Quando eu era pequena (menor ainda), costumávamos reunir a criançada do prédio pra tomar Cremogema em minha casa. Os dias de Cremogema eram uma festa, as crianças chegavam alegres, como se aquele mingau fosse a coisa mais deliciosa do mundo. As outras mães estranhavam: "Quando eu faço Cremogema, minha filha nem liga, mas o da Dona Lee..." E minha mãe explicava que o dela ficava mais ralo, menos enjoativo, e por isso as crianças gostavam mais. Não era. O mingau da minha mãe era o melhor, não pelo modo de preparo, mas pelo ritual, pela festa, pela reunião. As crianças em volta da mesa, dando risadas e esperando o mingau ficar pronto.
Nunca mais tomei esse mingau, mas até hoje gosto do ritual do Cremogema. Reunir pessoas queridas em torno de uma besteira qualquer. Faz a besteira qualquer parecer a melhor coisa. E é. Desde então fiz tantas coisas buscando aquele sabor do Cremogema. Sabor de gente, de união, de amizade...
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Eu chego lá...
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
O próprio banheiro
Quando chegamos de viagem, uma das primeiras coisas que dizemos é: "Ufa, que saudades do meu próprio banheiro!" O banheiro é uma espaço muito íntimo, por isso, onde está nosso banheiro, está também nosso lar. Percebi isso ontem ao chegar em casa. Tive um fim de semana corrido e um domingo especialmente cansativo. Quando cheguei em casa e me senti bem ao entrar em meu banheiro, percebi uma mudança que se passou na minha vida. O MEU banheiro agora é este pequenino do pensionato aqui no Rio. E meu banheiro de Goiânia foi deixando de me pertencer. Quando chego lá, vejo que não o reconheço tanto como um espaço meu. Ele vai sendo ocupado por uns objetos que me são estranhos e ficam uns poucos resquícios do que um dia foi meu espaço. Uma caneca do Ursinho Puff que ganhei no Natal de 1999, da minha família dos Estados Unidos. Uma caixa com brinquinhos que não uso mais.
O mesmo aconteceu com meu quarto de lá. A minha bagunça vai sendo sucessivamente organizada, reordenada, escondida. A minha ordem deixa de existir e eu deixo de me encontrar e de encontrar minhas coisas. E de vez em quando encontro outras coisas, que não são minhas. O quarto vira um espaço que não é muito meu nem de ninguém, mas um espaço neutro, um depósito. O que talvez seja mais estranho ainda, pois lá tenho depositado minha vida inteira. Livros, cadernos, diários, fotografias, cartas.
E aqui eu vou construindo um espaço em que quase me reconheço. Um quarto que abriga minha bagunça, minha rotina, meus novos sonhos. Mas que, por outro lado, por ser só meu, deixa um pouco de ser meu. Porque o "eu" vem de tantas pessoas que estão comigo, longe ou perto. Então no que eu construo sozinha falta um pouco de mim. Um pouco do texto do meu pai que levei para revisar. Um pouco da presença da minha mãe conversando e alinhando meus livros. Um pouco da irmã, do gato, da amiga. E eu começo a pertencer a um espaço indefinido, em que tenho vários lares e nenhum.
O mesmo aconteceu com meu quarto de lá. A minha bagunça vai sendo sucessivamente organizada, reordenada, escondida. A minha ordem deixa de existir e eu deixo de me encontrar e de encontrar minhas coisas. E de vez em quando encontro outras coisas, que não são minhas. O quarto vira um espaço que não é muito meu nem de ninguém, mas um espaço neutro, um depósito. O que talvez seja mais estranho ainda, pois lá tenho depositado minha vida inteira. Livros, cadernos, diários, fotografias, cartas.
E aqui eu vou construindo um espaço em que quase me reconheço. Um quarto que abriga minha bagunça, minha rotina, meus novos sonhos. Mas que, por outro lado, por ser só meu, deixa um pouco de ser meu. Porque o "eu" vem de tantas pessoas que estão comigo, longe ou perto. Então no que eu construo sozinha falta um pouco de mim. Um pouco do texto do meu pai que levei para revisar. Um pouco da presença da minha mãe conversando e alinhando meus livros. Um pouco da irmã, do gato, da amiga. E eu começo a pertencer a um espaço indefinido, em que tenho vários lares e nenhum.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Batatinha quando nasce...
