversário de um aninho da Melissa.
Outro dia eu estava no shopping Santa Cruz, olhando as vitrines, quando um casal de velhinhos entra na minha frente. Faço o desvio e continuo andando. Um tempo depois sou abordada pela senhorinha. Ela pergunta se meu nome é Laura. Respondo que não. Ela me explica que o neto dela está namorando uma garota nissei, que, de acordo com a descrição dele, se veste como eu, é miudinha e freqüenta aquele lugar. Quando ela me viu, pensou que fosse eu. Não sou. Acho graça da senhora que caça a neta-nora no shopping. Deve ser a primeira namoradinha do neto adolescente. Avó curiosa. E simpática, também. Me lembra a Dona Ângela.
O mistério do homem do Nandemoya
Eu estava na feira de antiguidades no Masp e vi um homem que não me era estranho. Tentei lembrar de onde ele era, até lembrar que há anos que eu sempre o vejo no Nandemoya, restaurante da Liberdade. É difícil não reparar nele. Grandão, com jaqueta e acessórios estilo motoqueiro, careca na parte de cima da cabeça e cabeludo, com cabelos bem negros na parte de baixo. Uma figura! Pois comecei a desvendar o homem... descobri que trabalha com antiguidades! Olhando assim, ninguém diria...
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Bolhinhas paulistanas
Quanto mais fico com minha família e meus priminhos, mais percebo o quanto eles me fazem falta.
Bom fugir um pouco do Rio e entrar na Bolha-São Paulo. Tanta coisa que me prendia e que eu considerava importante simplesmente fica pequena.
Ontem eu e a Hannah decidimos cozinhar um jantar-surpresa. A Pri foi nossa assistente e ajudou a raspar a panela de sobremesa. Fizemos frango ao curry, salada, arroz, berinjela refogada e paglia italiana.
No outro dia o Thiago e a Hannah vieram dormir comigo. Fiquei conversando com a Hannah, ela dormiu. Depois fiquei até de madrugada conversando com o Thiago.
Quando eu estava com a Hannah na Paulista, um homem passou por mim e falou: "Oi, Lian". Depois ele acenou e eu fiquei olhando sem entender nada. Nunca vi mais gordo.
Fiz uma aposta com o Thiago na sorveteria Alaska. Eu apostei que o nome de um pedido era sorvelanche. Ele apostou que era sorlanche. Perdi. A prenda era um minuto de cócegas.
No McDonalds a Hannah pediu uma batata média. O atendente perguntou: "Batata média pequena, média ou grande?" Fiquei rindo da cara dele.
A tia Stella perguntou no camelô se tinha "Kill Bill". O homem respondeu: "Não, mas tem Pinguim"!
Bom fugir um pouco do Rio e entrar na Bolha-São Paulo. Tanta coisa que me prendia e que eu considerava importante simplesmente fica pequena.
Ontem eu e a Hannah decidimos cozinhar um jantar-surpresa. A Pri foi nossa assistente e ajudou a raspar a panela de sobremesa. Fizemos frango ao curry, salada, arroz, berinjela refogada e paglia italiana.
No outro dia o Thiago e a Hannah vieram dormir comigo. Fiquei conversando com a Hannah, ela dormiu. Depois fiquei até de madrugada conversando com o Thiago.
Quando eu estava com a Hannah na Paulista, um homem passou por mim e falou: "Oi, Lian". Depois ele acenou e eu fiquei olhando sem entender nada. Nunca vi mais gordo.
Fiz uma aposta com o Thiago na sorveteria Alaska. Eu apostei que o nome de um pedido era sorvelanche. Ele apostou que era sorlanche. Perdi. A prenda era um minuto de cócegas.
No McDonalds a Hannah pediu uma batata média. O atendente perguntou: "Batata média pequena, média ou grande?" Fiquei rindo da cara dele.
A tia Stella perguntou no camelô se tinha "Kill Bill". O homem respondeu: "Não, mas tem Pinguim"!
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Que gracinha!
A Erika publicou no blog cultural dela com o Rodrigo meu texto sobre a Mangueira. E consertou à la Jornalista as coisas que nunca aprendi: acrescentou lid, sub-lid, ou uma dessas coisas. Pra quem quiser olhar: www.pluralblog.blogspot.com . Pra quem não sabe, a Erika é também minha assistente computacional, hehe!
