terça-feira, 30 de outubro de 2007

Longa caminhada


Acabo de chegar da minha caminhada diária. Não é na Muralha, mas adoraria que fosse. O infinito da paisagem com aquele vento: paraíso. Hoje foi menos do que isso. Maracanã mesmo. Bom também. Fui só com a Luana porque a Euriana sumiu. Depois a encontramos no meio do caminho, mas já era tarde. Demos três voltas caminhando. Na quarta, a Luana correu e eu encontrei a Suzana. Corremos só no finalzinho. Luana disse que pegou fogo. Hora de tomar nossa tão esperada água de coco. O vendedor foi apelidado pela Luana de Miss Simpatia. Sempre de cara fechada, seco. Pois eu comentei que o acho simpático por dentro. Elas responderam que deve ser bem lá dentro mesmo. Mas a cada dia me convenço mais da simpatia dele. Cara fechada, mas, nos olhos, está achando graça. Num dia deixei o dinheiro cair atrás do freezer. No outro, pedi água, e só quando ele já pegava a água mineral, que completei "de coco". Dou trabalho e ele acha graça por dentro. Prefiro pessoas simpáticas por dentro do que por fora. Tenho uma bolha imensa e por nada me sinto invadida. Então excesso de simpatia pode me assustar, porque vem com ilusão de proximidade. Gente fazendo gracinha de graça. Demoro a baixar a guarda. Na vizinhança, acho que há apenas dois homens que cumprimento: o guarda-carros do Instituto de Educação e um dos seguranças do Banco do Brasil. Só comecei a cumprimentá-los à custa de muita reserva. Depois de passar por ali um milhão de vezes sem que me olhassem diferente ou tentassem me dirigir a palavra. Aí passei a confiar. Quando quase fui assaltada e fui socorrida por dois seguranças, senti necessidade de me entrosar mais na vizinhança. Cumprimentei um segurança e ele me olhou com cara de safado. Não dá pra baixar a guarda. Por isso simpatia por dentro me agrada muito mais. Agora vou tomar meu banho e lavar o cabelo. Espero que chova.

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