A foto ao lado é do desenho das batatas que a Georgia fez no primeiro ano de faculdade. Se alguém conseguir me identificar...
Resolvi postar as batatas porque hoje me bateu uma certa nostalgia. Enquanto escrevia a dissertação, fiquei escutando umas músicas que me traziam de volta a sensação de muita coisa, mas de nada específico. Algo de passado. E de aconchego.
Músicas que escutávamos quando tínhamos grupinho de teatro com o Altair no meu prédio. Músicas que passei para meus alunos quando dava aula na Hoffmann.
À noite fomos ver o eclipse na laje. Não tinha nem sinal da lua, mas ficamos um tempo lá conversando. Víamos lá de cima um mendigo parado em frente ao saco de lixo. Quando paramos de olhar, ele se sentiu à vontade para revirá-lo. Depois parou um carro e desceram dois caras, aí o mendigo foi embora. Fiquei penalizada com a vergonha dele.
Hoje, quando dormi, sonhei que tinha várias verrugas na orelha. E que minha testa estava inchada e vermelha, de um jeito quase monstruoso.
"Eu hoje tive um pesadelo, mas não chorei
Nem reclamei abrigo
Do escuro eu via um infinito sem presente, passado ou futuro.
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim.
De repente a gente vê que perdeu ou que está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito
Porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu
Há minutos ou anos atrás."
(Cazuza)
Quem conhece a música vai notar uma diferençazinha no final. A letra original, do Cazuza, diz "há minutos ou anos atrás". Quando foi músicada pelo Frejat, ficou só "há minutos atrás", o que muda todo o sentido. Prefiro a do Cazuza, que diz respeito não só a algo que acabou de acontecer, mas a tudo que está no passado.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Que absurdo...
Olha como as meninas do pensionato cismaram que eu sou:
PESSOA 1: Que vontade de comr podrão!
LIAN: Hum... eu também!
PESSOA 1: Que vontade de comer pizza!
LIAN: Hum... eu também!
PESSOA 1: Que vontade de comer jiló!
LIAN: Hum... eu também!
PESSOA1: Eu queria dar a volta ao mundo de balão...
LIAN: Oba! Vamos?!!
Hunf, não sei de onde elas tiraram essas idéias!
PESSOA 1: Que vontade de comr podrão!
LIAN: Hum... eu também!
PESSOA 1: Que vontade de comer pizza!
LIAN: Hum... eu também!
PESSOA 1: Que vontade de comer jiló!
LIAN: Hum... eu também!
PESSOA1: Eu queria dar a volta ao mundo de balão...
LIAN: Oba! Vamos?!!
Hunf, não sei de onde elas tiraram essas idéias!
Domingo legal
Hoje meu despertador tocou às 7h30 da manhã. Como eu estava com muito sono, programei-o para tocar novamente às 7h50 e voltei a dormir. Passados 5 minutos alguém bate à minha porta. Era a Luana dizendo que já eram 8h35. Lavei o rosto correndo, quando ela voltou, dizendo para me acalmar, pois o relógio dela estava errado. Mas a confusão dela acabou sendo legal, pra me forçar a acordar. Assim tive tempo pra tomar café da manhã.
Hoje a aula de teatro foi bem legal. Tivemos aula sobre Édipo Rei com a Beth, imitamos guerras indígenas com o Régis, escrevemos um diálogo com a Maria e gravamos cenas com textos com o Thiago. Voltamos animadas e esfomeadas.
Hoje as meninas fizeram um churrasco na laje. Foi divertido. E gostoso, também. No fim, ficamos eu, Lu, Ingrid e Iasmine lá em cima conversando e planejando acampar.
Ah, agora temos um blog do pensionato! Pra quem se interessar: http://www.pensionatoinsa.blogspot.com/ . Morremos de rir ontem, ao elaborá-lo.
Hoje a aula de teatro foi bem legal. Tivemos aula sobre Édipo Rei com a Beth, imitamos guerras indígenas com o Régis, escrevemos um diálogo com a Maria e gravamos cenas com textos com o Thiago. Voltamos animadas e esfomeadas.