Horóscopo 2
Incrível. Pra mim até "sorte do dia" do orkut se aplica! Pois não é que minha sorte de hoje diz: "Você viajará para muito longe"! Está certo que São Paulo não é tão longe assim, não vamos exagerar. Uma "sorte do dia" que já se repetiu foi: "Você sempre terá sorte nas questões pessoais". Eu sempre acreditei nisso! Pelo menos, sempre tive até agora. E no outro dia disse que eu ia escapar por pouco de um problema muito sério. Não sei que problema foi esse, mas devo ter escapado, né?
terça-feira, 6 de novembro de 2007
Horóscopo
Recebi um horóscopo da Euri que ela jura que se aplica. Eis o do meu signo (Touro), comentado por mim:
O Resistente - verdade.
Que encanta, mas agressivo - acho que sim.
Pode parecer enfadonho, mas não são - não acho que seja enfadonha, mas nem vou insistir, senão alguém ainda pensa: "coitada, nem se toca..."
Trabalhadores duros - ãhn?!!! Tá falando de mim ?!! De acordo com a Euri, é uma parte minha não assumida. Então tá. Digamos que sou trabalhadora duríssima, mas me contenho...
Amável - pode ser.
Forte, tem resistência - sim.
Seres sólidos e estáveis e seguros dos modos deles/delas - segura dos meus modos, sim.
Não procuram atalhos - eu procuro.
Orgulhosos da beleza deles/delas - sem querer ser metida...
Pacientes e seguros - paciente? de primeira eu diria que não, mas considerando tudo que passo, sou paciente, sim, e muito!
Fazem grandes amigos e dão bons conselhos - verdade. Por isso ouçam meus conselhos!
Bom coração - claro (e quem diria que não?)!
Amam profundamente - apaixonados - sim, mas tento me conter.
Expressam-se emocionalmente - antigamente seria verdade pura. Hoje já nem sei.
Propenso a temperamento- acessos de raiva ferozes - só um pouquinho...
Determinado - sim.
Cedem aos seus desejos frequentemente - eu cedo ou os outros cedem? de qualquer jeito, acho que ambos são verdadeiros...
Muito generoso - verdade.
Mistério resolvido
Toda vez que eu largava o celular e saía, lá aparecia ele com uma ligação misteriosa de São Paulo. Durante semanas. Quando eu retornava, dizia que o número não recebia chamadas. E eu super preocupada, pensando que podia ser fulano. O fulano da vez era o editor com quem eu estava em contato. Hoje recebi a tal ligação misteriosa e consegui atender! E era de cartão de crédito!!
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Qual é meu número mesmo?
Inexplicavelmente passei o final de semana inteiro sem saber meu número de celular. Pensava, pensava, e nada de lembrar. Branco total! Hoje fui recarregá-lo no caixa do Banco do Brasil e subitamente lembrei!
Acalmando...
Combinamos um rodízio de pizza pra daqui a pouco. Pizza acalma qualquer um. Rodízio então...
Na pior das hipóteses... Se eu acabar aqui no feriado, pelo menos tem show do Luiz Melodia no dia 20.
Sampa, show, filmagens, editora. E o mestrado? Aff, pensa que vou pra Sampa pra quê? Por pura dedicação ao mestrado! Afinal, onde você acha que vou comprar os livros?
Na pior das hipóteses... Se eu acabar aqui no feriado, pelo menos tem show do Luiz Melodia no dia 20.
Sampa, show, filmagens, editora. E o mestrado? Aff, pensa que vou pra Sampa pra quê? Por pura dedicação ao mestrado! Afinal, onde você acha que vou comprar os livros?
Dia errado
Quem é o deus responsável pelo calendário mesmo? Alguma coisa está errada. Hoje é um delicioso dia de domingo. O problema é que é segunda. Saí de casa pra palestra do Derrick De Kerckhove, na Biblioteca Nacional. Vi que caía uma chuvinha, mas, cabeça dura que sou, me recusei a sair agasalhada depois de passar calor por tantos dias. Resultado óbvio: morri de frio durante a palestra inteira. E olha que foi muito interessante. Mesmo assim eu não conseguia parar de pensar em filme, sofá, cobertor, companhia e chocolate quente, combinação perfeita para dias como este. De domingo, claro.
