Quando eu era pequena (menor ainda), costumávamos reunir a criançada do prédio pra tomar Cremogema em minha casa. Os dias de Cremogema eram uma festa, as crianças chegavam alegres, como se aquele mingau fosse a coisa mais deliciosa do mundo. As outras mães estranhavam: "Quando eu faço Cremogema, minha filha nem liga, mas o da Dona Lee..." E minha mãe explicava que o dela ficava mais ralo, menos enjoativo, e por isso as crianças gostavam mais. Não era. O mingau da minha mãe era o melhor, não pelo modo de preparo, mas pelo ritual, pela festa, pela reunião. As crianças em volta da mesa, dando risadas e esperando o mingau ficar pronto.
Nunca mais tomei esse mingau, mas até hoje gosto do ritual do Cremogema. Reunir pessoas queridas em torno de uma besteira qualquer. Faz a besteira qualquer parecer a melhor coisa. E é. Desde então fiz tantas coisas buscando aquele sabor do Cremogema. Sabor de gente, de união, de amizade...
Um comentário:
e realmente parece que esse sabor Cremogema está perdido por ai, na correria da vida, por entre os instantes que deixamos de ser nós mesmos...vamos ver se a gente se encontra qq hora nesse Rio, né? bjuxxxxxx
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