No início, eu resisti muito até comprar meu primeiro aparelho celular. E só comprei porque pensei: "se eu não quiser, é só não atender"! Pois bem. Para que ele não me incomodasse com seu barulho irritante, desliguei o som e deixei-o apenas vibrar. Resultado: eu nunca escutava uma ligação. Quando via, havia inúmeras chamadas não atendidas. E todo mundo me cobrava por isso. Briguei, entrei em crise, fiquei de mal do tal do aparelho... Várias vezes desejei jogá-lo contra a parede.
Quando vim morar no Rio, meu celular tornou-se mais inútil ainda. Como vivo sem crédito, não podia nem mesmo responder chamadas, já que é cobrada uma taxa de deslocamento. Ele passou a funcionar apenas como relógio.
Um ano depois, decidi comprar um aparelho "carioca". Gostei dele. Coloquei uma foto linda como papel de parede e escolhi uma música que sempre me deixa alegre como toque. O problema é que era um amor não correspondido. Ele funcionava apenas quando queria. E parava de funcionar também quando bem entendia. Por um lado, era sábio, porque interrompia as mais acaloradas brigas. Por outro lado me fez perder alguns trabalhos.
Quando a situação ficou insustentável, decidi levá-lo à assistência técnica e comprar um outro aparelho. Fui rapidamente à Casa e Video e escolhi um aparelho barato, pequeno e quadradinho. Depois de pagar, ao receber o pacote, vi que a caixa tinha estampa dos Rebeldes. Depois percebi que também há foto do grupo e estampa no próprio celular. E adivinha qual é o toque? Pois é. Não é que o danado é verdadeiramente rebelde? Esconde as mensagens de voz e de imagens. Muitas vezes não consigo saber quem me ligou. Vive procurando sinal e, a cada vez que faz isso, soa um apito irritante. Eu até que queria ficar com ele mais por perto, mas por conta do tal apito, ele vive de castigo no meu quarto. Quando volto, há mensagens de voz que não consigo ouvir e nem saber a proveniência.
Parece castigo. Eu sei que durante muito tempo fui avessa a celular. Mas agora, pôxa, eu bem que tento...
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