Foi seu pincel que deu os meus traços.
Dele eu tenho a tez morena, o queixo quadrado e às vezes, só às vezes, esse longo silêncio. Dele eu tenho esse sangue quente e vermelho, que tento abrandar com a fluidez de águas doces. Ele não. Ele vive o fogo e não foge ao incêndio. Dele eu tenho o exército que impede a invasão das não-borboletas. Tenho o solo seco na superfície, para que floresçam os profundamente enraizados. Dele eu tenho o apego à vida. Mas ele tem vida para mil planos e planos para mil vidas. E eu tenho apenas essa alegria vagabunda de existir. Isso é meu. Mas foi dele que ganhei os primeiros pássaros.
7 comentários:
Tai pai, Tai filha!
Acertei? rs
Desculpe-me estar contaminado com sua 'aquarela'. Porque pego seus pássaros e pinto com as cores do seu lirismo, só para alegrar o dia e perfumar a noite.
Tai a emoção de comentar, acanhadamente.
Rômulo
Letras lindas de filha. Traços lindos de pai.
Lindo texto!
Parabéns!
Singelo, profundo e de cores graves.
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