Lembrei de uma carta que a Júlia me escreveu em 2002 (é, Júlia, eu decoro, sim), falando pra criarmos um calendário novo. Novos deuses e novos feriados. Eu concordo. E decretaria que segunda-feira é feriado!
Lembrei de uma carta que a Júlia me escreveu em 2002 (é, Júlia, eu decoro, sim), falando pra criarmos um calendário novo. Novos deuses e novos feriados. Eu concordo. E decretaria que segunda-feira é feriado!
domingo, 4 de novembro de 2007
Só
Tem dias em que troco o texto do "quem sou eu" do perfil do meu orkut duas ou três vezes. Mas quem disse que tenho que ser a mesma durante o dia inteiro?
Hoje a Luana trouxe pirulitos de chupetinha para nós. Gosto de infância.
Como combinado com São Pedro, hoje choveu. Ventinho bom. E não acabou a energia, ainda bem.
Hoje a Luana trouxe pirulitos de chupetinha para nós. Gosto de infância.
Como combinado com São Pedro, hoje choveu. Ventinho bom. E não acabou a energia, ainda bem.
Outros olhares
Gosto de um olhar fresco sobre cada coisa. Esse construir o outro que primeiro perpassa toda nossa subjetividade. Gosto de me divertir e de me intrigar tentando enxergar visões alheias. E tentando mostrar ao outro aquela que é minha. Como quando brincamos de conversar com alguém de cabeça pra braixo. E o queixo vira nariz. E a boca adquire uma forma estranha. Como um ogro. E gargalhamos. E nos assustamos. E nos surpreendemos. Aprendi essa brincadeira com minha irmã. E ensinei a tantas outras pessoas. Um outro ângulo.
Criança é um ótimo exercício pra isso. Quando eu dava aula para elas, por exemplo, e ensinava vocabulários como tall, short, old, young, na hora de praticar e de me descreverem, elas costumavam me descrever como tall e old! A outra garotinha que conheci na Bienal, e que se tornou minha amiga, olhou pra minha cara e soltou que eu me parecia com a Sininho. É, tirando o pequeno detalhe de ela ter um rosto completamente diferente, ser loira e de cabelos bem curtinhos, talvez eu me pareça mesmo... No tamanho. Ou no branco dos olhos. Mas o interessante é que ela viu algo ali. E o que ela viu era totalmente subjetivo, passava pelo que ela era, muito antes de passar por mim.
Faz um tempo que a Euri ri dos meus comentários, porque algumas vezes são opostos dos pontos de vista das outras garotas da conversa. Enquanto elas comentavam que não sabiam como a Deborah Secco foi namorar o Falcão, eu pensava no porquê de ele ficar com ela. E quando assistíamos a um programa apresentado por uma modelo do tipo loira, alta, com rosto de nada, e comentaram que ela era casada com o Seal, eu me perguntei o que ele havia visto nela, enquanto o comentário geral era o oposto. Mas quando o assunto foi Marcos Frota e Carolina Dieckman ( acha que um bando de mulheres juntas conversam sobre o quê?), já tranquilizei-as de antemão. Não, não vou perguntar o que ele viu na Carolina Dieckman, né, aí já seria demais...
Ah, Julia, e eu sei, sim, quem é Carolina Dieckman, viu?
sábado, 3 de novembro de 2007
Um dia perfeito
Eu mereço, depois de tantas coisas, ter um dia assim: perfeito do início ao fim. De bem com São Pedro, também. Passei o dia na praia com as meninas. O céu azul, sol brilhando, mar calmo, propício a longos banhos. Queijo coalho, água de coco, dois sucolés, um de mousse de maracujá e um de coco. Eu já tenho história com os tais dos sucolés. Conto outro dia. Fim de tarde fresquinho, volta pra casa, banho gelado... Assim que entrei no banho, escutei o barulho de chuva grossa e montes de trovoadas. Pensei que o podrão já não iria rolar. Mas não. Saí do banheiro e já não havia mais chuva. Fomos primeiro sacar dinheiro e depois buscar o podrão. Fui atendida pelo baixinho, que capricha. Só gosto de ser atendida por ele, que enche de molho, bem como eu gosto. Assistimos um pouco de TV e depois fomos pro ensaio de escola de samba na Mangueira. PERFEITO! Amei demais! A agitação, o clima, a cordialidade das pessoas, os passistas, as criancinhas sambando... lindo, lindo, lindo. Semana que vem eu volto!!
