segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Ontem chorei feito neném. Sentia um medo enorme de algumas coisas concretas e outras nem tanto assim. Saudades de muitas pessoas, de meus pais, o que foi aflorado por eu ter conversado com minha mãe ao telefone, saudades dos meus amigos, saudades dessa sensação de ter laços. Queria tranferir a Júlia, a Maria cristina, a Érika, enfim, minhas grandes amigas aqui para o Rio. Cada uma morando em um apartamento no mesmo prédio. Às vezes sinto que não tenho amigos, amigos pra valer, aqui. Sei que é injusto porque, afinal, as meninas do pensionato se tornaram minha família carioca. Mas, também, agora parece que faz tanto tempo que não as vejo, que não ficamos conversando, comendo ou marcando bobeira... Hoje acho que meus amigos captaram, de alguma forma o sinal. Chegou mensagem da Leilane, da Ingrid, do Nel. Meus amigos reaparecendo e me dando uma base, após um sobrevôo de leve.
sábado, 20 de setembro de 2008
Sofisma
Esses dias satisfiz um grande prazer que tenho: debater. A professora Esmeralda pediu que propuséssemos alguns temas e votássemos nos mais interessantes, excluindo aqueles que eram menos votados. Acabaram sobrando dois temas: drogas e adoção por homossexuais. Fiquei decepcionada, pois nenhum desses assuntos me despertava, a princípio, vontade de discutir. Fiquei no grupo a favor da adoção, mas, pra meu desespero, ela ainda resolve inverter nossos posicionamentos. Ou seja, acabei tendo que defender a visão contrária à adoção de crianças por casais homossexuais. Fiquei meio travada no início, pensando que não teria argumentos, senão repetir aqueles discursos que estamos cansados de ouvir, mas que não colam. Acabei entrando no debate contra-argumentando o outro grupo e as coisas acabaram fluindo bem. É verdade que, pra cada argumento meu, eu pensava em mil contra-argumentos, mas falava com convicção aqueles monte de baboseiras em que, no fundo, eu não conseguiria acreditar. Por incrível que pareça, nosso grupo ainda se saiu o vencedor. Fiquei me sentindo a verdadeira sofista.
Aí quem me conhece bem vai se perguntar: "Ué, mas a Lian não acredita na diferença entre filosofia e sofisma!" É verdade. Explico-me: Considerando (e eu considero) que não há um olhar absoluto sobre o mundo e que não há uma verdade que transcenda os jogos de linguagem, então a verdade que os filósofos ( socráticos e derivados) dizem procurar não existe. Se essa verdade não existe, morre o fundamento de toda a diferenciação entre o filósofo e o sofista, o que faz com que filosofia e sofisma sejam a mesmíssima coisa. Voltando à história do debate, vocês se perguntarão por que, então, eu afirmei ter me sentido uma sofista.
Bem, existe uma verdade, que está longe de ser uma verdade absoluta, mas que é nossa verdade. São as coisas em que acreditamos, o nosso mundo possível, nosso jogo de linguagem particular. E, ao defender uma posição antagônica à que tenho, tive que mobilizar minha capacidade argumentativa em prol de algo contrário àquela verdade do meu mundo. Não vou dizer que fiquei com peso na consciência ou que me senti suja. Longe de mim. Na realidade, me diverti muito entrando nesse outro jogo. Senti-me como nas aulas de Lógica, em que brincava com algo que, pelo menos para mim, não tinha a mínima obrigação de dizer a respeito do mundo ou de revelar essências, mas que estava lá, com suas regras e suas peças. Mas não vamos entrar em mais um jogo de linguagem, não por hoje.
Aí quem me conhece bem vai se perguntar: "Ué, mas a Lian não acredita na diferença entre filosofia e sofisma!" É verdade. Explico-me: Considerando (e eu considero) que não há um olhar absoluto sobre o mundo e que não há uma verdade que transcenda os jogos de linguagem, então a verdade que os filósofos ( socráticos e derivados) dizem procurar não existe. Se essa verdade não existe, morre o fundamento de toda a diferenciação entre o filósofo e o sofista, o que faz com que filosofia e sofisma sejam a mesmíssima coisa. Voltando à história do debate, vocês se perguntarão por que, então, eu afirmei ter me sentido uma sofista.
