terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Era uma vez...


O fim do mundo fora enfim anunciado. Seria em agosto, com data e hora marcados. Segundo alguns intérpretes, assim rezava a profecia de Nostradamus. Deu nos jornais e na tv: o mundo findar-se-ia e todo mundo pagava pra ver.


Para mim, o mundo só começava. Eu era menina e vivia meu primeiro amor, o grande amor, o primeiro. Naquela época, vivia-se feliz para sempre.


Tontos de alegria pelo amor incipiente, fizemos nosso pacto inocente. Se o mundo deveria ter um fim, que findasse bem, que findasse sim. Mas que eu me fundisse naquele ser. E que ele se fundisse em mim.


Combinamos estratégias e um ponto de encontro, para onde correríamos a qualquer indício de fim de mundo. E ali, naquela praça, morreríamos juntos, abraçados. Morrer em estado de graça.


O dia esperado chegou. E o mundo não se acabou.


E vieram os anos, os enganos, a rotina, as ciladas. Até que não veio mais nada. E cada um foi para um lado.


Mas às vezes eu queria que o mundo tivesse acabado...

Um comentário:

Maria Cristina disse...

sabe que não é uma má ideia? kkkk