segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Adeus ano velho...
Ano de achados e perdidos, de redefinições, reconstruções. Dois mil e nove foi um ano definitivamente atípico em minha vida. Comecei o ano com a vida virada de cabeça pra baixo e com a sala de casa cheia de tralhas, sem saber onde enfiar cada objeto e como guardar cada sentimento. À medida que fui organizando e escolhendo um lugar para cada coisa, também encontrei coisas minhas que eu não imaginava que existiam. Uma saudade antiga, uma loucura, uma força. Tive a liberdade dos que pouco têm o que perder. Tive uma necessidade imensa de buscar algo substancial que me era desconhecido. E nesse aspecto o teatro me salvou, permitindo que eu me jogasse, experimentasse, desafiasse. Pessoas saíram definitivamente de minha vida. Pessoas entraram. Pessoas retornaram. Pessoas passaram. E o que marcou meu ano foi isso: pessoas. Essas que já faziam parte da minha rotina, mas que agora entraram irreversivelmente. Essas que apareceram como boas surpresas. Essas que permaneceram tão profundamente ligadas mesmo à distância. Todas essas, que estarão comigo em 2010, 2011, 2020,...
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Então é Natal...
Cada um de uma cidade diferente, reunidos para celebrar como se fôssemos uma família. E somos. Teve quem engasgasse de dar risada e comentasse que nunca viu um Tender andando por aí. Teve quem fosse vítima, verde e morasse na floresta. Teve quem usasse chapéu de Papai Noel. Teve quem aparecesse antes tarde do que nunca para dar um abraço necessário. Teve quem lambesse todo mundo e não gostasse de carinho com o pé. Teve quem nos adotasse e brincasse conosco porque é Natal, não um dia qualquer. Teve tentativa de acordar os últimos dorminhocos resultando em todo mundo dormindo na mesma cama. Teve praia. Teve foto com Papai Noel gigante do supermercado. Natal tem esse gosto de felicidade...
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
O mar
E finalmente dei meu mergulho. Não um mergulho qualquer, mas aquele que antecipava a chegada de um novo ano. Aquele que me lavaria de toda a carga que vim carregando até aqui. Os atritos, as lágrimas, os ensaios exaustivos, o cansaço, o cansaço, o cansaço.
Era noite e a praia era só nossa. A água estava mansa como gosto e não fazia frio. Entrei no mar e fui deixando a água salgada molhar meu corpo, meus cabelos. Entreguei meus pesares para o mar, que os recolheu com suas ondas.
E voltei pura. Suave com meu corpo salgado, algumas estrelas nos olhos e amores brincando entre os dedos. E é isso tudo que trago do meu ano. Uma saudade que aprendi a ter de pessoas que passaram por mim. Outras pessoas que entraram irreversivelmente em minha vida, a que diz sempre a palavra mais honesta, a que te faz rir, a que deixa seu mundo mais leve, a que permanece silenciosa e perene a seu lado e, finalmente, aquela que faz o coração bater mais forte.
São esses os tesouros que 2009 me ofereceu. Todo resto eu deixo pra trás, eu entrego ao mar.
Era noite e a praia era só nossa. A água estava mansa como gosto e não fazia frio. Entrei no mar e fui deixando a água salgada molhar meu corpo, meus cabelos. Entreguei meus pesares para o mar, que os recolheu com suas ondas.
E voltei pura. Suave com meu corpo salgado, algumas estrelas nos olhos e amores brincando entre os dedos. E é isso tudo que trago do meu ano. Uma saudade que aprendi a ter de pessoas que passaram por mim. Outras pessoas que entraram irreversivelmente em minha vida, a que diz sempre a palavra mais honesta, a que te faz rir, a que deixa seu mundo mais leve, a que permanece silenciosa e perene a seu lado e, finalmente, aquela que faz o coração bater mais forte.
São esses os tesouros que 2009 me ofereceu. Todo resto eu deixo pra trás, eu entrego ao mar.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Para além desses muros
Estréia se aproximando. A vida começa a ficar mais corrida, os ensaios mais puxados. Cheguei na CAL ontem e já havia uma galera organizando o cenário, colando papéis, enrolando bambolês. No final do corredor, havia uma porta aberta. Pra ser honesta eu nunca havia reparado que aquilo era uma porta. Então eu vi que, atrás dela, havia mais, muito mais, um espaço gigantesco que se abriu ante meus olhos, com mato, bambus, casa, cachorros, muitos outros caminhos, outros espaços. Aquele universo inusitado provocou em mim uma súbita sensação de liberdade. Minha vontade era sair correndo pela mata, subir em árvores. Estava me sentindo em uma chácara. Subi e desci escadas correndo, andei sobre muros, corri, falei adoidada. Estava feliz.
Quando eu era criança, eu e minha irmã dormíamos no mesmo quarto, em uma beliche. Algumas vezes meu pai desmontava nossa beliche, que se transformava em duas camas. Eu me sentia em um acampamento. Essa simples mudança no quarto me deixava contente como se estivesse em uma festa. E estava.
Às vezes abrir uma porta ou mudar a disposição de um móvel é o suficiente para fazer valer um dia. Ou uma vida. Basta uma alteração pequena, só para nos fazer ver que, na rotina, existem múltiplas possibilidades. E que tudo pode ser encarado sob outros ângulos, é só procurar um novo olhar sobre o mundo.
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