Bem, existe uma verdade, que está longe de ser uma verdade absoluta, mas que é nossa verdade. São as coisas em que acreditamos, o nosso mundo possível, nosso jogo de linguagem particular. E, ao defender uma posição antagônica à que tenho, tive que mobilizar minha capacidade argumentativa em prol de algo contrário àquela verdade do meu mundo. Não vou dizer que fiquei com peso na consciência ou que me senti suja. Longe de mim. Na realidade, me diverti muito entrando nesse outro jogo. Senti-me como nas aulas de Lógica, em que brincava com algo que, pelo menos para mim, não tinha a mínima obrigação de dizer a respeito do mundo ou de revelar essências, mas que estava lá, com suas regras e suas peças. Mas não vamos entrar em mais um jogo de linguagem, não por hoje.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Agenda
Depois de esquecer minha agenda na aula, hoje tive que passar o dia sem ela. Acordei preocupada, pois não tinha o endereço do meu compromisso. Ainda bem que ainda existe a agenda do celular, em que há os números de telefone de que eu precisava. Acho que foi a Lya Luft que falou que as agendas existem para armazenarmos aquilo que não armazenamos no coração. É verdade. Difícil esquecer os compromissos que nos emocionam. No meu caso, a agenda é essencial para exteriorizar o que eu não quero manter na cabeça. As preocupações vão pro papel, assim não preciso parar para lembrar tudo o que tenho de fazer. Uma muleta. Eu me oriento através dela, leio os horários, os endereços, me programo. Por hoje, improvisei uma agendinha, quer dizer, um pedaço de papel com os horários e endereços, que seguiu em minha bolsa durante todo o dia. Mas aí percebo que a agenda não está tão distante das coisas do coração. Porque na minha rotina ficou um pouco do que posso dar de mim. E com essa agenda, tenho noção das coisas que fiz e das que planejo fazer. É lá que desenho os mapas dos lugares em que me desoriento. Anoto coisas vãs. Escrevo dados das pessoas com quem encontro. E esses rabiscos não me entregam, mas, implicitamente, marcam meus contornos. Eu sou minha rotina.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Panda!!!
Tenho um mais novo bebê... O gatinho Panda! Ele é lindo e chegou com um jeitinho assustado. Ficou escondido no banheiro e queria entrar em todo buraco que encontrasse. Tudo tinha que ser feito com muita delicadeza para não assustá-lo. Os movimentos tinham que ser leves e as vozes sussurrantes. Consegui arrancá-lo dos buracos e trazê-lo para junto de mim. Dormi com ele até o horário da dança. Depois ele começou a se sentir mais à vontade e à noite já estava brincando.
terça-feira, 2 de setembro de 2008
O eterno retorno
Mais uma vez, estou aqui em minha cidade natal. Desta vez, após o período mais longo fora, desde que me mudei para o Rio. Goiânia vai adquirindo uma cara nostálgica. Por onde ando, sinto que percorro meu passado. Cada lugar tem um aspecto familiar. Minhas experiências estão aqui, deparo-me com elas a cada esquina. Encontro minha infância, minha adolescência e um pouco da minha vida adulta, que ainda me parece mal-iniciada. Em cada canto encontro rostos familiares. Não são pessoas necessariamente conhecidas. Mas são aquelas caras que vi tantas vezes por aí, muitas delas das escolas em que estudei, outras de lugares que frequentei. E vejo tantas coisas que me pareciam comuns com um olhar de estranhamento.
Algumas coisas são estranhas mesmo, principalmente os caminhos (literalmente). Estranho as mudanças na cidade, o viaduto recém construído na Praça do Chafariz, a mudança de mão de várias ruas, incluindo a minha. Vejo galerias que não existiam meses atrás. E sinto a falta de lugares que não mais existem. Tenho no fundo um desejo de que Goiânia não mude, de que tudo fique igualzinho ao que era quando parti. Para que eu possa, periodicamente, voltar e ter as sensações do passado, em um eterno retorno. Queria seguir em frente, mas com meu passado me esperando bonitinho, aberto para visitação.
Reencontro meus gatos e, como se pode conferir na foto, até eles mudaram. O João, coitado, foi tosado. Ri muito dele quando o vi assim. Até o Miki o estranhou e fica batendo nele. Os dois engordaram após a castração. Só o Rafinha permanece igual. O João, mais carinhoso do que o normal. De acordo com a Marina, a tosa o deixou mais carente, ao baixar sua auto-estima. O Miki, como sempre que volto, passa um tempo fugindo até se reacostumar comigo. Apenas agora ele está recomeçando a fazer suas graças. Dormiu comigo esta noite. E o Rafinha, como sempre, normal.
Nesta vinda não consegui fazer metade dos programas de que, normalmente, faço questão. Não visitei as feirinhas, não comi pamonha, não fui à cachaçaria, não comi cachapa, não brinquei, não fiz sarau, não comi comida de Pirenópolis, não visitei o ateliê do meu pai na Aldeia do Vale... Mas, sim, fiz reuniãozinha de menininhas de saia. Sim, comi a panqueca de frango com pequi que adoro. Sim, encontrei minha prima de alma, a Taís, no aniversário dela e no Ambientar. Sim, almocei no Grego com meus pais. Sim, fizemos fondue na casa da paula. Sim, brinquei com os sobrinhos da Júlia. Sim, fui ao rodízio de crepe com meus amigos. Amanhã volto ao Rio e, até lá, espero acrescentar mais "sins" à minha lista.
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