Hoje as meninas fizeram um churrasco na laje. Foi divertido. E gostoso, também. No fim, ficamos eu, Lu, Ingrid e Iasmine lá em cima conversando e planejando acampar.
Ah, agora temos um blog do pensionato! Pra quem se interessar: http://www.pensionatoinsa.blogspot.com/ . Morremos de rir ontem, ao elaborá-lo.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Felicidade é...
...encontrar aquele picolé de uva que eu havia esquecido no freezer semana passada.
PS1: Cinquenta reais esquecidos no bolso também serviriam, mas nunca me aconteceu.
PS2: Encontrar um ipod dentro do picolé também seria legal.
PS1: Cinquenta reais esquecidos no bolso também serviriam, mas nunca me aconteceu.
PS2: Encontrar um ipod dentro do picolé também seria legal.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Histórias da Júlia: uma antologia
Como hoje é aniversário da Júlia, vou tirar um tempinho pra falar sobre ela. Mas não vou ficar rasgando seda não!
Pra começar, a frase que uma pessoa mais ouve diz muito sobre ela. A frase que a Júlia mais ouve é "e nem precisa fumar...", "nossa, imagina se fumasse!" e coisas semelhantes. Já dá pra imaginar, né?
Pois é, falando em imaginação, a Júlia é uma das pessoas mais imaginativas que conheço. Por isso a convivência com ela é tão divertida. Faz a gente rir o tempo todo sem se esforçar pra isso, apenas com suas tiradas.
Por exemplo, um dia ela começou a falar de sua experiência: "Eu comi pão com muito requeijão e leite com muito chocolate. Ficou com gosto de carne! Acho que a explicação pra isso é que aquele gosto é de proteína." E depois completou: "A prova de que isso aconteceu de verdade é que fiquei um tempão sem comer requeijão, coisa que adoro." O resultado disso foi uma Teoria dos alimentos de Júlia Lemos, que ainda virou um artigo científico fictício escrito por mim.
Essa coisa de ficção foi uma fase por que passamos. Quando tinha trabalho no curso de jornalismo, queríamos fazer tudo fictício. Na aula de diagramação, fizemos um jornal inteiro com tudo fictício, a cidade, as referências, os fatos...
Acho que a maior viagem da Ju foi quando ela pensou que o globo ocular dava voltas de 360 graus dentro do olho. E que o olho ficava virado pra trás quando dormíamos e ficava girando na fase do REM.
Quando perguntada sobre seu maior defeito e sua maior qualidade, ela respondeu: "Meu defeito é não saber ouvir. Minha qualidade é que eu gosto de falar."
Um dia recebi uma mensagem dela no celular perguntando onde ela poderia arranjar um gato e dizendo que era urgente. Imaginei que fosse aniversário de alguém que gostasse de gatos ou coisa parecida e respondi indicando um pet shop. Quando conseguimos nos falar, ela explicou: "Eu preciso de um gato porque apareceu um rato aqui em casa".
Quando eu dou rata, ela aponta pra mim e diz: "A-ha! Você deu uma rata!" E depois lamenta: "Pena que não vou conseguir lembrar pra contar depois". Nas rodas de conversa, quando conto as ratas dela, ela diz: "A Lian também dá rata, mas eu não me lembro."
Está bem, está bem. Não vou resistir e vou rasgar um pouquinho de seda também...
Desde que nos tornamos amigas, a Júlia está muito presente na minha vida. Ela tem sido importante em todas as minhas fases. Apesar de me dar bronquinhas de vez em quando, ela respeita e compreende como ninguém meus sentimentos. Nós duas passamos pela fase de sushi no mesmo período e nos acompanhávamos por todos os restaurantes japoneses da cidade. Já fizemos oficina de caixinhas. Já fizemos crochê em frente às Lojas Americanas. Bordamos tapete juntas. Pintamos quadros de retalhos. Passeamos de sacoleiras em São Paulo. Voltamos de taxi de Bragança Paulista. Gravamos cd e cantamos em público. Fizemos coreografias em todos os saraus. Brigamos com a mulherzinha. Discutimos se a essência existe. Sentamos no chão do banheiro e tivemos preguiça de levantar. Eu adotei a família dela inteira. Fizemos muitos acordos de paz jogando War. Tentamos nos comunicar gargarejando água e escrevendo com lápis molenga. Trocamos um longo bilhete em sala de aula falando dos professores que foi parar no mural da sala. Propusemos criar um calendário novo. Na defesa da monografia da Ju, a orientadora dela, Silvana, afirmou que ia constantemente nos buscar no corredor da faculdade. Todo dia planejávamos uma viagem nova. Nos seminários, ela tinha que falar por último, senão ocupava o tempo de todo mundo.
