Ventos bons cruzaram meus dias. Aniversário, amigos, poesia, música, teatro. Coisas que fazem a vida valer. Alegrias vindas de avião, dos abraços, dos telefonemas, do correio. Receber a visita do Gabriel, amigo goiano que mora em Brasília. Chegar em casa e encontrar um pacote enorme, que rasguei curiosa, e encontrar um presente da Júlia. Amiga que me faz ver que os aniversários não levam embora a infância. Amiga criança, companheira de brincadeiras, de jogos de linguagem, de estorinhas e coisinhas. Ganhei um super livro de origami cheio de papéis diferentes. Pelo correio também me chegou um envelope vermelho, do amigo mineiro João. Também amigo na linguagem e na sensibilidade, que manda notícias e fragmentos de seu mundo, tão diferente do meu. Sempre um cd com músicas, videos, adesivos, fotografias e exemplares de sua arte. Gosto disso, ter contato com o mundo do outro. Seja no corpo, na palavra ou na arte. No sábado fizemos sarauzinho no Forte de Copacabana, sob a lua cheia. Tocamos nossas músicas, lemos nossos poemas. E saímos nos conhecendo um pouco mais, cada um de nós. Finalmente, no domingo completei meus 27 anos. Distraio-me do susto com a idade ao reunir meus amigos em torno de uma boa comida e conversa. E vejo que diante das amizades, da alegria e da poesia, meus próximos 80 anos são muito pouco tempo. A vida é demasiado curta para sua imensidão.
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