"Mandou me chamar, eu vou
Pra Recife festejar
Alegria no olhar eu vejo
É frevo, é frevo, é frevo."
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Bate-papo rendeu...
Depois da caminhada e da água de coco, tomei meu banho e fui com as meninas (Luana, Priscila e Suzana) ao McDonalds. Queria o McLanche Feliz do pinguim gorducho, mas não tinha mais. Acabei escolhendo um bichinho que não sei o que é, mas pega onda girando, bem legal. Voltamos e resolvemos fazer nossa aulinha de Francês. Percebi que preciso retomar a prática. Tenho muitos brancos, esqueço vocabulário, conjugações. Acabei passando muito tempo sem contato com a língua. Quando apagaram as luzes da sala de estudos, fomos para o sofá e ficamos batendo papo, só em francês. Depois mudamos para inglês. Depois, português. E já combinamos grupo de estudos de todas as línguas possíveis, italiano, grego, latim. O bate-papo rendeu bastante, conversamos muito sobre filosofia. A Suzana gosta dos antigos (Sócrates, Platão) e ela conheceu o Wagner, que foi meu professor de Lógica. Deu pra trocar muita idéia. A Priscila trouxe biscoito e laranja. Passamos para poesia, recitamos as nossas e de outros, conversamos sobre nossos gostos literários, a Su falando de Marcel Proust e eu falando de Lispector. A Euri apareceu no meio da conversa, mas estava morta de sono e foi dormir. A Priscila fazendo suas piadas e ainda por cima encerrou a noite falando de mucosa anal. É nisso que dá juntar uma comunicadora, uma filósofa e uma médica. Aí vi que já era hora de voltar pro quarto e pensar em dormir. Aquele passarinho chato já tinha começado a cantar. O dia já estava claro. Os mosquitos da noite estavam indo embora e já ia começar o turno dos mosquitos da dengue. Uma última palavrinha aqui, que já são quase sete da manhã, apesar de esse blog não saber olhar as horas. Coitado.
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Insônia
Assim como existem vários tipos de sono, existem vários tipos de insônia. Sono, existe o de olhos, o de corpo pesado, o de alma voando a um palmo acima do corpo... Insônia, também há várias. A de hoje é daquelas: se eu deitasse, dormiria fácil fácil. Mas não deito. Fico aqui catando mosquito. Minto: não catei nenhum. Mas tento. São eles que me devoram. Tinha duas opções: calor ou mosquito. Optei por abrir a porta e a janela e que venham os mosquitos, mas pelo menos pego uma brisa.
Minha filhinha perdida
Encontrei o video da minha filhinha perdida pelo mundo. Tentei de tudo, mas não consegui postá-lo aqui. Um dia ainda aprendo a mexer neste blog. De qualquer jeito, fica aqui o link:
http://www.youtube.com/watch?v=gq8ZNJEC4I8
Se alguém encontrá-la, por favor, tragam-na pra mim!!!
http://www.youtube.com/watch?v=gq8ZNJEC4I8
Se alguém encontrá-la, por favor, tragam-na pra mim!!!
De pernas pro ar
Hoje foi O dia. Aquela TPM. E ainda por cima, qualificação. Foi boa, caminho certo. Mesmo assim não escapou a algumas lágrimas. Cheguei em casa cansada, dei uma cochilada e acordei com crise de choro. Foi uma tempestade de alívio da tensão acumulada, hormônios agitados, pensamentos traiçoeiros, tudo junto. Grudei no celular. Desliguei depois de meia-noite, aí que fui ver a mensagem da Letícia. A balada já era. Agora, olhos inchados e uma dor de cabeça de matar... mas fiquei serena, quase dormente. Sobrevivi à TPM. Amanhã colho os resultados...
Doce ilusão
Quando pequena, eu era muito chorona. Pensava que, quando crescesse, pararia de chorar. Hoje tenho vinte e cinco anos e continuo chorona. Mas não cresci.