Enfim, compartilhei demais da minha vida com essa amiga. E tudo que tenho a dizer agora é: outros aniversários virão, e tudo isso, toda essa imensidão de vida compartilhada ainda é pouco, ainda é só o comecinho...
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Que coisa maluca...
Descobri que os depoimentos do meu orkut desapareceram! Que estranho...
Ah, pegando carona... já que comecei a escrever, aproveito pra deixar uma pergunta, se alguém souber responder: Por que antigamente se falava nas propagandas e embalagens dos alimentos "não contém conservantes" e hoje se fala "não contém conservadores"? Alguém reparou?
Ah, pegando carona... já que comecei a escrever, aproveito pra deixar uma pergunta, se alguém souber responder: Por que antigamente se falava nas propagandas e embalagens dos alimentos "não contém conservantes" e hoje se fala "não contém conservadores"? Alguém reparou?
Das fases
"Tenho fases, como a lua / Fases de andar escondida / Fases de ir para a rua."
Esse verso da Cecília Meireles pousou no meu pensamento e até que caiu bem. Estava pensando justamente nesse meu alternar de fases. A cada uma delas me estranho um pouco e rio de mim mesma. Fase de sushi. Fase de kinder ovo. Fase de escrever muito. Fase de silêncio. Sucessivamente.
Hoje, em vez de danoninho, comprei danonão, aquele que vem no pote grande. Em vez de chamito, comprei chamitão, também o da garrafinha grande. Aí comecei a dar risada em pleno supermercado dizendo que estava na fase "Itu".
Na verdade comecei a pensar agora nessa história de fases porque resolvi colocar um CD pra escutar. Aí me dei conta de que há muito não escutava música. Estava em uma longa fase de silêncio. Até tentei uma ou outra vez, mas desligava rapidamente, porque o barulho me desconcentrava de mim. Da última vez que fui a Goiânia, nem fizemos daqueles longos passeios de carro só para cantar a noite inteira.
Agora coloquei um CD: Colbie Caillat. Também um que marcou uma fase muito específica, outubro e novembro do ano passado. E não foi uma fase boa. Ao ouvir essas músicas, voltam as sensações que eu tinha naquele período. Mas agora vêm de forma tranquila, quase ausente.
Liberdade, chama-se.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Querido diário
Nunca consegui fazer diário. Quando era adolescente, tentava todo ano. Escrevia nos três primeiros dias e depois abandonava a missão. Não é muito motivante ficar conversando com um caderninho como se ele fosse seu melhor amigo, "querido diário" e blá blá blá. Não sei por que cargas d'água resolvi fazer um blog. O fato é que funcionou. Eu me sinto bem escrevendo minhas coisinhas, pensando que converso com algum leitor, mesmo que fictício. E fico contente quando recebo retorno, porque percebo que, afinal, há pessoas que compartilham minha vidinha comigo. Mas de repente aconteceu uma coisa engraçada. É que percebi que certas vezes tenho vontade de escrever pensamentos ou fazer desabafos e não posso. Um blog não é um "querido diário", não guarda seus segredos. Pelo contrário, por princípio, ele os divulga. Então resolvi fazer, paralelamente, um "blog em off", que é, no fim de tudo, um diário num caderninho...
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
- E quando alguém chama a atenção de uma criança por fazer alguma besteira qualquer e esta solta um "aprendi com a Lian"? É constrangedor.
- Fui comprar um salame da Perdigão e li na embalagem que era light. Achei bom, porque supus que não viria com aquelas bolinhas brancas de gordura. Mas quando o olhei de perto, tinha várias bolinhas mesmo assim. Apesar disso, comprei. Na hora de comer, entendi o "light". A gente puxa a fatia de salame e as gordurinhas maiores soltam-se, ficando presas nas fatias de baixo.
