Gosto de um olhar fresco sobre cada coisa. Esse construir o outro que primeiro perpassa toda nossa subjetividade. Gosto de me divertir e de me intrigar tentando enxergar visões alheias. E tentando mostrar ao outro aquela que é minha. Como quando brincamos de conversar com alguém de cabeça pra braixo. E o queixo vira nariz. E a boca adquire uma forma estranha. Como um ogro. E gargalhamos. E nos assustamos. E nos surpreendemos. Aprendi essa brincadeira com minha irmã. E ensinei a tantas outras pessoas. Um outro ângulo.
Criança é um ótimo exercício pra isso. Quando eu dava aula para elas, por exemplo, e ensinava vocabulários como tall, short, old, young, na hora de praticar e de me descreverem, elas costumavam me descrever como tall e old! A outra garotinha que conheci na Bienal, e que se tornou minha amiga, olhou pra minha cara e soltou que eu me parecia com a Sininho. É, tirando o pequeno detalhe de ela ter um rosto completamente diferente, ser loira e de cabelos bem curtinhos, talvez eu me pareça mesmo... No tamanho. Ou no branco dos olhos. Mas o interessante é que ela viu algo ali. E o que ela viu era totalmente subjetivo, passava pelo que ela era, muito antes de passar por mim.
Faz um tempo que a Euri ri dos meus comentários, porque algumas vezes são opostos dos pontos de vista das outras garotas da conversa. Enquanto elas comentavam que não sabiam como a Deborah Secco foi namorar o Falcão, eu pensava no porquê de ele ficar com ela. E quando assistíamos a um programa apresentado por uma modelo do tipo loira, alta, com rosto de nada, e comentaram que ela era casada com o Seal, eu me perguntei o que ele havia visto nela, enquanto o comentário geral era o oposto. Mas quando o assunto foi Marcos Frota e Carolina Dieckman ( acha que um bando de mulheres juntas conversam sobre o quê?), já tranquilizei-as de antemão. Não, não vou perguntar o que ele viu na Carolina Dieckman, né, aí já seria demais...
Ah, Julia, e eu sei, sim, quem é Carolina Dieckman, viu?
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