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Longa caminhada
Acabo de chegar da minha caminhada diária. Não é na Muralha, mas adoraria que fosse. O infinito da paisagem com aquele vento: paraíso. Hoje foi menos do que isso. Maracanã mesmo. Bom também. Fui só com a Luana porque a Euriana sumiu. Depois a encontramos no meio do caminho, mas já era tarde. Demos três voltas caminhando. Na quarta, a Luana correu e eu encontrei a Suzana. Corremos só no finalzinho. Luana disse que pegou fogo. Hora de tomar nossa tão esperada água de coco. O vendedor foi apelidado pela Luana de Miss Simpatia. Sempre de cara fechada, seco. Pois eu comentei que o acho simpático por dentro. Elas responderam que deve ser bem lá dentro mesmo. Mas a cada dia me convenço mais da simpatia dele. Cara fechada, mas, nos olhos, está achando graça. Num dia deixei o dinheiro cair atrás do freezer. No outro, pedi água, e só quando ele já pegava a água mineral, que completei "de coco". Dou trabalho e ele acha graça por dentro. Prefiro pessoas simpáticas por dentro do que por fora. Tenho uma bolha imensa e por nada me sinto invadida. Então excesso de simpatia pode me assustar, porque vem com ilusão de proximidade. Gente fazendo gracinha de graça. Demoro a baixar a guarda. Na vizinhança, acho que há apenas dois homens que cumprimento: o guarda-carros do Instituto de Educação e um dos seguranças do Banco do Brasil. Só comecei a cumprimentá-los à custa de muita reserva. Depois de passar por ali um milhão de vezes sem que me olhassem diferente ou tentassem me dirigir a palavra. Aí passei a confiar. Quando quase fui assaltada e fui socorrida por dois seguranças, senti necessidade de me entrosar mais na vizinhança. Cumprimentei um segurança e ele me olhou com cara de safado. Não dá pra baixar a guarda. Por isso simpatia por dentro me agrada muito mais. Agora vou tomar meu banho e lavar o cabelo. Espero que chova.
Primeiras bolhinhas
Agora que tenho meu blog, o que é que eu queria dizer mesmo? Tantos pensamentos soltos. Qualificação amanhã. Resolvi que começaria a estudar na segunda. Depois que estudaria na terça. Depois concluí que fui eu quem escreveu o texto, então estudá-lo pra quê? Pois é, boa sorte pra mim. Tento me preparar emocionalmente pra levar porrada, pois é o que me disseram que acontece na qualificação. Só espero não chorar. O lado bom é que pelo menos vai passar, como me disse a Júlia.
Outra bolhinha: A Renata me mandou um e-mail perguntando se emagreci desde a China. Caso positivo, teria que engordar de volta até as filmagens. Respondi que infelizmente não emagreci, mas agora ela me deu um motivo para ficar contente por isso. A novidade é que agora não sou mais sedentária. A Euri e a Luana mudaram minha vida! Agora vou todos os dias caminhar com elas, três voltas em torno do Maracanã! No fim da última volta, até corro um pouquinho. No outro dia eu e a Euri rimos muito, porque sou muito desorientada pra essas coisas. Na verdade nem foi pra entrar em forma que decidi caminhar. Foi pra respirar. Essa fase do mestrado é terrível, ficar trancada na frente do computador, sufocada. Agora, o melhor mesmo é a água de coco no fim da caminhada. Vale o dia! Essa semana está fazendo um calor de derreter.
Um blog!
Depois de colocar uma carta pra Erika no correio dizendo que não queria fazer um blog, aqui estou eu fazendo um... Escolher um nome... que dificuldade! Apesar de amar escrever, sempre fui inimiga dos títulos. Não sei resumir, não sei me resumir. Aí lembrei do site que estamos montando, "Bolhas". E pensei em "Bolhinhas", já que sou um pouquinho dele. Já tinha! Então apenas completei com "da Lian", afinal, este blog é mesmo para postar as minhas bolhinhas. Acabei de escrever um texto pro site, chamado "Coisas da vida e da morte". Uma bolha. Sobraram bolhinhas. Restos de pensamentos. Ficam por aqui.
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