- Não preciso mais de Burger King e muito menos de McDonald's. Comprei meu próprio picles e faço meus sanduíches sozinha, sem miséria.
- Quando vou sair ou fazer uma viagem, me pergunto se o local estará frio. Depois decido que não quero que esteja e, por isso, só levo roupas de verão. Resultado: passo frio e nem tenho como me agasalhar. Tenho que começar a convencer São Pedro de condordar com minhas decisões, senão fica difícil...
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
De volta à rotina...
Hoje meu dia foi uma verdadeira maratona. Acordei cedo, fui pro teste de figurino do comercial da Motorola, ao voltar fui direto pro restaurante almoçar, de lá peguei um ônibus pra Cintra, no Engenho de Dentro, dei de cara com a porta e fiquei sabendo que a Cintra agora está na Barra, peguei mais dois ônibus até lá, voltei, fiz compras no supermercado lotado... ufa! De volta à rotina...
Meu feriado em Goiânia desta vez foi um período em família. Minha avó, meus tios e meu primo foram passar uns dias lá em casa e nós ficávamos fazendo programas familiares. Ou seja: comer, comer e comer. O que mais se faz em família?
Fui pro rodízio de crepe com a minha mãe e a Marina. Fizemos um churrasco lá em casa com a família da Júlia. Fizemos jantar chinês com a família do Cleiton. Depois fomos almoçar na casa dos pais do Cleiton... Enfim... Quando todo mundo foi embora ficou uma tristezinha, a casa vazia...
E ao voltar ao Rio, então... Apesar de já sentir necessidade de vir, a sensação do primeiro acordar nesta cidade parece que será sempre a mesma. Primeiro o susto com o toque do despertador, depois uma decepção e um cansaço de acordar aqui, de recomeçar tudo, de estar sozinha. Quando alguém me pergunta, digo que adoro o Rio e pretendo ficar aqui. E é verdade. Mas tem uma ponta de desespero que não sei se um dia vai passar. É a mesma que eu tinha quando fiquei de intercâmbio nos Estados Unidos. E é também o que sempre temi em mim e em minha vida, desde que soube que da minha necessidade de procurar novos ares nasceria um eterno incômodo: o de não ter raízes.
Apesar de me dar muito bem aqui, sinto falta daquele aconchego de me sentir querida e amada. Sinto falta de estar perto da família, tanto a de sangue quanto aquelas que agreguei em minha vida e que são tantas e de tantas maneiras: minhas irmãs, primas, mães e sobrinhos agregados.
Espero começar a fincar raízes no Rio...
Meu feriado em Goiânia desta vez foi um período em família. Minha avó, meus tios e meu primo foram passar uns dias lá em casa e nós ficávamos fazendo programas familiares. Ou seja: comer, comer e comer. O que mais se faz em família?
Fui pro rodízio de crepe com a minha mãe e a Marina. Fizemos um churrasco lá em casa com a família da Júlia. Fizemos jantar chinês com a família do Cleiton. Depois fomos almoçar na casa dos pais do Cleiton... Enfim... Quando todo mundo foi embora ficou uma tristezinha, a casa vazia...
E ao voltar ao Rio, então... Apesar de já sentir necessidade de vir, a sensação do primeiro acordar nesta cidade parece que será sempre a mesma. Primeiro o susto com o toque do despertador, depois uma decepção e um cansaço de acordar aqui, de recomeçar tudo, de estar sozinha. Quando alguém me pergunta, digo que adoro o Rio e pretendo ficar aqui. E é verdade. Mas tem uma ponta de desespero que não sei se um dia vai passar. É a mesma que eu tinha quando fiquei de intercâmbio nos Estados Unidos. E é também o que sempre temi em mim e em minha vida, desde que soube que da minha necessidade de procurar novos ares nasceria um eterno incômodo: o de não ter raízes.
Apesar de me dar muito bem aqui, sinto falta daquele aconchego de me sentir querida e amada. Sinto falta de estar perto da família, tanto a de sangue quanto aquelas que agreguei em minha vida e que são tantas e de tantas maneiras: minhas irmãs, primas, mães e sobrinhos agregados.
Espero começar a fincar raízes no Rio...
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