Eu fico olhando esses casais. Esses que estao sempre grudados, que trocam demonstracoes públicas de afeto o tempo inteiro, que têm uma química de animal no cio. Esses casais inconvenientes, para quem, em um bar, nao é necessário que haja duas cadeiras, pois um sempre está no colo do outro. Esses casais que, mesmo entre amigos, familiares ou multidoes, parecem que estao a sós e que o mundo é aquela pequena bolha de duas pessoas. Esses casais que nos constrangem, quando, no meio de uma conversa, resolvem tascar um super beijo de língua no companheiro. Esses que se enroscam nas praças, nos parques. Esses que nao se desgrudam e passam as madrugadas acordados, com o som ligado no último volume, dando risadas sem se entediarem com a presença constante do outro.
Eu olho esses casais, esses inconvenientes casais, entre constrangida com a excessiva exposiçao de afeto e a sensaçao de que estou sobrando. E eu confesso que sinto uma ponta de inveja desse modo de amar sem ressalvas. Eu que amo comedidamente, discretamente. Eu que amo do outro lado da mesa, atrás de taças e talheres. Eu que amo em entrelinhas. Eu olho esses casais inconvenientes e, secretamente, desejo um amor incontido.
2 comentários:
Amores incontidos... Quem não os desejou um dia?
Só me pergunto porque não vivemos esses casos? por falta de oportunidade ou de oportunizar?
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